O principal longa de Coutinho é Cabra Marcado Para Morrer
Reprodução/ Pipoca ModernaMorreu neste domingo (2), aos 81 anos, o cineasta Eduardo Coutinho, um dos mais importantes documentaristas contemporâneos. Coutinho foi assassinado a facadas e o principal suspeito do crime é o próprio filho, Daniel, que supostamente sofre de esquizofrenia.
Eduardo Coutinho deixa um legado de mais de 20 filmes, entre longas e curtas metragens, de caráter questionador e crítico. O mais conhecido é Cabra Marcado Para Morrer, que retrata a sociedade brasileira durante o período de ditadura militar a partir da história de João Pedro Teixeira, líder camponês morto em 1962.
O longa começou a ser filmado em 1964, em forma de "semidocumentário", com cenas reais e fictícias, mas parte da equipe foi presa, acusada de comunismo. Dezessete anos depois, o trabalho foi retomado e o filme se transformou em uma obra prima.
Recebeu importantes prêmios e foi exibido em festivais internacionais, como o XXXV Festival de Berlim, em 1985, FesTróia – Festival Internacional de Cinema de Tróia, em 1985, e o VI Festival do Novo Cinema Latino-americano, em 1984. O filme também recebeu o prêmio Hours Concours no 13º Festival de Cinema Brasileiro de Gramado.
Seus únicos longas de ficção são O Homem que Comprou o Mundo (1968) e Faustão (1971).
Entre suas obras estão Jogo de Cena (2007), Babilônia 2000 (2000) e Edifício Master (2002), que retrata com depoimentos verídicos a vida dos 500 moradores de um antigo e tradicional edifício de Copacabana.
Coutinho nasceu em São Paulo, em 11 de maio de 1933, e cursou Direito. Trabalhou como revisor em uma revista e dirigiu peças infantis antes de mergulhar no cinema.
O cineasta também já trabalhou na TV, no Globo Repórter, da Rede Globo, em 1975. Já foi editor, redator e diretor no programa. Foi nele que realizou diversos trabalhos inovadores para a época e, em 1984, decidiu seguir o caminho de documentarista.
Leia também
Cineasta Eduardo Coutinho é assassinado no Rio; filho é suspeito