Biel é acusado de assédio sexual por repórter de 21 anos
Reprodução/InstagramA denúncia de assédio sexual contra Biel não mudou só a vida do cantor, como também a da sociedade baladeira — como são conhecidos os seguidores do funkeiro. Nas redes sociais, as fãs declaram apoio total ao cantor e se mostram abaladas com as críticas que ele tem recebido.
No boletim de ocorrência, registrado na 1ª Delegacia da Mulher de São Paulo, consta que o funkeiro disparou frases como “se te pego, te quebro no meio” e “te estupraria rapidinho” para a jornalista de 21 anos durante uma entrevista. Áudios da conversa já vazaram na imprensa e comprovam a versão da repórter.
Em sua defesa, Biel diz que não entende como as pessoas não levaram a sua atitude na brincadeira, enquanto o pai dele, Sergio Rodrigues, afirma que "isso é coisa plantada para prejudicar meu filho".
No meio de tanta polêmica, as fãs do funkeiro continuam na defesa incondicional do cantor, subindo tags para ele e comprando briga nas redes sociais.
O amor incondicional das fãs por Biel tem provocado críticas e o questionamento: elas não consideram a possibilidade dele ter feito algo de errado? Para a psicóloga Priscila Gasparini, trata-se de um amor incondicional.
— Quando as pessoas elegem um ídolo, ele é totalmente perfeito. Então, eles se apoiam, se curam, é como se fossem de uma tribo onde todos se defendem. Lutam por ele como se lutassem por elas.
Nas redes sociais, algumas fãs de Biel afirmam que o ídolo errou, mas esclarecem que se mantém ao lado dele por amor. Outras culpam a autora da denúncia e os críticos, acusando-os de tentar destruir a carreira dele.
Para Gisela Castanho, psicóloga especialista em adolescentes, o caso vai além do fanatismo por Biel. A defesa incondicional ao funkeiro e as ofensas à vítima refletem o machismo enraizado na sociedade brasileira.
— O que me chama atenção é que vivemos numa sociedade violenta e machista, na qual esse tipo de atitude [assédio sexual] é visto com naturalidade. Elas não veem o erro e a cultura da violência porque é o que elas vivem todos os dias. Ensinaram a elas que falar essas coisas para uma mulher é normal. É uma questão cultural.
Além disso, a especialista ressalta que a relação entre um fã e seu ídolo, principalmente na adolescência, é muito forte. “Elas escolhem o ídolo como perfeito e se sentem parte de algo maior a partir do momento em que se projetam naquela pessoa que faz sucesso”, pondera.
Essa relação se torna perigosa quando a adolescente deixa de pensar por si mesma, tomando como verdade absoluta tudo o que vem de seu ídolo.
— Essa idolatria oferece um risco quando ela aceita tudo que vem dessa pessoa. As pessoas devem fomentar o pensamento crítico e aproveitar esse momento para discutir não só esse caso, como a cultura machista como um todo. Não é normal o que aconteceu, é um absurdo. É preciso que a sociedade, professores, pais... que todos se concientizem e mostrem para essas meninas que assédio não é cantada.
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