O funk se aproxima cada vez mais da música pop. No Brasil, isso é um fenômeno que se consolida desde Claudinho e Buchecha e ganhou mais força com os sucessos recentes de Anitta, Ludmilla, Valesca, Naldo e Gui
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MC Biel, de 19 anos, não tem o menor pudor de assumir que pega carona nessa onda. Nascido em Lorena, interior de São Paulo, o cantor se distancia do discurso social, das letras obscenas e faz a linha sex symbol do funk (o primeiro da história?).
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Um sintoma disso é o fato das seguidoras de Biel se interessarem tanto pelas músicas do cantor, quanto pelas fotos do "tanquinho" que ele publica nas redes sociais. É só dar uma olhada no Instagram do funkeiro e notar a quantidade de imagem sem camisa e na academia. Ele explica que essa relação nas redes sociais cria uma sensação de intimidade entre ele e as fãs e "um clima de muita azaração".
— Eu provoco, elas jogam indireta. Às vezes até acontece de ficar com uma fã. Eu sou solteiro. Então, ok. E as que não são fãs, acabam se tornando quando me conhecem melhor.
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Esse destaque em shows e na internet interessou a gravadora Warner Music, que investe no primeiro disco de Biel, previsto para sair em outubro
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O projeto já teve uma música lançada. Demorô mostra que Biel quer mesmo assumir o apelido de "Justin Bieber brasileiro" em suas próximas gravações, pois está cada vez mais pop e distante do funk.
— O funk foi minha porta de entrada na música. Hoje sou pop. Não tenho compromisso nenhum com o funk. Meus fãs não criticam essa postura. Tem gente que fala mal, mas eu não estou nem aí. Não saí de família humilde e nem conquistei tudo que tenho por conta do funk. Nunca neguei que minha realidade é bem diferente e por isso levo minha carreira sem acha que tenho uma dívida eterna com o estilo
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O discurso de Biel mostra que ele não está preocupado com quem critica suas músicas
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E olha que não são poucos. Nos comentários de YouTube, muitas pessoas dizem que ele inclusive deveria tirar MC do nome artístico, porque funkeiro ele nunca teria sido.
— A galera critica bastante, mas é normal. Rola inveja, mas eu não me preocupo. O funk é o novo pop e a galera precisa entender que é normal que os artistas sejam mais profissionais e invistam em estrutura e produção nas músicas. Não dá para ficar preso só ao gueto
Para seguir essa tendência, Biel diz que em breve deixará de fazer dezenas de shows pequenos pelo país para se focar em apresentações maiores e melhores produzidas. O novo show do cantor terá dançarinas e banda, como reza a cartilha da música pop.
— Usher, Justin Timberlake e a banda Melanina Carioca são minhas referências nessa nova fase. A cada passo que dou, aumentam minhas responsabilidade. Ando ansioso com esses novos compromissos. Se eu já passo mal antes de entrar no palco hoje, imagina quando o projeto que temos para 2016 estiver pronto? Vou ter que me acalmar para enfrentar esses desafios.