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O rosto por trás de dezenas de personagens marcantes da TV brasileira tem nome: Orival Pessini. Aos 71 anos, ele se autodeclara o ator famoso mais desconhecido do Brasil. Isso porque, apesar de diversas participações em novelas, filmes e séries nas quais aparece de cara limpa, foi com as máscaras de látex produzidas em seu ateliê que Pessini se tornou popular
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É dele a autoria de personagens como Patropi, Sócrates e Charles (do Planeta dos Homens) e de Fofão, que acaba de lançar um DVD com clipes e em 2016 volta aos palcos. Acredite: Patropi não é uma pessoa. Pessini diz que é sempre uma surpresa quando explica que por baixo do rosto dessa figura hippie há alguém bem diferente.
— Até carta de mulher interessada pelo Patropi eu já recebi. Alguns ainda se espantam quando descobrem que o Fofão não tem a cara dele e, sim, a minhaEduardo Enomoto/R7
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Apesar do realismo das máscaras de Pessini, ele revela que jamais estudou artes plásticas. A atuação como escultor aconteceu por acaso e foi fruto de experimentos autodidatas
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Em 1975, ele criou um molde da própria cabeça (que é usado até hoje) e começou a criar máscaras com o melhor látex disponível naquela época.
— O látex de boa qualidade é aquele usado para fazer bico de mamadeira e preservativos. É com um parecido que trabalhoEduardo Enomoto/R7
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Mas embora seja resistente, as máscaras foram refeitas várias vezes durante estes anos de atuação. A do Fofão, Orival assume que foram pelo menos umas cem vezes. As demais, ele calcula a fabricação de pelo menos uma por ano.
— Depois de pronta, aplico cabelo e os detalhes necessáriosEduardo Enomoto/R7
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Orival garante que todos os personagens têm um pouco da personalidade dele, por isso nenhum foi fruto de encomenda das emissoras. Ele sempre criou e apresentou para os diretores de TV, que geralmente aprovaram. Apenas Fofão tem uma história diferente
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Boni, que à época comandava a Rede Globo, pediu para que ele criasse um personagem infantil para o programa A Turma do Balão Mágico. Mas deixou Pessini livre para ousar. Foi quando ele pensou em desenvolver algo que fundisse características de vários animais. Assim surgiu o Fofão, que para ele é uma mistura de porco, urso e cão São Bernardo.
— Já teve pai que me falou: “nossa, mas é um bicho muito feio”. Feio para você. As crianças não têm personalidade formada para julgar se ele é ou não feio. Acho que rola inveja com o sucesso do Fofão, tanto que criaram todos aqueles boatos de que o boneco vinha com punhal e vela dentro. Isso nunca existiu.Divulgação
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Após o sucesso no programa infantil, Fofão ganhou espaço na Bandeirantes, onde ficou no ar por seis anos (1986-1989 e 1994-1966). Ao todo, gravou sete álbuns e fez show pelo país inteiro, em apresentações que chegaram a reunir 40 mil pessoas em estádio
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Não é o mesmo sucesso que ele aguarda nesse retorno do personagem. Mas Pessini tem certeza que os trintões e quarentões que assistiram Fofão na TV não vão perder a oportunidade de revê-lo nos palcos.
— Fiz um show de madrugada que reuniu vários adultos no Rio Grande do Sul. Também tenho um projeto com os outros personagens e que está indo muito bem. Mexo com a nostalgia das pessoasEduardo Enomoto/R7
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Mas Pessini também aparece com a cara limpa por aí. Recentemente, ele interpretou um padre em Amores Roubados e atuou como dono de um acampamento no filme Carrossel, que já foi visto por mais de 3 milhões de pessoas.
— Aí de vez em quando tem gente que pergunta por onde eu ando. Eu ando é na calçada, porque na rua seria atropelado. Brincadeiras à parte, tenho trabalhado bastante. Os personagens são ícones da nossa TV
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