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Em 30 anos, o axé acumulou vários momentos marcantes para os artistas que fazem parte desse movimento que mudou para sempre a música popular baiana. Para explicar o sucesso do gênero, reunimos 10 passagens importantes esses músicos que construíram a identidade do axé, começando pela parceria do Olodum com o rei do pop Michael Jackson
"O reconhecimento internacional foi importante para o Olodum, pois ajudou a banda a excursionar pelo exterior. Na nossa história, não tem como deixar de citar as participações que fizemos em músicas de Paul Simon, Michael Jackson, Wayne Shorter, Alpha Blond e Jimmy Cliff"
João Jorge, diretor do OlodumReprodução
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"O momento mais marcante foi quando subimos em um trio elétrico no carnaval de Salvador, em 1996. Fomos a primeira banda de samba do Recôncavo Baiano a tocar em cima de um trio. Antes de nós, as bandas de lá só se apresentavam em palcos. Quando subi no trio, tive aquela sensação maravilhosa de ver o público acompanhar a gente. Foi inesquecível"
Compadre Washington, vocalista do É o TchanAgência Estado
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"Fui o primeiro artista de axé a levar um trio elétrico para fora do Brasil, durante a Copa do Mundo de 1990. Na época, estava na Banda Beijo. Os shows que realizei em várias cidades do país foram todos cheios. Isso prova o quanto o nosso gênero estava pronto para estourar fora do país, antes mesmo de ser uma unanimidade por aqui"
Netinho, ex-vocalista da Banda BeijoDivulgação
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“Quando o Missinho saiu da banda, Bell assumiu os vocais. Gravamos o disco Gritos de Guerra em 1986 e não sabíamos se íamos manter o sucesso com essa mudança. Para nossa surpresa, o projeto vendeu 800 mil cópias e isso despertou o interesse de Chacrinha, que à época nos convidou 23 vezes para o programa dele. Essa exposição ajudou a ampliar nosso sucesso fora da Bahia”
Wadinho Marques, tecladista do Chiclete com BananaAgência Estado/Divulgação
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"Para mim, foi quando os blocos saíram do momento de sofrimento, do gueto e começaram a vir pela rua, maiores, com trio elétrico, com patrocinadores. Na verdade, ele nasce no gueto, nos blocos afros e ganha as avenidas, saindo daquele momento precário e florescendo nas ruas"
Sarajane, uma das precursoras da axé music sobre o nascimento dos triosReprodução/Facebook
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"Substituir Netinho na Banda Beijo foi importante para a minha carreira e até hoje é uma passagem importante da minha vida. Foi ali que aprendi a dominar um palco, produzir shows e ser uma artista mais completa"
Gilmelândia, ex-vocalista da Banda BeijoDivulgação
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"É difícil responder, tivemos vários momentos maravilhosos. Talvez quando a gente começou a mostrar o nosso trabalho no Festival de Jazz de Montreux. Esse foi um dos momentos mais importantes da história do axé, porque a gente conseguiu ultrapassar essas fronteiras"
Tatau, vocalista do Ara Ketu sobre o show na Suíça em julho de 1994Reprodução/Facebook
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"No Carnaval de 1989, eu era backing vocal e subi no trio para ver o encontro dos trios na praça Castro Alves, na madrugada de terça para quarta. Ademar, Luiz Caldas, Armandinho, Baby Consuelo, Caetano Veloso, Gilberto Gil... Eram tantas pessoas, foi um momento mágico. O dia já tava amanhecendo, Armandinho tocando Bolero de Ravel, todos os músicos das bandas eram excelentes. Esse foi o momento mais marcante pra mim"
Carla Visi, ex-vocalista da banda Cheiro de Amor sobre o encontro de trios de 89Arquivo pessoal
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"Chacrinha foi o cara que abriu as portas para mim. É até difícil falar dele sem me emocionar. Ele me conheceu num concurso de rádio em Salvador, onde me escolheu dentre tantos outros artistas. Participei do programa dele e foi lá que ensinei a Dança do Pinto. Depois de um tempo, gravei meu primeiro disco no mesmo estúdio em que ele estava gravando o dele. Foi quando me pediu pra cantar a música Fricote da Terezinha. Foi muito emocionante participar desse trabalho com ele, que era mais que um amigo para mim"
Zé Paulo, um dos expoentes do axé no fim dos anos 80 sobre ChacrinhaMontagem R7/Arquivo pessoal
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"Com certeza, um momento marcante para mim foi quando vi o trio elétrico, invenção de meu pai Osmar em parceria com Dodô, se transformar nessa peça essencial para o axé e Carnaval. A evolução que ele teve nesses 64 anos é impressionante"
Armandinho, guitarrista, ex-integrante do A Cor do Som e filho de Osmar, da dupla com Dodô
Você reconhece o axé só pela coreografia? R7 vai às ruas testar a memória do povo com os sucessos da BahiaDivulgação