Maria Bethânia e Chico Buarque dividem o palco do Tom Brasil
Leo Franco/AgNewsA Estação Primeira de Mangueira pintou o Tom Brasil, na zona sul de São Paulo, de verde e rosa na noite de quarta-feira (27). A escola de samba carioca trouxe para a capital paulista o Show de Verão, que neste ano homenageou a cantora Maria Bethânia. Se a apresentação contasse ponto no Carnaval, a agremiação já poderia comemorar o campeonato.
Antes de falar sobre o show em si é preciso lembrar que não é todo dia que se tem dois enredos da Mangueira dividindo o mesmo palco. Chico Buarque ajudou a verde e rosa a vencer o Carnaval de 1998, com Chico Buarque da Mangueira. A cantora, por sua vez, é a estrela de 2016, no enredo Maria Bethânia: A Menina dos Olhos de Oyá.
Essa, aliás, não será a primeira relação entre a irmã de Caetano Veloso e a escola carioca. Em 1994, Bethânia participou da homenagem aos Doces Bárbaros no desfile Atrás da Verde e Rosa Só Não Vai Quem Já Morreu.
Chico e Bethânia não dividiam o palco há 14 anos e a homenageada da noite exaltou o encontro.
— Tenho amigos de dentro dessa escola espetacular, escola da poesia. Muito obrigado por essa noite. É uma alegria voltar ao palco com Chico Buarque. E uma alegria para mim, uma menina de Santo Amaro (BA), ser enredo de uma escola de samba como a Mangueira.
No palco, diversos artistas gabaritados se revezaram para cantar músicas que já foram sucesso na voz de Bethânia. A apresentação começou ao som de Mel, interpretada por Mariene de Castro, que já deixou o público em clima de euforia.
Sombrinha deixou as pessoas em pé para cantar Gota D’água e Apesar de Você. Ângela Rô Rô — e sua voz inconfundível — relembrou Gota de Sangue e Fogueira, sucessos de sua autoria cantados por Bethânia.
— Ela é de uma generosidade. Faz um bem à carreira da gente, à alma da gente.
Figurinha carimbada da verde e rosa, Rosemary soltou o vozeirão e foi ovacionada ao interpretar Eu Preciso de Você e As Canções que você fez pra Mim/Fera Ferida. Um dueto da portuguesa Carminho com Alcione emocionou — a ponto de algumas pessoas da plateia chorarem. As duas cantaram Sangrando, sucesso de Gonzaguinha.
Mostrando que integração é a palavra de ordem quando o assunto é Carnaval, o verde e rosa deu lugar ao azul e brando da Vila Isabel, para Mart’nália, e ao verde e branco da Império Serrano, para Pretinho da Serrinha. “Vou contar uma historinha. Maria Bethânia, quando tinha uns 20 aninhos, gravou um disco só com músicas de Noel [Rosa]. Ou seja, Vila Isabel. Dá licença, Mangueira!”, brincou a sambista, que fez graça o tempo todo que esteve no palco.
Chico Buarque participa de todo Show de Verão da Mangueira
Leo Franco/AgNewsChico, que participou das 14 edições do Festival de Verão, surgiu arrancando gritos do público e cantou Anos Dourados. No meio de Olhos nos Olhos, entrou Maria Bethânia. Eles ainda dividiram o palco em Noite dos Mascarados. Nessa hora, acabou-se a divisão de lugares. Todo mundo ficou em pé para celebrar a noite.
Sozinha, a cantora seguiu o show com Carcará e Reconvexo. Em O que É, O que É, a bateria da verde e rosa subiu no palco. Era o sinal que estava na hora de Bethânia puxar o samba em sua homenagem, já na ponta da língua de todo mundo que lá estava.
No bis, a Mangueira, desta vez sozinha, relembrou os carnavais Brazil com “Z” é pra Cabra da Peste, Brasil com “S” é a Nação do Nordeste (2002), Atrás da Verde e Rosa Só Não Vai Quem Já Morreu (1994) e Chico Buarque da Mangueira (1995).
Foi o fim de uma noite que não vai ser esquecida tão cedo para os fãs samba, Carnaval e MPB. A apresentação teve direção de Túlio Feliciano e produção assinada por Vinicius França. Se o Verão é a estação preferida da maioria dos brasileiros, ele ficou ainda melhor com as cores verde e rosa.
Acesse o R7 Play e assista à programação da Record quando quiser