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Eram as primeiras horas do ano de 1999. No acostamento de uma estrada no litoral paulista, cinco pessoas foram atropeladas por um carro de luxo a 150 km/h. Quatro garotas morreram. Quase duas décadas se passaram e o responsável pela tragédia, mesmo condenado, segue em liberdade
• Sede de Justiça: famílias esperam há 17 anos pela prisão de homem que atropelou e matou quatro jovens. ASSISTA!Montagem/R7
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As lágrimas de Angélica Fickerlscherer e os recortes de jornais guardados com tanto cuidado mostram que a família nunca se recuperou da morte de Ângela.
— Eu imaginei que a minha mãe fosse morrer junto com a minha irmã quando aconteceu
• Adolescente morre baleado após defender amiga na frente da escolaReprodução/Rede Record
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— Quando uma pessoa usa drogas, bebe, pega um carro e anda em alta velocidade, ela está assumindo o risco de algo acontecer, não só com ela, mas com outras pessoas. E foi o que aconteceu! Com ele não aconteceu nada, ele saiu intacto do carro, mas infelizmente as meninas faleceram
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Maria Aparecida Xavier ainda guarda o diário da filha. Para ela, é como se fosse uma relíquia.
— Quando eu me sentia muito triste, eu via
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Cristiane, a dona do diário, era muito amiga de Josiane, Karina e Ângela. As jovens, que tinham idade entre 16 e 19 anos, estavam juntas no Réveillon de 1999 e suas histórias foram interrompidas nas curvas da Rodovia Prestes Maia, mais conhecida como Mogi-Bertioga, uma estrada do litoral paulista, quando Marcos Vinícius Vilela Pascoal, de 25 anos, atropelou as quatro amigas
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O veículo de luxo não conseguiu fazer a curva e seguiu reto. As cinco pessoas que estavam paradas no acostamento foram atingidas. Além das quatro jovens, Reginaldo da Cruz, tio de uma das vítimas, teve ferimento graves, mas sobreviveu.
— Hoje sou uma pessoa inválida, não posso continuar trabalhando e esse caso está impune
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Segundo o processo, Marcos se recusou a fazer o exame que mede o consumo de álcool ou drogas no sangue, mas dentro do carro a polícia encontrou latas de cerveja e um cigarro de maconha
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A investigação aponta que o carro estava a 150 km/h na hora do acidente, quase o dobro da permitida
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A suposta mistura de drogas, álcool e excesso de velocidade levou o Ministério Público a denunciar o motorista por homicídio com dolo eventual, quando a pessoa assume o risco de matar
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Foi um dos primeiros casos de acidente de trânsito com esse tipo de acusação. Até então, as mortes, normalmente, eram enquadradas como homicídio culposo, quando a Justiça considera que o motorista não tinha a intenção de matar
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Marcos está em liberdade há 17 anos e só chegou a ficar preso por um mês após o acidente, mas foi liberado depois de pagar a fiança
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Somente 10 anos depois do acidente o motorista foi julgado pelo Tribunal do Júri no Fórum de São Sebastião e considerado culpado pela morte das meninas. O motorista foi condenado a mais de 12 anos de prisão, mas a defesa recorreu
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Como a condenação não era em última instancia, Marcos pode aguardar em liberdade. Cercado de bons advogados, conseguiu reduzir a pena para 10 anos e meio de detenção
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Depois de perder os recursos em todas as instâncias, ele, finalmente, teve o mandado de prisão expedido em 20 de julho de 2016
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Marcos não se apresentou à polícia e segundo o Tribunal de Justiça, já pode ser considerado foragido
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Há alguns dias, a polícia civil informou que fazia diligencias para prender o motorista. Em nota, o setor de capturas informou que continua fazendo diligências. Já são sete anos, desde a condenação
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Aparecida, a mãe da jovem que escrevia tudo em um diário, ganhou uma indenização por danos morais e materiais. O valor atualizado está em quase R$ 700 mil, mas a empregada doméstica nunca recebeu nenhum centavo desse dinheiro
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Ela não tem muitas esperanças em receber esse dinheiro.
— Não sei quando vai sair. Se sair, para mim, vai ser bom, mas se não sair também, está tranquilo. Vivi até agora sem nada. A única coisa que eu queria na minha vida era ela
• Adolescente morre baleado após defender amiga na frente da escolaReprodução/Rede Record
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De família rica, Marcos adotou o apelido Mick Ferrara depois do acidente. Em um vídeo institucional, ele aparece como diretor de uma empresa do setor de eventos, mas não como proprietário, segundo registros comerciais
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Em fotos nas redes sociais é possível ver que Marcos leva uma vida confortável, viaja para fora do país e se diverte com amigos
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Para José Beraldo, advogado das vítimas, 17 anos é muito tempo para aguardar por um resultado.
— A justiça brasileira é muito morosa. Nós temos um país onde os criminosos ficam protegidos sob o manto da impunidade, isso tem que acabar
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O advogado explica que o dinheiro da indenização precisa ser pago.
— Ele, por ser filhinho de papai na época, playboy, não tinha rendimento e não tem nada no nome dele, tanto que nós levantamos pelo Imposto de Renda, mas a família, ele como herdeiro, faltando o pai, faltando a mãe, ele herda, e a indenização será paga através da herança dele
• Adolescente morre baleado após defender amiga na frente da escolaReprodução/Rede Record
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Quando a irmã Ângela morreu, Angélica tinha somente 11 anos.
— Na hora, a impressão que a gente tem é que é mentira, a gente não acredita
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Aos 28 anos e mãe, ela se emociona ao pensar em tudo que sua família, em especial sua mãe, passou na época.
— Eu vi o quanto foi difícil!
• Adolescente morre baleado após defender amiga na frente da escolaReprodução/Rede Record
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Para amenizar a dor, Angélica pede justiça.
— Realmente, minha irmã não vai voltar, as meninas não vão voltar, mas a gente quer que ele seja preso, que ele sinta que não é assim que funciona
• Sede de Justiça: famílias esperam há 17 anos pela prisão de homem que atropelou e matou quatro jovens. ASSISTA!Reprodução/Rede Record
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Mais conformada com a situação, hoje, Aparecida ocupa seu tempo com a filha mais nova e com os netos
• Adolescente morre baleado após defender amiga na frente da escolaReprodução/Rede Record
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Com muito trabalho e sem a indenização a que tem direito, a empregada doméstica financiou uma casa para a família. Ao falar sobre Marcos, ela garante que não conseguiu perdoá-lo.
— Perdoar é uma palavra muito pesada. Eu só não guardo mágoa
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