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O ano de 2015 foi o mais positivo na carreira de Simone e Simaria. Com o sucesso da música Meu Violão e Nosso Cachorro, as coleguinhas deixaram de ser apenas um fenômeno regional e se transformaram em uma das duplas femininas mais populares do Brasil.
Mas o sucesso sempre vem acompanhado de grandes responsabilidades. Com esse estouro, as irmãs baianas viram suas agendas se transformar em uma sequência de viagens pelo Brasil. Isso causou um distanciamento da família por pelo menos cinco dias da semana durante todo o ano passado.
— Essa é a pior parte. Mas quando vamos viajar em trechos mais curtos e de avião, sempre levamos os filhos e maridos.
Mas elas não reclamam — muito — dessa condição. Afinal, a realização de até 30 shows por mês (em algumas oportunidades se apresentando duas vezes por noite), garantiu a elas o conforto que não existia na infância.
De origem humilde, as cantoras criavam as próprias bonecas com sacos de pano cheios de areia. Ex-backing vocals de Frank Aguiar e da banda Forró do Muído, elas enfrentaram altos e baixos na carreira, chegando a passar fome em um período que tentaram emplacar a carreira em São Paulo.
A cidade que fechou as portas para a dupla uma vez, agora abre espaço para realização de shows no Centro de Tradição Nordestinas e Guarapirão nesta noite de sexta-feira, 8 de janeiro. Os ingressos estão quase esgotados antes mesmo da apresentação.
— É sempre emocionante tocar aqui, porque para nós é como se fosse a volta por cima.
Em entrevista ao R7, Simone comenta esse bom momento na carreira, conta como lida com a inveja feminina e a cobrança pelo corpo perfeito e ainda abre o jogo sobre o que faria se tivessem no lugar de Ivete Sangalo no episódio em que a baiana flagrou o marido "cheio de conversa" com uma mulher durante um show.
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R7 — O sucesso de Meu Violão e Nosso Cachorro foi um dividor de água na carreira de vocês?
Simone — Com certeza. Quebrou aquele estigma de que só fazíamos sucesso no Nordeste. E é uma música muito bonita, carregada de sofrência. Além disso, nosso DVD também é muito popular e isso ajuda na divulgação da nossa imagem pelo BrasilDivulgação
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R7 — O que mudou na vida de vocês nos últimos dois anos?
Simone — Não muito, porque somos pé no chão. Somos cantoras de verdade e damos mais importância à música do que às fofocas. Então, para nós é algo muito positivo. Sempre corremos atrás desse momento durante a vida toda. Graças a Deus, chegamos láDivulgação
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R7 — Ouvi dizer que vocês já querem gravar um novo DVD. Isso é verdade?
Simone — Sim. Em 2016, vamos fazer o novo registro, mas por enquanto está tudo em abertoDivulgação
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R7 — Assim como a Anitta, vocês administram a própria carreira. Como é lidar com essa responsabilidade?
Simone — Foi a melhor escolha que fizemos. Já fomos enganadas tantas vezes por empresários, que é melhor estar à frente dos negócios. É trabalhoso, mas nada vem de graça, né? A Simaria manda muito bem nessa parte. Ela é tipo um homem de saia e administra um negócio composto por 40 pessoas. Hoje, só terceirizamos a venda de shows, que está com a Audiomix (escritório responsável pela carreira de Jorge e Mateus)Divulgação
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R7 — Vocês vão cantar no Carnaval. Como é a preparação para aguentar cinco horas de trio?
Simone — Não tem preparação nenhuma. Cantamos cinco horas e, se não aguentamos, tiramos o salto e continuamos descalças. Mas depois também vamos tirar 20 dias de férias para recuperar o fôlego pro resto do ano
Simone e Simaria cantam e encantam o Roberto Justus +Divulgação
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R7 — Tem sido difícil encontrar tempo para ficar em casa com os filhos?
Simone — Passamos cinco dias da semana na estrada, em viagens de ônibus e avião. Quando o show é em lugar de fácil acesso, com transporte aéreo, até levamos a família. Mas quase não temos tempo para ficar em casa mesmo. A Simaria até reclama um pouco, porque gostaria de curtir mais a casa dela. Mas isso fica para os dois dias de descanso, quando fazemos uma festa e reunimos a família e os amigos. O marido tem que entender essa rotina. Aliás, só doidos namoram músicosDivulgação
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R7 — Falando em namorar cantores, você viu a reação da Ivete quando uma mulher foi conversar com o marido dela durante um show? O que você faria?
Simone — Claro que vi. A família de Ivete é linda. Eles são muito fofos. Outro dia, ela nos convidou para ir à casa dela, já que o filho ama nossa música. Mas, se tivéssemos no lugar dela, eu faria o mesmo. Somos humanas, sentimos ciúmes. Acho que num caso como esse o homem até se sente amado. Já aconteceu isso em um show nosso. Fora que tem mulher que faz isso para se promover e provocar mesmoReprodução/Instagram
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R7 — Você acha que rola muita inveja das cantoras famosas?
Simone — Isso acontece, mas não muito com nós. Desde a nossa participação no programa do Rodrigo Faro que nosso público feminino só cresce. Hoje, 80% é composto de mulheres. E elas nos respeitam demais, porque somos um exemplo de postura profissional e pessoal para elas. Nos nossos shows rola muito respeito. Raramente ouvimos algum homem gritar "gostosas" para nós. Mas a inveja sempre existe, é inevitável, principalmente para quem se expõe demaisDivulgação
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R7 — Vocês sofrem cobrança para, além de cantar, apresentar o corpo perfeito em cima do palco?
Simone — Sempre tem quem critique. Eu que sou gordinha já até me incomodei mais. Hoje desencanei. Estamos no palco para cantar. Temos vaidade, mas não é exagerada. Não vamos ser modelo de beleza porque nosso interesse é fazer música, não posar nuas. E fora que nem sobra tempo para malhar. Tem dia que fazemos dois shows em uma noite. Quando temos tempo livre, vamos é ficar com a família
Simaria, da dupla com Simone, é a Kim Kardashian brasileira. Veja looks da cantoraDivulgação
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R7 — A música já deixou vocês ricas?
Simone — Nossa infância foi muito dura. Não tinha dinheiro para roupa e a boneca era um saco de pano com areia dentro. Hoje podemos ter algum luxo. Se quisessémos, poderíamos parar de cantar, pois já investimos nosso dinheiro em imóveis e estamos sossegadas. Mas pensamos bastante em nossos filhos. Queremos deixar uma vida bem confortável para elesDivulgação
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R7 — Mas o começo da carreira foi difícil, principalmente quando vocês tentaram a vida em São Paulo, certo?
Simone — Ah, sim. Costumo dizer que São Paulo nos apresentou as duas faces. Quando tentamos ser famosas aí, no início, a gente passou fome e não conseguimos nada. Agora, voltamos para a cidade e fazemos shows lotados, como o que aconteceu no Centro de Tradições Nordestinas, em 2015. É sempre emocionante tocar aqui, porque para nós é como se fosse a volta por cimaMarcelo Brammer/Studio Brammer/Divulgação