-
A pesquisadora Hellen Taynan, 30 anos, chegou a ver a balança marcar 105kg. Ela, que tinha tendência à depressão, só saia de casa se fosse para algum passeio gastronômico. A briga com o peso começou aos 18 anos, após terminar um relacionamento.
— Sempre tive muita tendência a ser uma pessoa deprimida, mas quando estava no auge do peso, com 105 kg, não tinha autoestima alguma. Me odiava e me autodestruía com a comida. Não tinha vida social e só saia de casa se fosse para comer. Nada me animava e eu comia o dia inteiro. Eu comia até passar mal... Sempre tive o corpo mais cheinho, mas nunca fui gorda. Dançava e fazia teatro desde a infância. Comecei a engordar aos 18 anos, após um término de namoro. Fiquei deprimida, tomei usei antidepressivos e encontrava refúgio na comidaArquivoPessoal
-
Com a obesidade, vieram os problemas de saúde, assim como as humilhações. A paraibana relembra uma compra em que o vendedor afirmou que quase nada serviria. Ela, que estava no manequim 52, também não tinha opções de roupas que entrassem em seu corpo.
— Uma vez, fui a uma sapataria e precisava comprar um sapato que tivesse altura porque meu pé era muito gordo, e o rapaz que me atendeu disse que só chinelos serviriam. Eu tinha apenas duas combinações de roupas para sair e em casa ficava sempre com camisolas largas. Tinha dificuldade para andar, pois meu calcanhar doía demais. Roncava muito e tinha sérios problemas no fígado e de colesterol. Em 2011, já estava com diabetes tipo 2 e uma síndrome plurimetabólica que dificultava a perda de pesoArquivoPessoal
-
Depois de tentar inúmeras dietas sem resultado desejado, Hellen se convenceu de que a cirurgia bariátrica seria a solução. Ela teve o pedido negado na primeira tentativa, mas realizou o procedimento na segunda vez, em 2011.
— Quando estava na fase de reunir os laudos que autorizavam a cirurgia, a psicóloga negou afirmando que eu comia como fuga e não teria estrutura psicológica para resistir ao alimento, o que poderia ocasionar problemas pós-operatório. Desisti da cirurgia por seis meses, até que uma endocrinologista disse para minha mãe que eu estava propensa a ter um ataque cardíaco e o procedimento era necessário. Meu médico me encaminhou para outro psicólogo, que explicou que a insatisfação com minha imagem era o maior problema e, que com o emagrecimento, eu melhorariaArquivoPessoal
-
Três anos depois da cirurgia bariátrica, Hellen emagreceu 30 kg, chegando a pesar 75 kg. Os médicos queriam que ela perdesse mais dez, mas a pesquisadora não conseguiu. Com o emagrecimento, as doenças relacionadas a obesidade sumiram.
— Eu ainda estava cheinha, mas saudável! Não tive anemia, o diabetes foi curado, colesterol estava em ótimos níveis, triglicérios abaixo do normal, mas o meu metabolismo continuava lento e não praticava exercícios físicos. Em outubro do ano passado, decidi que teria o corpo que sempre sonhei. Iniciei uma dieta por conta própria e cheguei a pesar 54 kg. Fiquei fraca, meu manequim diminuiu muito. Cheguei a usar roupas tamanho 34ArquivoPessoal
-
Com a perda drástica do peso, a pesquisadora contou ao R7 que teve problemas para conseguir viver sua rotina porque estava bastante fraca.
— A nutricionista me proibiu de fazer atividades físicas porque eu não tinha energia para gastar, de tão deficiente que estava a alimentação. Tive que me disciplinar em horários e no que eu comia. Consegui entrar na academia, e desde então, estou com 59 kg. Bem mais saudável e com manequim 36/38. Os exercícios físicos tornaram-se rotina na minha vida. Antes eu odiava, agora amo e não me vejo sem praticar as atividades. O prazer de me ver magra é imensurável! Meu Instagram (@hellentaynan) tem quase 2 mil fotos, já fui até convidada para ser modelo. Imagina isso! Realmente é mais do que tudo que eu pensei!
Acesse o R7 Play e assista gratuitamente à programação da Record quando quiserArquivoPessoal
-
Hellen garante que não tirou alimentos de seu cardápio, apenas evita tomar refrigerante. Nem chocolate, que é seu vício, ela deixou de lado. Aprendeu a escolher versão mais saudáveis dos alimentos, como o doce mais amargo.
— Estou há um mês sem refrigerante, por saúde mesmo e não pelo emagrecimento. Chocolate eu era viciada, não vivia sem. Inclusive, cheguei a comer uma caixa e duas barras do doce em apenas um dia... Agora, como o chocolate mais amargo, tomo café só com adoçante, suco sem açúcar. Não como frituras... Desenvolvi a consciência do que me faz bem e como moderadamente. O processo torna-se natural. Dá uma sensação muito boa resistir às tentações gastronômicas. Me sinto feliz e orgulhosa disso!ArquivoPessoal