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A novela Dona Xepa estreia nesta terça-feira (21) com a atriz Angela Leal no papel da grande protagonista. Em conversa com o R7, ela falou sobre sua personagem, suas referências e expectativas para o início da nova atração da Rede Record.
Texto e reportagem: Luiz Felipe Castro, do R7Anderson Borde/AgNews
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A novela escrita por Gustavo Reiz é uma adaptação da peça homônima de 1952, escrita por Pedro Block. Em 1977, Dona Xepa ganhou também sua primeira versão televisiva com a novela exibida na Rede Globo. Curiosamente, Angela Leal fez parte daquele elenco no papel de Regina e, 36 anos depois, retorna no papel principal.
Ela falou sobre sua personagem e ressaltou a importância que a feirante dá a seus familiares. Na trama, Arthur Aguiar e Thaís Fersoza serão seus filhos Édison e Rosália.
— A Dona Xepa é uma mulher tipicamente brasileira, que tem coragem de criar os filhos, trabalha, luta, quer formá-los. Ela tem uma frase muito bonita: “Eu sobrevivo, mas meus filhos vão viver”. Há uma grande diferença nisso. Ela quer o melhor pros filhos, ela não quer que se repita com eles o sacrifício que ela faz para viverAnderson Borde/AgNews
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Angela contou que o ritmo das gravações tem sido intensos, mas em clima de muita harmonia.
— Tem sido muito pesado, mas também muito gratificante, porque os companheiros são uma delícia, o grupo é muito unido e eu estou em dois núcleos. O da feira é muito engraçado, com grandes comediantes, é um prazer fazer. Já na casa da Xepa, o negócio pega, porque os filhos têm vergonha delaAnderson Borde/AgNews
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Em 1977, Yara Cortez deu vida à personagem de Dona Xepa. Perguntada sobre o que mais se lembra daquela novela, Angela citou justamente a atriz falecida em 2002.
— Eu me lembro muito da Yara (Cortez) que fazia a Dona Xepa. Ela foi minha mãe artística, sempre fui muito grudada nela, até porque ela era minha vizinha na vida real. Me lembro também que, misteriosamente, o elenco também era muito unido, como nesta versãoMichel Angelo/Record
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A admiração por Yara Cortez é tão grande que Angela diz se inspirar na primeira intérprete do papel. Ela, no entanto, garante que não há como abrir mão de toque pessoal em Dona Xepa.
— Eu faço duas homenagens. Primeiro, à senhora Alda Garrido, que estreou essa peça em 1952. Eu imito as expressões dela. E da Yara eu levo o andar e os cabelos brancos. Mas cada um é cada um, por mais que eu queira fazer igual à Yara ou à Alda, eu sou a Angela. E são as minhas emoções que vão estar ali presentesEduardo Enomoto/R7
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Em Dona Xepa, Angela sofrerá com a falta de aceitação de seus filhos. Por sua profissão e a forma popularesca com que se comunica com seus clientes, a protagonista sofrerá bullying de Édison e Rosália.
— A filha acha que a profissão da Xepa pode atrapalhar na sua ascensão social. Já o menino tem vergonha de ter vergonha. No colégio, debochavam do jeito da Xepa. Ele claramente foi vítima de bullying, que, aliás, na minha época não existia, era sacanear mesmo (risos)Munir Chatack/Record
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Angela Leal é mãe da atriz Leandra Leal e diz não ter sofrido a mesma falta de aceitação em sua casa. Com bom humor, no entanto, ela disse que já teve vergonha de sua mãe quando criança.
— Comigo aconteceu como filha, porque minha mãe era gorda e meus amigos sempre riam dela. Então, eu tinha muita vergonha quando ela ia ao colégio, mas isso é coisa de criança, né?! Como mãe, espero que não tenha acontecido (bullying). A Leandra (Leal) tem muito orgulho de mim e eu delaFelipe Panfili e Roberto Filho/AgNews
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Para compor seu personagem, Yara frequentou diversas feiras do Rio de Janeiro e em São Paulo e diz ter ficado encantado com este universo.
— O que eu mais gosto da feira são os versinhos. Essa comunicação dos feirantes que mais parece um cordel. Tem um verso que eu uso na novela que eu peguei de um vendedor de melancias na feira do Jardim Botânico no Rio: “Pode chegar freguesa, que a cachorra tá presa!”Munir Chatack/Record