Jake Bugg está em turnê pelo Brasil pela segunda vez em um ano
Reprodução/LollapaloozaO cantor Jake Bugg tem apenas 20 anos, dois álbuns lançados e incontáveis elogios da crítica. O inglês de Nottingham estourou com o seu primeiro single Lightning Bolt, lançado em 2012, e logo lotaria shows pelo Reino Unido.
Tanto sucesso logo chamou atenção dos brasileiros e, em abril deste ano, integrou o line-up do festival Lollapalooza, em São Paulo. Interagindo pouco com o público e dizendo “Thank You” ao final de cada música, Jake Bugg fez apresentação tão lotada quanto o headliner Soundgarden.
Menos de noves depois, o cantor resolveu que já era hora de voltar ao Brasil para uma nova rodada de shows! Agora em sua passagem pelo Brasil, bati um bate-papo com Jake Bugg pelo telefone, com o mesmo tom sério pelo qual ficou conhecido. Na conversa que durou aproximadamente sete minutos, ele falou sobre sua primeira vinda ao Brasil, influências musicais e sua segunda paixão, o futebol.
Jake Bugg havia feito sua primeira apresentação no país na noite, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Aproveitei para perguntar se ele experimentou a bebida típica da região, chimarrão. Junto da resposta negativa, ele perguntou do se tratava. Expliquei que é uma bebida comum na região e seu modo de preparo.
— Vou experimentar na próxima!
Durante toda a conversa, Jake economizou nas palavras e manteve o jeito seco. Ele ainda deixou claro que realmente não gosta de dar entrevistas “de jeito nenhum”, mas se sente menos incomodado em falar sobre música e futebol. Ainda assim, se mostra surpreso quanto ao seu sucesso pelo mundo.
Confira, a seguir, a conversa entre esta fã que vós fala e seu ídolo:
Quando veio ao Brasil pela primeira vez, você visitou uma favela em São Paulo. Como você se sentiu? [O cantor foi à favela de Heliópolis, região sudeste de São Paulo]
JAKE: Foi fantástico e um choque. Ao mesmo tempo, todo mundo lá foi muito bacana.
Você jogou futebol aqui no Brasil, mas acabou de forma confusa.
JAKE: Confuso como?
No fim do jogo eles disseram que ganharam, mas você disse que vocês venceram.
JAKE: Na verdade foram dois jogos, um nós realmente perdemos, que foi contra o [Esporte Clube] Cidade Nova. Mas aí jogamos outra vez à noite e o outro time tentou dizer que venceu, mas eles não venceram.
Você planeja uma revanche para resolver isso?
JAKE: Sim, eu gostaria! Mas não sei se terei tempo suficiente.
Sobre suas influências musicais, eu sei que é um pouco cliché, mas você é muito comparado ao Bob Dylan. Como você lida com isso?
JAKE: Eu apenas ignoro. Eu não ligo.
Mas você gosta de suas músicas?
JAKE : Claro, ele é um grande compositor. Mas ele não é uma das pessoas que me influencia.
E quais são suas influências?
JAKE : Ah, você sabe, o que soar bem... Blues, jazz, reggae, country, rock. Se é uma boa música, é uma boa música!
Você poderia citar alguns nomes?
JAKE : Johnny Cash, Neil Young, Ramones talvez, Jimmy Hendrix, Beatles…
Falando nisso, Paul McCartney vai tocar essa noite em São Paulo. Vai tentar ir ao show?
JAKE : Eu não sei, eu não acho que fui convidado, mas seria bem legal!
Sério? Você já o viu ao vivo?
JAKE : Não, nunca.
Você começou a escrever suas próprias canções aos 14 anos. Você sente alguma diferença no que você costumava escrever antes e agora?
JAKE : Eu gosto de pensar que estou evoluindo. Eu suponho que quando eu fui ensinado a escrever músicas, minha meta era muito mais “não se importar com críticas” do que é hoje.
E as pessoas pedem para você tocar essas músicas mais antigas?
JAKE : Sim, às vezes. Mas na maioria das vezes, elas são tão antigas que mal consigo me lembrar de metade delas.
Seu último álbum se chama Shangri La. Por que o nome?
JAKE : O estúdio o chamou de Shangri La, e eu tive uma experiência muito prazerosa produzindo o CD e acabou nomeando o álbum.
Seu show no Lollapalooza estava quase tão cheio quanto o headliner Soundgarde, não se você sabia disso. Você esperava essa recepção das pessoas?
JAKE : Sabe, eu sempre fico surpreso quando as pessoas gostam da minha música. Foi uma ótima experiência e é ótimo viajar pelo mundo.
Notei que você está sempre muito sério, inclusive em seus shows. Por quê? É timidez ou por que você prefere se concentrar na música?
JAKE : Ah, eu realmente não gosto de dar entrevistas. Para ser honesto, eu não gosto delas de jeito nenhum. A menos que conversemos sobre música ou futebol.
Então vamos falar sobre música. Qual foi o último disco que você comprou?
JAKE: O último disco... Foi de Andrea Bocelli.
E com quem você gostaria de fazer um dueto?
JAKE: Kurt Coubain, talvez