"Não era bem isso que eu queria!"
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Cobre a lateral do seio mas é tão baixo que parece que vai cair. Fica bem no busto, mas deixa o bumbum de fora. Como é difícil comprar biquíni!
Em tempos de sol forte e temperaturas próximas aos 40 graus, não faltam reclamações de amigas e colegas de timeline sobre a dificuldade de encontrar um biquíni bom, bonito e barato. Para muitas brasileiras, o "tamanho certo" de biquíni parece um objetivo distante.
A publicitária Bianca Colombo Mioto, de 23 anos, mora em cidade praiana, mas reclama que precisa bater perna até achar um modelo que agrade o suficiente para merecer a compra.
— Meus seios são grandes e minhas costas são finas. Então, um modelo grande de feixo fica folgado.
Ela veste G na parte de cima, mas a calcinha do biquíni precisa ser tamanho M. Por isso, Bianca só pode comprar em lojas que vendem as peças separadas.
— Além disso, gosto da parte de baixo grande e aqui no Brasil geralmente só tem modelo mais cavado.
A publicitária Gabriela Araújo, de 21 anos, conta que tentou montar um novo look para a praia quatro vezes nos últimos meses, e depois de muito garimpar, voltou para casa de mãos abanando.
— Geralmente os biquinis vêm o conjunto, e aí, como tenho o busto pequeno, a calcinha sempre fica minúscula. Quando são avulsos, não tem calcinha de tamanhos razoáveis, só coisa muito pequena.
E ela garante que nem é tão exigente assim.
— Quando não encontro exatamente o que queria eu pego um que não tenha gostado muito, mas que sirva, ou seja, que cubra minimamente e seja confortável.
Alguém me ajuda?
Parece injusto que uma peça com tão pouco pano cause dores de cabeça tão grandes, mas para a consultora de estilo e professora de cursos de Moda da Escola São Paulo, Manu Carvalho, o problema não está na modelagem dos biquínis.
A professora explica que o crescimento na oferta de produtos deixou o consumidor brasileiro acostumado a comprar com facilidade. No entanto, ele ainda não aprendeu a consumir com consciência.
— As pessoas não gostam da experiência de compra e gostariam que fosse mais fácil. Mas tem que buscar, olhar a peça no corpo de frente e de costas, e se não for do tamanho certo, buscar mais.
Manu afirma que o Brasil está no melhor momento de moda praia. Há marcas para mulheres jovens e maduras, peças conceituais, biquínis de estilo pin-up e tantos outras opções. Segundo ela, o Brasil nunca esteve tão plural de conceitos, ideias e tamanhos.
Segundo a professora, a vantagem da variedade é que todos os nichos são atendidos, e a desvantagem é que há muitas lojas para garimpar até a opção correta aparecer.
— Com muitas opções a consumidora tem mais buscas, mas também tem mais chances.
O conselho de Manu é sair com tempo e disposição e foco. Sem isso, há grandes chances de a consumidora adquirir uma peça que não goste muito, apenas para atender à necessidade de ter um biquíni para a praia ou a piscina. E logo o biquíni vai parar no fundo do guarda-roupa.
Ela recomenda assumir que comprar roupas dá trabalho e exige tempo e dedicação. Às vezes, é preciso garimpar por dias até encontrar uma única peça perfeita.
— Consumir moda não é como ir ao supermercado, onde você pega o produto que precisa e põe no carrinho.
Veja as dicas de Manu para facilitar as compras:
— Saia de casa sabendo o que você quer. Uma compra sem foco fica sempre mais cara e você acaba aceitando qualquer coisa;
— Saiba, antes de começar a experimentar, o que fica bem no seu corpo. Procure informações e se conheça. Um biquíni cortininha dá sustentação para os seus seios? Uma calcinha com babados vai ficar bem em um quadril muito largo?
— No provador, se observe de frente e de costas. Dê alguns passos para ver como o corpo se mexe dentro da peça;
— O que ficou para dentro do biquíni e o que ficou para fora? Às vezes o modelo é lindo, mas não acomoda bem os seios ou o bumbum.