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A relação íntima entre dois casais é sempre um ponto forte dos relacionamentos. Mas e quando o casal, ou um dos parceiros, não consegue ficar um dia sem sexo? A partir de que momento é possível falar em compulsão ou dependência sexual? A psicoterapeuta da Rhava Psicologia, Andrea Vaz, explica quais são os principais sinais de que o desejo sexual passou do limite, como identificar o problema e qual a melhor forma de enfrentar o assunto
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Segundo Andrea Vaz, quando a pessoa alega dependência sexual, normalmente é uma das partes que reclama de que outro quer transar todo dia.
— Quando vem com uma queixa, uma das partes reclama. Quem gosta muito está invadindo a intimidade do outro. Falam coisas como "meu marido quer todo dia, quer demais, vai acabar me traindo, tomar nojo, acaba com o relacionamento". As mulheres temem perder seus parceiros e sentem dificuldade em lidar com a situaçãoGetty Images
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Também é muito comum as mulheres acabarem cedendo a alguns desejos, também por receio de perder o relacionamento.
— Vamos considerar uma mulher que não goste de sexo anal, mas o marido gosta. Ele começa a pressionar, a mulher não quer, mas acaba cedendo para não perder aquele homem. Quando chegam ao consultório fazendo uma queixa intima nesse nível, é sinal de que estão num relacionamento totalmente errado, porque a pessoa está se sujeitando para manter um parceiroGetty Images
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Para a piscoterapeuta Andrea Vaz, as mulheres também costumam se reprimir e não expressam seus desejos.
— É muito mais comum do que se imagina. Elas têm medo de dizer o que não gostam, e o sexo como amor vai parando de existir. Isso é muito comum com mulheres mais velhas, o sexo já acabou, mas o casamento continua. Hoje é solucionável, a dependência financeira é muito menor, e as mulheres precisam entender que podem ter uma vida pela frente. Se elas não querem se sujeitar sexualmente, não precisam se sujeitarGetty Images
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Segundo a especialista, o principal indicativo de que há uma dependência sexual instaurada no casal é quando a pessoa passa a sofrer.
— Os transtornos de sofrimento, como a compulsão sexual, a compulsão afetiva, têm a estrutura fincada no sofrimento, e é preciso procurar ajuda para aprender a lidar com isso, esse sexo que não gosto, com amar demais. É o sofrimento que faz a pessoa procurar ajuda. Não há julgamento para detectar quem gosta demais. Há parceiros que se resolvem, encaram outras experiências, vão a casas de swing. Mas se você não serve para esse tipo de relação, e se ele mudar, ele também vai sofrer, há algo errado. Não cabe julgar, mas a pessoa precisa se respeitar dentro do relacionamentoGetty Images
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A maioria dos pacientes Andrea Vaz atendeu até hoje foram mulheres com problemas afetivos, especialmente na área sexual.
— O sexo dentro de um relacionamento vale 50% daquela relação. Quando há problemas de dependência sexual, tende a ficar muito ruim. Muitas querem salvar o casamento e imaginam ser possível consertar a maneira de o outro pensar e agirGetty Images
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Andrea ressalta uma verdade: ninguém pode modificar o outro. No máximo, é possível ajudar, orientar, ver o problema de outra forma.
— É sofrido, porque é um momento de tomada de consciência da pessoa. Para curar uma compulsão sexual, ela se descobre como pessoa, alguém que ficou tanto tempo se sujeitando a uma relação. É uma nova forma de ver e lidar com a vida.Getty Images