A população de quatro cidades históricas de Minas Gerais dobra durante o Carnaval, uma prova da força da festa mais popular brasileira entre ladeiras e montanhas. Blocos caricatos, marchinhas ao som de bandas em um imenso desfile e shows de grupos percussivos dão o tom da folia em redutos universitários em Minas.
Ouro Preto, Diamantina, Tiradentes, São João del-Rey se transformam em fevereiro, com a chegada de aproximadamente 300 mil turistas e o giro de R$ 6 milhões na economia, segundo estimativas da Secretaria Estadual de Turismo.
Em Ouro Preto, o Barroco convive com o profano em grupos caricatos, com destaque para os blocos da Praia, Caixão, Cabrobró, Zé Pereira e dos Lacaios. A cidade, tomada pelos foliões, também organiza desfiles de escolas de samba, shows com bandas locais e baile carnavalesco. As repúblicas de estudantes montam um Carnaval à parte: vendem pacotes para festas privadas com a promessa de bebida alcoólica liberada 24 horas por dia e camarotes em shows.
Somente Diamantina recebeu 100 mil turistas em 2012 – a cidade possui 48 mil habitantes. As bandas percussivas Bat-Caverna e Bartucada arrastam a multidão até a Praça do Mercado Velho. Além disso, há os desfiles de blocos caricatos: Sapo Seco, Rato Seco e As Domésticas Aposentadas.
A cidade ainda organiza o Carnaval deste ano, por conta de uma grave crise financeira e administrativa. Com dívidas que chegam a R$ 5 milhões, a prefeitura ainda não decidiu a programação da festa deste ano. Os diretores das principais bandas, no entanto, confirmam as atrações que não dependem de recursos da prefeitura.
Rogério Farnezi, da Bat Caverna, garante que a venda de abadás continua.
— A estrutura está contratada e temos o apoio logístico. A venda de abadás continua normalmente, houve a cessão do espaço e as bandas estão contratadas pelo bloco Biri-Biri, que organiza a festa.
Quem procura um ambiente festivo com mais tranquilidade não se decepciona com Tiradentes. O Largo das Forras se transforma no ponto de encontro entre os blocos. Destaque para o Ver Te Cana, Insanidade, Beatões da Santíssima e dos Malas. Apesar da movimentação, há espaço nas ruas e mesas nos principais restaurantes do centro para quem quiser assistir à festa sem cair de cabeça na folia.