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Após revisitar o repertório da mãe Elis Regina, Maria Rita volta ao samba no novo disco, Coração a Batucar, que chega às lojas no dia 8 de abril. A cantora paulista conversou com o R7 sobre sua carreira, os filhos, o marido e sua paixão pelo samba. Confira!
Texto e entrevista: Rodrigo Teixeira, do R7, no RioCristina Lins / Divulgação
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Pela primeira vez, Maria Rita assina sozinha a produção de um disco.
— Esse disco é todo meu, é tudo parte dessa caçoleta maluca aqui. Eu só não compus, não me atrevo a isso. Vem do samba que eu tenho em mim desde criança, de olhar uma porta-bandeira de uma escola de samba e ficar maravilhada. Aquela coisa da bateria que representa o movimento de um ano inteiro voltado para aquiloCristina Lins / Divulgação
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Sem medo de entrar em polêmica, Maria Rita deu risada quando a reportagem do R7 a indagou sobre Aguinaldo Silva. O autor deixou claro que se a cantora cantasse a trilha de sua próxima novela, Falso Brilhante, da Globo, ele desistiria de escrever a novela.
— [Risos] Eu não acho nada, eu não respondo a este tipo de agressividade. Ele só cometeu um erro, não existe a música Falso Brilhante, um espetáculo que tem esse nome.Cristina Lins / Divulgação
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Com 12 anos de carreira e ganhadora de seis prêmios Grammy Latino, Maria Rita disse que está com o olhar mais madura para o samba.
— Vem de mim esse novo trabalho. O Samba Meu foi para mostrar o que eu gosto de cantar o que eu curto no samba. O Coração a Batucar vem livre disso. Para mim é uma continuidade do outro, mas mostrando um novo momento meu no samba e de não precisar mostrar nada para ninguém.Cristina Lins / Divulgação
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A canção do atual trabalho é Rumo ao Infinito, uma composição de Arlindo Cruz com Fred Camacho e Marcelinho Moreira. Uma escolha da gravadora que emocionou Maria Rita.
— A música de trabalho quem escolheu foi a gravadora, faltava coisa no disco ainda e as músicas estavam em ordem alfabética. Quando em uma reunião da gravadora tocou Rumo ao Infinito, a sala que tinha umas 20 pessoas explodiu. Era gente aplaudindo, gritando e eu falei: “Ainda não acabou o disco” [risos]. Todos queriam saber que música era aquela. Eu fiquei de olho na galera do departamento de vendas, de rádio e divulgação, quem entende do negócio de verdade. Eu entendo de cantar e eles de fazer o negócio acontecer. Eles que escolheram. Eles não se metem no meu, daí eu preferi não opinar. Foi uma boa escolha da turma porque ela é muito bonita.Cristina Lins / Divulgação
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Maria tem uma relação muito íntima com sua nova música de trabalho, algo que a faz se emocionar de verdade.
— Quando eu recebi essa música dos compositores eu chorei. Ela tem uma história muito verdadeira, uma melodia muito bonita, ela é toda redonda e as pessoas se identifica com ela. Até hoje eu me emociono ao cantar essa música.Cristina Lins / Divulgação
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Maria Rita é fã do compositor Arlindo Cruz. Só de escutar uma música dele, sabe decifrar que é de sua autoria.
— Eu tenho uma relação tão bacana com o Arlindo que eu posso ouvir uma música dele, inédita, na voz de quem for, que eu vou saber que é dele. Ele é um compositor que tem uma assinatura e tem uma forma ímpar de compor e escrever. Ele tem uma estrela muito dele. Eu não componho, não tenho o menor talento para isso, eu fujo!Cristina Lins / Divulgação
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Maria Rita tem consciência das comparações que o público faz dela com sua mãe Eis Regina. Algo que ela encara com naturalidade, orgulho e maturidade.
— Isso aconteceu e o samba meu trouxe isso. É um movimento natural de público, realmente não foi intencional, muito pelo contrário, mas eu entendo esse movimento! As pessoas talvez tenham mais lembranças da minha mãe cantando MPB e aquelas músicas que são hinos. Fica marcado bastante isso, eu vi um vídeo recentemente, ela dá uma sambadinha, eu falei: "caraca"! Não é a toa que as pessoas me acham parecida com ela, naquela sambadinha, aquele sambinha meio tímido, às vezes faço isso no palco instintivamente.Cristina Lins / Divulgação
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Para Maria Rita, é um equívoco a ideia de não querer ser comparada a mãe. O que nunca a agradou foram as afirmação que de ela imitaria a mãe.
— Filhos são parecidos com seus pais, ninguém é filho de chocadeira, pelo amor de Deus! As comparações são naturais e são também naturais as semelhanças e ponto pacífico. O que era uma confusão e eu não aceitava eram as acusações de que eu a imitava. Fizeram uma teoria de conspiração, uma doideira e eu falava: “Vai lavar uma louça, vai ler um livro, vai escutar uma música” [risos]. Essas acusações me ofendiam muito. O bom que hoje isso não existe, não tenho que passar recibo de nada. Hoje em dia, não tenho que provar nada a ninguém.Cristina Lins / Divulgação
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Maria Rita não escuta as músicas dá mãe porque ainda dói a perda de Elis.
— É uma confusão que as pessoas ainda querem fazer sobre referência que recebi dele ou dicas. Minha morreu eu tinha quatro anos. Eu não lembro dela! Um dia durante uma entrevista eu indaguei uma repórter: "Sabe por que eu não ouço minha mãe? Porque dói, dói em mim mais que em qualquer fã". Essa agressividade gratuita que existe, esse revanchismo uns com os outros é ruim. Disseram que eu fui para fora do Brasil para estudar minha mãe... Uma loucura!Cristina Lins / Divulgação
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Maria, que mora no Rio de Janeiro há sete anos, confessou a R7 que é cativante o clima do bairro de Santa Teresa e que seu sonho é morar na Urca, na zona sul da capital fluminense. A cantora brinca que ficar presa no trânsito de frente para o mar tem o seu valor.
— Eu moro na zona sul do Rio. Eu moro aqui no Rio há sete anos. Quando eu morava em São Paulo, o Rio me fazia muito bem, me acalmava esse contato com a natureza. Eu acho importante ver o verde, a montanha, o horizonte, ver o mar. Você estar preso no trânsito e poder olhar para o mar é um luxo.Cristina Lins / Divulgação
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O que motivou Maria a deixar a cidade de São Paulo foi o “excesso de informação” da cidade.
— Eu sou super exigente, eu sou super centralizadora. Eu fico no melhor dos dois mundos, eu moro no Rio e continuo indo muito à São Paulo, meus melhores amigos estão em São Paulo, eu também tenho uma vida lá.Cristina Lins / Divulgação
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O que incomoda a cantora é o assédio dos paparazzi.
— O assédio me incomoda. Quando eu me mudei para o Rio eu me mudei para a Barra justamente para não ter que lidar com paparazzi. Hoje eu já lido melhor, já entendo como funciona, onde estão... Quando eu não estou a fim eu não vou onde eles estão, quando não estou nem aí, eu vou [risos].Cristina Lins / Divulgação
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O que mais deixa a cantora chateada é quando a invasão da privacidade de seus filhos está em questão.
— Para mim enquanto pessoa com carreira pública já não é um drama, mas invadir a privacidade dos meus filhos me incomoda. Aí eu vivo esse dilema constante. A experiência ajuda a enfrentar.Cristina Lins / Divulgação
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Dona de si, Maria Rita não se incomoda com as questões que levantam a seu respeito. Mas vira uma fera quando seus filhos estão em pauta.
— Falar vão falar mesmo, inventar vão inventar mesmo, mas tem um limite. Se quer tirar foto minha saindo de um restaurante, dizer que eu estou mais vestida, isso não tem problema nenhum, mas meus filhos, onde eles estudam, onde eles moram, isso não!Cristina Lins / Divulgação
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Maria Rita é mãe de Antonio, do relacionamento com o cineasta Marcus Baldini, e de Alice, fruto do seu amor pelo guitarrista Davi Moraes, filho de Moraes Moreira.
— Eu sou completamente apaixonada pelo Davi, sou besta, babaca, ridícula! Ele é um bom pai, um bom homem, eu o admiro muito o talento dele, a relação que a gente tem. Eu sou bestamente apaixonada pelo meu marido.Cristina Lins / Divulgação
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Maria Rita já faz os últimos retoques para o seu show de estreia que será realizado no dia 26 de abril, na Fundição Progresso.
— No momento eu estou focada no show. Eles esta 80% fechado, falta o protótipo do cenário que eu preciso bater o martelo e devo ir à São Paulo para resolver isso. Figurino já está na fase de produção final, a luz eu tenho ainda reunião para finalizar. A ansiedade começa a tomar conta...Cristina Lins / Divulgação