Elenco Escrava Mãe
Raphael Castello/AgNewsFernando Pavão vai interpretar o vilão Comendador Almeida na novela Escrava Mãe, da Record, que estreia na próxima terça-feira (31), às 19h30. Ao R7, o ator contou algumas maldades que seu personagem vai fazer ao longo da trama.
— O Almeida é muito ambicioso. Ele começa a novela como um cara que vive do dinheiro da família, que não era das mais ricas da região, mas que tinha posses. Só que o pai dele morre e esse dinheiro acaba porque ele torra todo o dinheiro do pai. Aí, para se salvar, porque é um cara que não trabalha e só joga, ele se casa com a segunda filha do Coronel Custódio (Antonio Petrin). Naquela época, geralmente, se casava com a filha mais velha. Em vez de se casar com Maria Isabel (Thaís Fersoza), ele se casa com a Teresa (Roberta Gualda).
O intérprete do maior vilão da novela explicou que o casamento foi arranjado e que seu personagem queria apenas se dar bem financeiramente.
— A Teresa é manca, uma mulher apresentada como sem nenhum atrativo, então ele não teria motivos para se casar com ela a não ser por interesse. O Almeida faz um acordo com o pai, logo em seguida o Custódio morre, ele herda tudo e fica como o dono da fazenda. Isso potencializa nele essa coisa do poder, dele exercer o poder em cima dos escravos em uma fazenda em que eles não eram maltratados. A partir dele, os escravos passam a ser maltratados. Aí ele conhece a escrava Juliana (Gabriela Moreyra), que era mucama da Teresa e ele fica obcecado por ela. Aí ele passa a persegui-la sem o menor escrúpulo e sem limites também.
Escrava Mãe conta a história dos antepassados da família da escrava Isaura e o Comendador Almeida é o pai de Leôncio, o maior algoz de Isaura. Para evitar comparações, o ator se inspirou em outros vilões para construir seu personagem.
— Sempre acho muito complicado beber dessa fonte de ver o Leôncio. Como vou viver o pai dele, sempre fujo da comparação. Tive algumas referências, queria que ele fosse um vilão simpático, agradável, aquele vilão que as pessoas olham e falam que gostariam de conversar com ele, apesar de toda a maldade. Ele tem ataques de fúria e, nesses ataques, fica cego e faz as maiores atrocidades. Mas ele é um cara muito inteligente, cínico, astuto, irônico, ele brinca e isso tira um pouco do peso de fazer as vilanias. Queríamos fugir dessa comparação e acho que conseguimos dar um bom tempero para ele.
O ator se preocupou com o histórico de escravidão para dar veracidade ao seu vilão. Segundo Fernando, foi preciso tomar cuidado para se distanciar do peso da escravidão para não limitar seu papel.
— A gente tem que lembrar que existia um contexto na época em que escravo não era gente. Eles eram maltratados, sim. As escravas eram abusadas pelos senhores de engenho, sim. Era uma coisa normal na época. Se eu questionasse isso, estaria podando o meu trabalho. Tive o cuidado de fazer isso para não cair nessa armadilha. Construí ele do jeito que achava que ele era. Com o tempo, você vai pegando e entende como funciona a cabeça dele.
Fernando ainda falou sobre os bastidores da novela, que foi gravada em Paulínia, no interior de São Paulo.
— A gente enfrentou muito sol. A cena do casamento, por exemplo, a gente levou uns dois dias para gravar. As roupas eram muito pesadas e estava um dia lindo. A gente sofreu um pouco com o calor daquele dia, mas foi um resultado muito bom.
Segundo o ator, gravar fora de casa foi positivo para o entrosamento do elenco.
— Gravar em Paulínia foi legal, pois você acaba se apoiando nos colegas. Como está todo mundo fora de casa, você acaba criando uma cumplicidade. A gente ia para o mesmo lugar, saía da gravação e ia paro flat. A gente morava um em cima do outro no apartamento e teve uma convivência muito boa. Já tinha trabalhado com a maioria deles, tenho grandes amigos nessa novela. E isso facilita muito. Pode parecer bobagem, mas isso imprime na tela. Quando você conhece o cara, admira ele, grava a cena e flui, fica tudo mais fácil.
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