-
Por dia, dez mulheres morrem vítimas de crime passional no Brasil, sendo que 70% dos crimes são cometidos por homens. O motivo é sempre o mesmo: eles não aceitam o fim do relacionamento. Contudo, nem sempre comportamentos extremos e passionais são praticados por alguém que tem alguma doença psiquiátrica. Em alguns casos, a explicação é simplesmente cultural relacionada ao machismo. O Hoje em Dia mostra como identificar os sinais de perigo em um relacionamento
• Crime passional: saiba identificar o perigo em um relacionamento. ASSISTA!Reprodução/Rede Record
-
Na última terça (20), Patrícia Correia, de 28 anos, foi feita refém pelo ex-namorado, Fabiano Crisóstomos, por 12 horas dentro do próprio quarto
• Assista ao Hoje em Dia na íntegra? Acesse o R7.com/PlayReprodução/Rede Record
-
O Grupo de Ações Táticas Especiais agiu depois de Fabiano colocar fogo em um colchão. Durante a ação policial, ele acabou morto, com um tiro no rosto
• Após três anos, a morte de Tayná permanece impune e família se revolta: "O caso ficou em segundo plano"Reprodução/Rede Record
-
Patrícia escapou foi torturada com uma faca no pescoço e ficou na mira de uma arma, sem saber que era de brinquedo. Apesar de todo o trauma psicológico, ela escapou com ferimentos leves. Em entrevista, Rosângela Correia, irmã da jovem, conta que ela está abalada, mas se recupera bem.
— O medo de morrer era gigante. Do jeito que ele estava lá, até a gente que estava de fora, não acreditava que ela ia sair viva. A gente tinha certeza ele ia matar ela
• Crime passional: saiba identificar o perigo em um relacionamento. ASSISTA!Reprodução/Rede Record
-
Rosângela lembra que o cárcere privado começou pouco depois do meio dia.
— Ele estava muito nervoso, não queria ceder em momento nenhum. Ele falou: "Eu não vim aqui para sair, ir para a delegacia e ficar de boa. Vou sair daqui depois que eu matar ela". Acho que ele pensou em matar ela e se matar também
• Assista ao Hoje em Dia na íntegra? Acesse o R7.com/PlayReprodução/Rede Record
-
Tudo aconteceu depois de mais uma tentativa frustrada de reatar o namoro.
— Parece que ele chegou no portão, uma hora antes de ele entrar, no intuito de conversar, tentar reatar, enfim. Ela falou que não queria reatar mais. Aí chegou um momento que ele alterou a voz e disse: "Você está mentindo!", e ela disse: "Não estou mentindo para você, Fabiano!". Ele empurrou ela para dentro do quintal e já fechou o portão. Nisso, ele entrou para dentro da casa dela e já trancou tudo
• Após três anos, a morte de Tayná permanece impune e família se revolta: "O caso ficou em segundo plano"Reprodução/Rede Record
-
Após seis anos de namoro e nenhuma suspeita do comportamento agressivo dele, o casal havia terminado há pouco mais de um mês. Vânia, mãe de Patrícia, se emociona ao lembrar os momentos de tensão vividos pela filha.
— Você nunca espera que vá acontecer isso!
• Crime passional: saiba identificar o perigo em um relacionamento. ASSISTA!Reprodução/Rede Record
-
Para a irmã, essa situação nunca foi algo imaginado pela família.
— Vejo na televisão, mas vivenciar uma situação é complicado. Se eu falar que eu vi ele agressivo, em momento algum. Eu jamais imaginava que ele iria fazer isso!
• Assista ao Hoje em Dia na íntegra? Acesse o R7.com/PlayReprodução/Rede Record
-
As atenções para a casa da jovem, no Itaim Paulista, zona leste paulista, já se voltaram para a região de Santo André, região metropolitana de São Paulo, no mais longo cárcere privado do país: o caso Eloá
• Após três anos, a morte de Tayná permanece impune e família se revolta: "O caso ficou em segundo plano"Reprodução/Rede Record
-
O ex-namorado da vítima de 15 anos, Lindemberg Fernandes Alves, foi preso, mas a adolescente não escapou com vida. O medo da família de Patrícia é que o desfecho se repetisse.
— Graças a Deus, ela está viva! Na hora, a gente pensa tanta coisa, tanta coisa que nem dá para explicar!
• Crime passional: saiba identificar o perigo em um relacionamento. ASSISTA!Reprodução/Rede Record
-
Há dois meses, no Rio de Janeiro, Bianca Estevam morreu asfixiada por um fio de telefone. Ela foi enforcada pelo ex-namorado, Douglas Fernandes, inconformado com o fim da relação
• Assista ao Hoje em Dia na íntegra? Acesse o R7.com/PlayReprodução/Rede Record
-
Quem também não aceitou o término foi Julio Cesar Nogueira, que esfaqueou a ex-namorada, Marcieli Regina Colin, com 15 facadas, em uma festa no Paraná
• Após três anos, a morte de Tayná permanece impune e família se revolta: "O caso ficou em segundo plano"Reprodução/Rede Record
-
Em Goiás, Adilton Cunha matou a marteladas a ex, Karina Carvalho Leite, e a filha dela, depois de terminarem o relacionamento
• Crime passional: saiba identificar o perigo em um relacionamento. ASSISTA!Reprodução/Rede Record
-
Em São Paulo, o empresário Luiz Carlos Leonardo se matou na frente da atriz Ana Paula Arósio com um tiro na boca por não aceitar o fim da relação
• Assista ao Hoje em Dia na íntegra? Acesse o R7.com/PlayReprodução/Rede Record
-
O psiquiatra Eduardo Ferreira dos Santos explica que há casos em que a ação violenta é desencadeada por algum transtorno.
— [As pessoas] Elas pensam o tempo todo sobre a mesma coisa e são compelidas a fazer atos que, muitas vezes, são atos agressivos. No transtorno obsessivo compulsivo, acontece esses tipos de desgraças, esses tipos de acontecimentos. Nos quadros psicóticos, onde a pessoa tem delírio de grandeza, tem dentro da cabeça dela a ideia da famosa Síndrome de Otelo, esses são quadros psicóticos, quadros psiquiátricos que exigem tratamento ou medicação
• Após três anos, a morte de Tayná permanece impune e família se revolta: "O caso ficou em segundo plano"Reprodução/Rede Record
-
Mas, nem sempre, comportamento extremos e passionais são praticados por alguém que tenha alguma doença psiquiátrica. Em alguns casos, a explicação é simplesmente cultural: uma criação machista, ou seja, homens que foram ensinados a encarar a mulher como uma propriedade e aprenderam a não perder nunca.
— Ele se desenvolveu acreditando que ele é possuidor, que as outras pessoas, uma namorada, um namorado, é propriedade ele. Esse é um desenvolvimento psicológico que aparece tanto em pessoas jovens, quanto em pessoas adultas
• Crime passional: saiba identificar o perigo em um relacionamento. ASSISTA!Reprodução/Rede Record
-
Eduardo, que estuda o tema há décadas, explica que durante o relacionamento é possível identificar alguns sinais de alerta, como, por exemplo, ciúmes exagerado, desconfiança constante, tom de voz agressivo, reações explosivas e violência física
• Assista ao Hoje em Dia na íntegra? Acesse o R7.com/PlayReprodução/Rede Record
-
Quando a possessividade não é um sintoma psicológico, os pais têm grandes chances de evitar tragédias ainda na infância.
— Uma coisa normal que acontece em torno dos três anos de idade é que a criança sente que o mundo está em volta dela, que ela é dona do mundo. Todo o brinquedo é meu e ninguém vai tomar porque aquilo é meu. Se ela ficar fixada nessa fase, em que eu sou dono de tudo, isso pode vir a repercutir, na fase mais adulta, nos relacionamentos afetivos. Se ele não souber lidar com isso, não souber lidar com a situação de exclusão, ele vai se tornar mais tarde uma pessoa extremamente possessiva, uma pessoa que não pode ser colocada de fora e se ela for colocada de fora vai gerar raiva, frustração e agressão
• Após três anos, a morte de Tayná permanece impune e família se revolta: "O caso ficou em segundo plano"Reprodução/Rede Record
-
Para o especialista, o risco pode ser diminuído em casa.
— Se na hora de educar um filho, os pais ficam atentos para essa fase do "é meu" e ensinar, neste momento, que ele pode perder, ele pode não ter, ele pode vir a ter frustrações. É uma coisa difícil para os pais frustrarem os filhos, mas é na frustração que se aprende
• Crime passional: saiba identificar o perigo em um relacionamento. ASSISTA!Reprodução/Rede Record
-
A orientação, claro, não é só para os meninos.
— A grande diferença entre os meninos e as meninas é uma velha postura, ainda das gerações passadas, onde o homem tinha uma posição prevalente na sociedade e a mulher ainda era a princesa que tinha que esperar o príncipe encantado. Essa imagem de que o homem é o provedor e, portanto, manda e patrocina, e a mulher é a submissa, aquela que deve responder aquele provedor, aquele patrão, que é o homem
• Assista ao Hoje em Dia na íntegra? Acesse o R7.com/PlayReprodução/Rede Record