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A famosa periguete vem se tornando uma figura constante nas novelas da atualidade. Seja para o bem ou para o mal, o público já se diverte em saber qual atriz vai encarar o desafio nos próximos folhetins. Algumas personagens marcaram a carreira de algumas atrizes. Em entrevista ao R7, Robertha Portella e Ellen Roche apresentam Dafne e Brunetty, enquanto um especialista em teledramaturgia explica a importância da personagem na TV
Ellen Rocche defende personagem: “A periguete não é submissa”
Texto e reportagem: Bruna Ferreira, do R7Montagem R7
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Em seu primeiro desafio na teledramaturgia, Robertha Portella vai dar vida à Dafne, personagem de Dona Xepa, da Record. A ex-participante do reality show A Fazenda explica que a loirinha só deseja ter fama: “Estas personagens acabaram encontrando um caminho pela exposição do corpo. Ela busca a fama pela fama, sem saber como vai chegar lá”
Ellen Rocche defende personagem: “A periguete não é submissa”Michel Angelo/Record
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Dafne, no entanto, tem um lado até infantil: “Ao mesmo tempo em que ela exibe o corpo, ela não tem um linguajar ofensivo, ela respeita muito a família, ela quer ajudar todo mundo, não quer crescer sozinha. Eu tenho supercarinho pela Dafne”
Ellen Rocche defende personagem: “A periguete não é submissa”Michel Angelo/Record
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A personagem da atriz será a mulher-fruta da vila e se caracteriza dessa forma para atrair fregueses para a banca de sua mãe, interpretada pela atriz Bia Montez. Ela quer subir na vida, mas não tem qualquer maldade
Ellen Rocche defende personagem: “A periguete não é submissa”Michel Angelo/Record
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“Estas personagens acabam agradando todo mundo, pois vira uma sátira ao que existe nos dias de hoje, de pessoas buscando sucesso. Com a quantidade de tragédias que vemos no dia a dia, a gente se distrai com elas e acaba querendo ver o que ela vai aprontar da próxima vez. A gente começa a sofrer com elas”, diz Robertha, que torce pelo sucesso da personagem em Dona Xepa
Michel Angelo/Record
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Ellen Rocche também está interpretando uma mulher-fruta na TV. Sua personagem, Brunetty, mais conhecida como Mulher Mangaba, tem até um funk na novela Solteirinha da Pompeia. Para ela, a personagem é “popular e atual”. Em entrevista ao R7, ela conta que as pessoas já começam a dar risada quando a encontram na rua
Ellen Rocche defende personagem: “A periguete não é submissa”Reprodução/Globo
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De acordo com o especialista em teledramaturgia e doutor pela USP (Universidade de São Paulo), Claudio Mayer, esse tipo de personagem é um modelo, um padrão, conhecido por todos os autores de novela. Em Salve Jorge, novela da Globo, Bruna Marquezine mudou o status de atriz mirim para se transformar em um fenômeno de popularidade com sua periguete Lurdinha, que adorava um baile funk
Ellen Rocche defende personagem: “A periguete não é submissa”Divulgação/Globo
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Salve Jorge também tinha uma funkeira de verdade vivida por Roberta Rodrigues, a barraqueira Maria Vanúbia. O funk não é associado a essas personagens por acaso. “Essa periguete traz elementos da cultura brasileira, como a Suelen que estava no meio do futebol”, afirma Claudino
Ellen Rocche defende personagem: “A periguete não é submissa”Divulgação/Globo
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Falando em Suelen, Isis Valverde conquistou o telespectador com sua maria-chuteira desbocada em Avenida Brasil
Divulgação/Globo
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Antes de Suelen, Isis já tinha encarado uma personagem louca pela fama. Em Beleza Pura, da Globo, Rakelli queria aparecer de qualquer forma no Caldeirão do Huck. Claudino conta que a periguete bombou a partir dos anos 2000, mas que já existia no passado, de forma mais “enrustida”: “A própria Sonia Braga, em Dancin’ Days, já trazia elementos desta personagem”
Ellen Rocche defende personagem: “A periguete não é submissa”Divulgação/Globo
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Segundo o especialista, a periguete vai estar no centro de um conflito. Em Insensato Coração, a periguete Natalie Lamour, personagem de Deborah Secco, viveu um romance com um dos principais vilões da trama e estava envolvida em quase todas as armações do banqueiro Cortez. A loira acabou dando a volta por cima e virando deputada
Ellen Rocche defende personagem: “A periguete não é submissa”Divulgação/Globo
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Ela também pode apenas fazer parte de um núcleo cômico. A primeira personagem periguete de Deborah Secco foi a divertida e alpinista social Darlene em Celebridade. Sua personagem chegou a influenciar o estilo das telespectadoras na época
Divulgação/Globo
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Carol Macedo deu vida à personagem Sol do Recanto, em Fina Estampa. Na trama, a jovem queria subir na vida e ficar famosa cantando funk. De acordo com Claudino, a identificação do público é imediata: “É impossível não conhecer esse tipo de pessoa no cotidiano. O autor sabe que o público vai gostar. A personagem atrai diferentes públicos, independente da classe social”
Ellen Rocche defende personagem: “A periguete não é submissa”Divulgação/Globo
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Carolina Dieckmann também já viveu uma periguete na TV. Em Fina Estampa, Teodora tinha todos os elementos para virar uma grande vilã, mas identificação com o público foi tanta, que ela acabou tendo uma reviravolta, se tornando “mocinha”
Ellen Rocche defende personagem: “A periguete não é submissa”Divulgação/Globo
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O mesmo aconteceu com a Bebel, de Paraíso Tropical. Para Claudino Mayer, essas mudanças são muito comuns na teledramaturgia: “A construção dessa personagem, para o bem ou para o mal, é aberta. O público vai ajudar a decidir, assim como a atriz que imprime muita personalidade nela”
Ellen Rocche defende personagem: “A periguete não é submissa”Divulgação/Globo