Brasileiro faz curso de Cinema de Comédia, no Second City de Chicago
Divulgação/Jacaré BanguelaO comediante brasileiro Rodrigo Fernandes, conhecido na internet como Jacaré Banguela, se propôs um objetivo ousado: ser o primeiro aluno a realizar um filme longa metragem como trabalho de conclusão de curso em uma das escolas de comédia mais renomadas do mundo, a Harold Ramis Film School, em Chicago.
Realizar essa façanha não seria nada fácil (ou barato). Por isso Fernandes decidiu pedir ajuda aos seus mais de 120 mil seguidores no Instagram perguntando se eles aceitariam pagar o "preço de um ingresso antecipado" para ajudá-lo na empreitada. Mas ele temia pelo insucesso, muito graças ao momento complicado da economia mundial:
"Todo mundo tá segurando uma grana por conta da pandemia e o dólar tá nas alturas. Ao mesmo tempo que eu achava que não daria certo, sabia que só tinha uma maneira de saber isso: fazendo a campanha e trabalhando nela", comenta o comediante.
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Com incentivos diários em seu stories e recompensas como acesso aos bastidores e até o direito de colocar o nome em um personagem do filme, a audaciosa meta de R$ 66 mil foi batida com dias de antecedência, graças à ajuda de mais de 800 pessoas.
A maioria delas é de brasileiros, mas Fernandes não teme que o língua inglesa possa representar um empecilho para seu filme em território brasileiro:
"A gente está mais acostumando a ver filme americano que brasileiro. Fomos mais educados por filmes do exterior. Acho que a sensação de quem assistir o filme vai ser de reencontrar um parente distante na ceia do natal: parece familiar, mas tá diferente", conta.
Para ajudar nessa maior identificação, Fernandes garante que, apesar de ser um filme americano, a cabeça de um roteirista e diretor brasileiro vai colocar "referências a coisas brasileiras", afinal, "como inicialmente o público do filme é quem bancou o financiamento coletivo, algumas piadas são pra eles também".
Com a verba já garantida, o processo de produção do longa começa a ganhar tração e, apesar de já ter uma vasta experiência com o audiovisual, Fernandes explica que muitas especificidades dos Estados Unidos são território inexplorado para ele:
"Fico tranquilo por já ter produzido série, shows e programas no Brasil. Consigo ter uma visão mais geral de tudo, mas alguns detalhes ainda passam. Uma colega de classe que já trabalhou com produção aqui, está cuidando da papelada toda necessária pra fazer o filme acontecer. Essa parte do processo está sendo bem nova pra mim", diz.
Essa colaboração com colegas do curso e professores tem ajudado o brasileiro em diversos pontos do processo. Desde a escolha e polimento do roteiro — dentre as três opções escritas em um intervalo do curso — até a filmagem:
"Quando eu contei sobre o filme todo mundo gostou. Seis integrantes da minha equipe são de colegas da minha classe", relata Fernandes.
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