Protagonistas tem a vida mudada depois de conhecer Bruce Spingsteen
DivulgaçãoSeja um livro, um filme, um jogo ou uma música, existem obras de arte que dão um estalo dentro de cada um de nós. Enquanto uns podem achar uma bobagem tremenda, para o momento e a vida de outros, aquilo pode ser fundamental para uma transformação, uma aceitação do que se é ou do que o cerca.
A Música da Minha Vida é um filme que inspira este tipo de pensamento, não só para si próprio, mas para como os outros podem mudar por conta de uma obra artística que não tenha tamanha relevância para você.
Javed vê sua vida mudar ao se apaixonar por Springsteen
DivulgaçãoBaseado em uma história real, o protagonista Javed (Viveik Kalra) é um filho de paquistaneses que mora em uma pequena cidade da Inglaterra e vive seus dilemas de jovem escolar enquanto tem de enfrentar preconceitos por sua origem. Sua forma de extravasar também tem relação com a arte. Os poemas que esconde para si só ganham leitores quando uma professora o instiga e quando ele conhece "The Boss".
Para muitos, quando o artista é apresentado por tal alcunha, ainda se tem dúvidas, mas para os fãs, já é certa a participação de Bruce Springsteen na trilha sonora.
O artista de Nova Jersey, com suas letras cotidianas e batida contagiante acabam por gerar uma transformação enorme na vida de Javed, sua relação com os pais, com amigos, mulheres e, principalmente, com sua obra como escritor.
O trio de protagonistas tem boa química e protagoniza cenas de pura alegria
DivulgaçãoA trama tem lá seus clichês e sabe quais botões apertar para alcançar um lugar confortável com o público, mas não deixa de ser interessante, com bons diálogos e confrontos verossímeis, que fazem qualquer um se relacionar com a briga entre gerações representada por pai e filho.
Um personagem que pouco aparece, mas que demonstra um brilho próprio é o vizinho da família paquistanesa. Apesar da aparência carrancuda, é ele quem acaba abrindo os olhos de muitos para uma situação que Javed se força a conviver, forçando certa naturalidade, mas que sempre merece repúdio.
A atuação e entrega de todos os presentes em cena faz com que cada personagem ganhe mais dimensões, ajudados por uma bom roteiro, e apresentem mais do que o simplismo de um namorada ou de um amigo que se vai.
O diretor, que inicia a projeção com uma edição frenética, digna dos tradicionais clipes musicais, acaba diminuindo este tom e deixando maior espaço para que a própria história e as relações de todos os personagens se desenvolvam.
Para muita gente, Springsteen pode ser um desconhecido ou até mesmo um músico ruim, mas A Música da Minha Vida demonstra como a arte pode trazer sentimentos distintos a cada um. Levando até um cético pai a se questionar se "esse tal Springsteen não é paquistanês".