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Entre 2002 e 2007, Belo passou um dos momentos mais críticos da vida pessoal. O cantor foi acusado de associação ao tráfico de drogas após sofrer grampos de conversas telefônicas que mantinha com Waldir Ferreira, o Vado, apontado pela polícia como gerente do tráfico na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio.
Nos áudios interceptados pela Justiça, o traficante pede R$ 11 mil para comprar um "tecido fino". Em troca, o músico receberia um "tênis AR".
Para a polícia, "tecido fino" era cocaína e o tênis, um fuzil AR-15. O cantor se entregou à polícia em 5 de junho de 2002, após passar uma semana foragido. Ele ficou detido por cerca de um mês, até garantir um habeas corpusDivulgação
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No dia 4 de novembro de 2004, por unanimidade, o cantor foi condenado a oito anos de prisão, em regime fechado, por tráfico de drogas e associação para o tráfico. A pena, inicialmente de seis anos, foi aumentada, porque, na visão do desembargador Flávio Magalhães, Belo teria "conduta censurável por ter repercutido de forma desfavorável nos admiradores adolescentes"
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Mas a prisão de Belo não foi comum de nenhum ponto de vista. Apesar de sempre reforçar que não era culpado pelos crimes que foi acusado, o cantor não colaborou com a Justiça em várias ocasiões. Além de ter ficado foragido no início das investigações, ele confessou posteriormente que mentiu sobre ter dito que a voz no grampo telefônico não era dele.
Em dezembro de 2003, o cantor gravou um vídeo no qual disse ter negado, em um primeiro momento, a conversa por orientação dos advogados no início do processo. Vado, o outro pivô do processo, morreu ainda em 2002, durante confronto com policiais militaresDivulgação
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Quando finalmente a sentença saiu, Belo não se entregou de maneira fácil. A polícia precisou entrar na casa do músico. E, mesmo assim, as autoridades precisaram se esforçar para descobrir o paradeiro do pagodeiro, que se escondeu em um fundo falso no próprio quarto
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No mesmo inquérito que indiciou Belo também estavam o presidente da Associação de Moradores do Jacarezinho, Antônio Carlos Ferreira Gabriel, o Rumba, O traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, acusado da morte do jornalista da Rede Globo Tim Lopes, o sargento da PM Jucimar Pereira de Carvalho, flagrado combinando assaltos com traficantes do Jacarezinho, e mais outros 11 envolvidos
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Durante o período preso, Belo foi transferido algumas vezes. Inicialmente, ele foi levado para o presídio Ary Franco. Depois, Belo foi transferido para o presídio Evaristo de Moraes e, no final de março de 2005, voltou para o Ary Franco
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O motivo foi inusitado: Belo estaria levando uma vida confortável demais. A transferência ocorreu após agentes encontrarem um celular e um videogame na cela que ele dividia com outros quatro presos. No entanto, nunca ficou confirmado se era ele mesmo o dono
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Mas se Belo não tinha essa regalia, um livro escrito por Leo Dias e Leslie Leitão pretende provar que ele dispunha ao menos de um quarto com espelho no teto para receber visitas íntimas
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Segundo eles, Viviane Araújo foi em todas as visitas íntimas liberadas ao cantor, até ele a trair com uma mulher chamada Leia. Depois disso, Belo começou a se envolver com Gracyanne Barbosa, com quem está até hoje e que teria ido às visitas íntimas do cantor na reta final da prisão.
Em entrevista ao Extra realizada em 2015, ele confessou que detentos com dinheiro podiam ter algumas vantagens. "Todo preso que tem uma condição financeira, que pode melhorar a sua hora de dormir, uma visita íntima, é claro que vai ter. Não é uma regalia", confessou à épocaDivulgação
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E na cadeia Belo também não abandonou a música. Por lá, ele era requisitado para cantar em cultos de uma igreja evangélica que funcionava dentro da Penitenciária Ary Franco, o que manteve ele conectado com a arte e o fez cria um vínculo religioso. Belo cumpriu 4 dos 6 anos de prisão e teve a pena extinta pela Justiça em 2010
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