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Palmirinha Onofre revela: "Fiquei entre a vida e a morte duas vezes"

Aos 83 anos de idade, a culinarista mais famosa do Brasil conta sua história

Famosos e TV|Aurora Aguiar, do R7

Palmirinha Onofre revela: "Fiquei entre a vida e a morte duas vezes"
Palmirinha Onofre revela: "Fiquei entre a vida e a morte duas vezes" Palmirinha Onofre revela: "Fiquei entre a vida e a morte duas vezes"

Considerada uma das culinaristas mais famosas da TV brasileira, Palmira Nery da Silva Onofre, a Palmirinha, é quem dá o tom simples e divertido do programa que leva seu nome no canal Fox Life.

Aos 83 anos, a apresentadora recebeu a equipe do R7 em seu estúdio, em São Paulo, com um sorriso enorme no rosto e uma imensa vontade de relatar os 26 dias que ficou internada à beira da morte, quatros meses atrás.

Na entrevista a seguir, ela conta os apuros que passou por causa da saúde, relembra as dificuldades que teve de criar suas três filhas e se emociona ao falar da época que apanhava da mãe e do marido, já falecido, dentro de casa.

O R7 manteve a entrevista original com má conjugação dos verbos, visando preservar a originalidade da conversa de nossa entrevistada, uma de suas marcas registradas.

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R7: Por que acha que as pessoas gostam tanto da senhora?

Palmirinha Onofre: Já me fizeram essas perguntas várias vezes, eu não sei. Talvez seja pela minha simplicidade, a minha humildade, talvez seja isso. Ou então pelas comidas que faço [risos]. Eu agradeço o meu público porque é muito carinho que recebo, em qualquer lugar que eu vou. Se estou em um shopping, se eu estou em uma lanchonete, num restaurante, eles veem com o maior carinho me cumprimentar. Hoje está muito difícil para eu sair, mas eu fico feliz de conhecer as pessoas, e dar um pouquinho do carinho que elas merece... Recebo um de cada vez, um tira foto, outro me dá um beijo, beija minhas mão, como se eu fosse um Deus. Mas a gente não é,né! A gente é aquela pessoa simples igual elas.

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R7: De onde surgiu o bordão “amiguinhas” usado pela senhora quando se refere às suas telespectadoras?

PO: Não foi pensado nem inventado. Foi uma coisa que saiu de mim quando eu comecei a fazer o programa sozinha na Gazeta. E aquilo nasceu. ‘Oi, minhas amiguinhas. Oi, meus amiguinhos’. Nasceu de mim num momento. É uma forma de retribuir tudo o que elas fazem para mim, porque o meu sucesso, é elas que fazem. Elas fazem parte desse meu sucesso.

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R7: Qual seu prato favorito?

PO: É frango com polenta. Adoro! Não sei se porque sou filha de italiano e minha mãe fazia muito macarrão, muito frango, muita polenta para gente. Que a gente morava no sítio e tinhas aquelas galinha caipira, então a gente comia muito essas coisas.

palmirinha alexandre frota
palmirinha alexandre frota palmirinha alexandre frota (Daia Oliver)

R7: Que lembrança a senhora guarda dessa época?

PO: Era uma época boa, porque eu tive uma infância muito triste [ela a apanhou muito da mãe quando era criança. Já o pai sempre a defendeu. Ele a mandou para São Paulo para morar com uma senhora francesa, com 6 anos de idade]. Meu pai gostava que a gente sentava todo mundo junto na mesa. Minha mãe não sabia ler nem escrever, mas ela sempre gostava de por uma toalhinha em cima da mesa. E como a gente morava no sítio, era muito difícil comprar uma. Minha mãe fazia muito pão de casa. Meu pai comprava sacos de farinha. E com aquele saco, depois que ela usava a farinha, ela alvejava aquele pano e ela desfiava cada um dos lados e fazia aquelas trancinhas, comose fosse uma renda e colocava em cima da mesa. Ela nunca aprendeu nada. Ela nunca soube nada. Mas ela fazia aquela rendinha trançada e punha na mesa para gente comer.

R7: Quem tem ensinou a cozinhar?

PO: Minha mãe. Eu tinha cinco aninho, era aquele fogão à lenha, ela colocava um banquinho pra mim mexer as panelas.

R7: A senhora se lembra do primeiro prato que fez?

PO: Foi uma carne de panela que minha mãe fazia. Era um lagarto, em uma panela de ferro, que a gente ia virando a carne, e ia pingando água até ele ficar macio. Não tinha panela de pressão, não tinha essas panela de alumínio, era tudo panela de ferro. E é isso que eu me lembro até hoje.

R7: A senhora teve uma infância difícil e um casamento conturbado no qual a senhora apanhava de seu falecido marido. Se pudesse voltar no tempo mudaria algo?

PO: Não. Acho que não. Apesar ter sido muito triste, acho que não. Porque o sofrimento, aquilo que eu passei de ruim, me ajudou crescer cada vez mais e a perdoar.

palmirinha alexandre frota
palmirinha alexandre frota palmirinha alexandre frota

R7: Qual prato a senhora nunca preparou?

PO: Jiló. Acho que porque eu não gosto. Nunca experimentei e todo mundo fala que é muito amargo. E eu penso muito na minha vida que foi muito triste, muito amarga, então eu nunca experimentei jiló.

R7: Teve alguma dificuldade em seu adaptar em frente às câmeras de TV?

PO: Como eu trabalhava sempre com o público eu me sentia à vontade. Mas apesar disso ainda faço muita coisa que não devia fazer.

R7: O que, por exemplo?

PO: Eu falo muita baboseira [risos]. Agora que meu programa tem convidados, eu faço muita brincadeira e quando eu entro na minha cozinha, os meus câmera man, ali, eu esqueço o que eu sou. Eu esqueço que eu sou a Palmirinha Onofre. Não me entra na minha cabeça todo esse sucesso. Eu penso: ‘não, não é possível. Eu não sou assim’. Então eu me esqueço de tudo.

R7: Já passou por alguma saia justa na televisão?

PO: Tem algumas coisas que até o CQC me pegou. Foi uma vez que o eu estava fazendo queijadinha. Fiz um merchandising. Essa vez eu me arrependi. E comigo tinha o Paulinho. E quando ele saiu ele disse: ‘que quero experimentar essa queijadinha’. Foi quando eu falei: ‘pode ficar tranquilo que hoje eu vou dar para todo mundo’. E aquilo foi uma loucura. ‘Dar para todo mundo!’ [risos] Foi uma coisa que até depois eu me senti mal. 

Palmirinha pergunta a Alexandre Frota se ele faria um filme adulto com ela
Palmirinha pergunta a Alexandre Frota se ele faria um filme adulto com ela Palmirinha pergunta a Alexandre Frota se ele faria um filme adulto com ela

R7: O que o dinheiro trouxe para a senhora que antes não podia comprar?

PO: Uma faculdade e um bom casamento, coisa que eu não tive. Achava que o estudo era muito importante. O que eu sei, aprendi na raça, aprendi sozinha. Fiz até o quarto ano. E a culinária que eu faço ajudou eu dar uma vida melhor para as minhas filhas. Sabe qual era o meu maior sonho? Não dar trabalho para elas. Eu só pedia para Deus e a Nossa Senhora Aparecida [mostra a medalha que carrega no pescoço]um quarti e cozinha para morar quando eu parasse. Sempre fui muito independente. Mas eu consegui e comprei até mais. Minha vida mudou bastante depois que eu entrei na televisão.

R7: Como está a saúde da senhora?

PO: Eu já fiquei entre a vida e a morte duas vezes. A primeira eu fiquei 45 dias internada, mais de dez dias na UTI, quando tive um câncer no útero, na década de 1980. Os médicos achavam que eu jamais fosse voltar. Eu ficava um pouco em coma e um pouco eu ouvia o que as pessoas falavam, mas eu não tinha reação. E eu viajava. Eu fui só uma vez para o inferno, porque era tudo preto. Mas eu fui logo para o céu. Eu estava ali na nuvem, com os anjo. Foi uma coisa muito bonita... Achei que eu ia morrer.

R7: E a segunda?

PO: Eu já estava aqui na Fox, foi em outubro do ano passado. Comecei a me sentir mal em casa. Eu jantei e passei muito mal. Foi quando me levaram para o hospital e descobriram uma infecção urinária. Eu tremia de frio. Minha voz nem saia. Fui para no hospital Osvaldo Cruz. Foi o doutor Luis Carlos Neves quem salvou a minha vida. Eu perdi dez quilos, era bem gordinha. A vontade de querer viver mais um pouquinho foi o que me fez levantar. Durante a vida toda eu não tive tempo de ficar com as minhas filhas. Trabalhava muito e não dava carinho para elas. E nessas duas situações eu só pedia para Deus que deixasse ficar um pouquinho mais com a minha família.

R7: A senhora assisti o BBB?

PO: Você quer que eu seja sincera? Não, eu não aceito aquelas coisas que acontecem debaixo do edredom. Tem pessoas que entra e são casadas e está lá por trás daquela coberta. Eu não sou quadrada, mas não aceito esse tipo de coisa.

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