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Mulheres, atenção! O amor nos tempos do Tinder exigeu que mulherada se prepare para ser deletada, sem sofrimento. O aplicativo, que surgiu para facilitar a paquera, também torna muito mais rápido o descarte das relações. Se antes as mulheres ficavam ansiosas para saber se o cara iria ligar no dia seguinte, agora a questão é: será que serei deletada no dia seguinte? Dar match com um cara, sair com ele, transar com ele, e, no dia seguinte, ser surpreendida pelo "descombinou" (o que faz o match do Tinder sumir), exige uma dose extra de auto-estima e auto-confiança. O R7 conversou com especialistas em Redes Sociais e Psicologia para explicar como se estruturar para tomar foras no Tinder sem se abalar.
Montagem R7/Getty Images
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Especialista em Marketing Digital e Mídias Sociais da Contenúto, Patricia Andrade Ladeira acredita que o Tinder simplifica os encontros, pois as pessoas começam no virtural e transferem para o real. Mas alerta: é um app gostei/não gostei, baseado na frivolidade da relação.
— Vai do objetivo da pessoa, mas é mais adequado a mulheres dispostas ao sexo casual. Muitas mulheres perguntam que tipo de foto deve usar. Depende do que você quer passar... Mas o usou e jogou fora é um pensamento mais comuns aos homens. Faz parte da natureza do homem. Em vez de ligar ou mandar um sms, eles aproveitam o Tinder, onde não há nenhum compromisso moral. Não quero mais, vai ali mesmo, deleta, e a pessoa desaparece.Divulgação
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Para Patricia, a relação do mundo online é mais descomplicada.
— Tem casais que saem do Tinder e vão para uma relação mais estável, mas é um aplicativo formatado para o encontro casual. Não se deve esperar muito. O importante é a mulher ajustar a expectativa.Divulgação
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Para a psicoterapeuta Andrea Vaz, as pessoas que entram no aplicativo de relacionamento, não tem nem como reclamar depois.
— A pessoa está vulnerável a isso. Não tem nenhum tipo contrato, a pessoa topa sair com aquela pessoa só de olhar a foto. Ela vê o perfil, acredita naquilo, e vai embora. Ponto positivo é que tem pessoas que realmente se acertam, mas, a principio, é perigoso. Você não sabe com quem você está falando, não sabe se o que a pessoa está dizendo é verdade, e as pessoas se expõem.Getty Images
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O Tinder traz só primeiro nome, não dá nem para pesquisa mais, o pode ser muito mais grave, na opinião de Andrea Vaz.
— Essa geração do mundo virtual parece não ter consciência do perigo, somada à carência afetiva. As pessoas entram em um aplicado, falam com quem não conhecem, não sabem nem se aquela pessoa existe, se é um perfil fake, vâo indo, marcam um encontro e depois acabam deletados, bloqueados. Não é um problema da vida virtual. A pessoa se sujeita a isso, ou por falta de maldade, ou porque precisa.Getty Images
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Para a psicóloga, a responsabilidade é daquele que aceita o joguinho.
— A pessoa normalmente não sabe com quem está se relacionando. O outro some, é um tiro no escuro.Getty Images
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A mulher também tem de ter a consciência de que, em sua maioria, os homens têm perfil no Tinder somente para transar com qualquer pessoa, e isso pode ser uma rotina na vida dele.
— É tudo muito fácil, hoje pega uma, amanhã vai procurar outra. A mulher tem de ter essa consciência. Há mulheres que também gostam disso, das relações casuais, aí não tem sofrimento.Getty Images
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Depois do encontro, é natural que a dose de fantasia sobre um possível relacionamento aumente. Mas, para a psicóloga Andrea Vaz, a chance é remota, uma vez que o aplicativo é focado em sexo casual.
— Não sabe brincar, não desce pro play. A mulher precisa saber que a chance de encontrar um safado é enorme. Quando a paquera se dá em ambientes reais, como uma festa, um barzinho, as pessoas estão cara a cara, ela não estará sozinha, pode ser que dê certo ou não. Mas se envolvem todos os sentidos.Getty Images
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A dica é uma só: quem não agüenta essa dose de fantasia, não deve ter o aplicativo. Se envolver e ser deletado gera uma tremenda frustração. Abrir o Tinder, no dia seguinte, e perceber que o fulano "descombinou", não faz bem para ninguém. Fica a sugestão da psicóloga Andrea Vaz:
— Não consigo ver um ponto positivo nisso. O ser humano ainda não precisa disso.Getty Images