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A matéria especial de Geraldo Luís para o Domingo Show deste fim de semana foi com o Wellington Camargo, irmão de Zezé Di Camargo & Luciano, vítima de um dos sequestros mais assustadores da história do Brasil. Ele bateu um papo com o apresentador da atração dominical da Record para falar sobre os 96 dias de terror e voltou ao cativeiro. Veja na galeria!
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Ao chegar à porta da casa dos pais de Zezé Di Camargo, Geraldo Luís perguntou se seu Francisco era guerreiro.
— Sou um guerreiro mesmo. Você já viu, né, o mundo inteiro são meus fãs
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Aliás, o apresentador do Domingo Show fez um pedido inusitado ao pai de Zezé, Luciano e Wellington
— Eu quero que o senhor pegue o ovo e faça como você fazia com os meninos. Igual no filme!
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Porém, seu Francisco disse que o filme fugiu um pouco da realidade.
— O filme é muito pesado. Eu não fazia daquele jeito, mas colocava o ovo na boca deles
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O pai de Wellington achou que o filho não voltaria após o sequestro.
— Eu pensava que ele não voltaria. Não tem um troço mais ruim no mundo que ver um filho sequestrado
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O dia que marcou seu Francisco durante os 96 dias do sequestro foi a aparição de uma ossada.
— Olha, teve um dia que o Manoel disse para me preparar bem que ele ia ver uma ossada lá perto de Brasília. Ele foi lá e na mesma hora me ligou dizendo que não era o Wellington. Eu fiquei aliviado. Foram três meses, seis dias e apenas uma cochilada. Eu não dormia porque esperava uma noticia ruim!
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O sequestro do filho deficiente físico deixou seu Francisco sem vontade de fazer nada
— Eu passei uma semana sem comer nada. Não tinha jeito de comer. Um segurança me disse que iria morrer e me levaram para a fazenda do Zezé. Lá, eu só comi um bolinho de milho para enganar o estômago. Vou contar uma coisa pra você, eu não tenho inimigo graças a Deus. Se eu tivesse um inimigo, não desejaria isso pra ele
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O natal longe de Wellington deixou a família Camargo sem festa
— Bom, nós sempre passamos o Natal em casa. O Zezé não passa um Natal sem eu. Ele passa o Natal comigo aqui em casa e eu passo o fim de ano lá na fazenda. Sempre foi assim, mas aconteceu a tragédia e passamos o Natal na fazenda sem fazer nada. Foi o único Natal que não fizemos nada, mas o Zezé estava junto comigo. Não separava de jeito nenhum!
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Após o bate-papo com seu Francisco, Geraldo Luís foi ao encontro de Wellington Camargo na varanda da casa
— Eu sempre conto a minha vida antes e depois daquilo. É inevitável não lembrar quando vou palestrar ou cantar. Eu conto essa história para mostrar para as pessoas que é possível se reerguer e tudo aquilo que vivi tem se transformado em benção.
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O sequestro que abalou o Brasil deixou algumas marcas na vida de Wellington Camargo.
— Geraldo, tem dias que ainda sonho com isso. Tem dias que acordo na madrugada porque sonhei com o cativeiro. Às vezes, um simples fechar de uma fechadura me faz lembrar de tudo. Mas, graças a Deus eu não tive nenhum trauma e o Brasil também não deixou. As pessoas têm um carinho muito grande por mim. Eu fico muito feliz pelo carinho e amor que as pessoas pegaram por mim
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Wellington disse que o sequestro deixou uma lição em sua vida.
— Eu passei a respeitar mais a vida, o cidadão e o ser humano. Aprendi a ver que a vida é valiosa, mas que ao mesmo tempo é muito frágil e não se sabe a hora que pode perdê-la. Enfim, aprendi a ver a vida de forma diferente!
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Durante o bate-papo com o apresentador do Domingo Show, o filho de seu Francisco contou que já sabia que teria a orelha cortada.
— Eu já sabia [que iriam cortar] porque tinha ouvido uma conversa antes. Um falava corta com a tesoura, outro com a faca e outro dizia corta com a gilete. Eu sabia que isso iria acontecer. Eu soube uns 15 dias antes
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As lembranças do dia que cortaram sua orelha ainda são bem fortes na memória de Wellington.
— Foi à noite. Eu estava deitado na cama e disseram para sentar no chão. Então, entraram uns quatro homens no quarto. Eu estava sozinho ali. Na hora me senti um verdadeiro Davi na frente do gigante. Eu fiquei muito assustado e não pude pedir nem por favor, porque disseram que iriam me matar. Tive que ver tudo aquilo acontecer quieto
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Outro fato marcou a estadia de Wellington no cativeiro: a escavação de um buraco.
— Não sei se foi tortura psicológica, mas teve um momento que um deles estava cavando um buraco dentro do cativeiro. Eu escutava eles cavando e pensava que eles iriam me matar e jogar dentro do buraco. Um deles falava acabou, acabou. Foi aterrorizante!
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O irmão de Zezé Di Camargo & Luciano destacou que não sentiu dor física no momento que cortaram sua orelha.
— Na verdade, Geraldo, a dor que existiu em mim foi espiritual. Doeu na alma. Eu não senti dor física. É por isso que acredito em milagres. Aliás, eu vi muitas coisas no cativeiro que acho que vão me chamar de louco
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Geraldo Luís quis saber o motivo de Wellington não ter tentado fugir do cativeiro.
— Mesmo que eu pulasse a janela, eles tinham bichos ao redor da casa. Eles tinham um ganso que servia de protetor para a residência. Hoje, eu tenho medo do grasnar do ganso. Fui fazer um show no interior de São Paulo e não consegui ficar no hotel por conta do barulho de um ganso
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O bate-papo exclusivo com o Domingo Show foi para os mais jovens saberem da história.
— Primeiro, pela credibilidade que seu programa tem e porque queria ir no seu programa. É bom contar essa história para quem não conhece para saber que não surgi do nada. Eu tenho feito um trabalho que tenta colocar a autoestima de uma pessoa cadeirante para cima
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Durante a conversa, Wellington se mostrou bem tranquilo e até brincou com seu Francisco
— Eu quero perguntar para o meu pai por que o filme se chama dois filhos de Francisco se o senhor tem dez filhos?
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Com todo seu carisma e bom humor, seu Francisco explicou ao filho.
— Quando nasceu o meu primeiro filho eu disse que seria artista. O outro nasceu e botei os dois para cantar, mas morreu num acidente. Quando o Luciano fez 17 anos, o Zezé foi passar o Natal em casa e eu tinha acabado de dar um violão pra eles. Então, minha mulher disse que o Luciano queria cantar. Eles deram sucesso e por isso que chama dois filhos de Francisco
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Wellington conta que os 96 dias preso no cativeiro foram extremamente agonizantes.
— Teve dia que a agonia era tão grande que eu batia a cabeça na parede para acontecer alguma coisa. Era dia, tarde e noite sem nada. Eles deixavam um rádio bem alto e eu chorava ouvindo as músicas do meus irmãos. Ficava pensando se eu não iria mais voltar pra casa. Mas, graças a Deus, estou bem e meu filho está com 21 anos e se formando em direito
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Após todo o desespero do sequestro, Wellington Camargo foi abandonado no meio do mato
— Eles me deixaram num buraco no meio do mato, perto de uma fazenda. Fiquei meio apavorado porque escutei barulho de bichos Ouvi até chocalho de cobra. Imagina você fraco, sangrando e dopado. Olhei para o céu e estava preto, parecia que iria chover. Eu não acreditava que tinha passado por tudo aquilo e poderia morrer afogado. Se chovesse, entraria água no buraco e eu morreria afogado
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A chuva veio, mas não entrou no buraco no qual Wellington acabou dormindo
— No outro dia que acordei e encontrei forças para sair do buraco. Percebi que choveu, mas o buraco estava seco. Ali vi que era um milagre. Deus não deixou que caísse água sobre mim
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Se arrastando no meio da estrada, o Wellington contou que teve gente que o viu, mas não parou o carro
— Muitos motoristas me viram e não pararam. Não sei se era medo, mas acenei com a mão e passaram direto. Foi Deus que mandou o Donizeti. Ele me viu na estrada, parou e me colocou na moto e me levou até o posto policial. Ele deixou o irmão dele na rua para me socorrer
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A pausa do bate-papo foi para levar Geraldo Luís à cozinha da casa de seu Francisco para tomar o famoso ovo do filme Dois Filhos de Francisco
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Após muita conversa furada, o apresentador não conseguiu fugir e tomou o ovo num copo
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Em seguida, Geraldo Luís levou Wellington Camargo para o local do cativeiro
— Geraldo, aqui eu não reconheço nada porque saí de olhos vendados à noite. Eu sei que ouvia uma partida de futebol e apito. Mas, nada disso aqui eu conheço
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Porém, a fachada do sítio trouxe à memória do irmão de Zezé algumas lembranças.
— Agora eu lembrei porque voltei com a polícia aqui. Nossa, a sensação é ruim demais. Aqui vive um dos momentos mais difíceis da minha vida. Deus transforma a maldição e benção
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Ao entrar na casa, Wellington começou a ter flashs de memória do que aconteceu na casa
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Ele mostrou os cômodos da casa para Geraldo Luís e o Brasil
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Por fim, Geraldo promoveu o reencontro entre Wellington e Donizeti. Emocionados, eles relembraram a história do resgate
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Clique aqui e assista ao vídeo emocionante da matéria especial de Geraldo Luís
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