Chris Pratt e Bryce Dallas Howard, os protagonistas de Jurassic World — O Mundo dos Dinossauros
DivulgaçãoNeste filme, o parque finalmente foi aberto ao público
DivulgaçãoAs crianças do filme também são bastante carismáticas
DivulgaçãoQuando O Mundo Perdido — Jurassic Park, segundo filme da franquia de dinossauros, estreou lá em 1997, meu avô levou todos os seus sete netos em uma excursão para o cinema. Quer dizer, todos menos um: eu. Considerado muito novinho para assistir ao filme, me deixaram de fora do passeio. Devia ter uns 6 anos e eu amava dinossauros, muito em parte por conta dos desenhos Em Busca do Vale Encantado, então não entendi porque tinham me impedido de ir, mas diziam que eu ia me assustar com aqueles dinossauros.
Também não esqueço que, antes do terceiro filme estrear, aluguei o primeiro e o segundo (ainda em VHS, pois eram os anos 90). Hoje eu entendo o que os adultos queriam dizer, já que as criações de Steven Spielberg eram absurdamente reais e redefiniram a visão dos dinos no imaginário das pessoas pelo mundo. O que os adultos da minha família talvez não tenham percebido naquela época era a magia por trás da experiência de ver dinossauros "vivos", andando por aí, por mais amendrontadores que fossem. E a tensão nos filmes era mais uma coisa relacionada com aventura do que com medo. Aquele tipo de adrenalina boa, que empolga.
Mais de duas décadas depois, chega aos cinemas nesta quinta-feira Jurassic World — O Mundo dos Dinossauros, quarta parte da franquia. Fui convidado pela Universal Pictures para assistir ao filme e não tinha como não sentir aquele "gostinho" de nostalgia.
Para quem está ansioso para saber, posso adiantar: o novo filme é bem divertido. Primeiro porque o parque que começaram a construir lá em 1993 finalmente superou os inúmeros contratempos, acidentes e tragédias e abriu suas portas ao público. Aliás, a trama começa 10 anos depois que o parque foi inaugurado. O sucesso foi muito grande na primeira década, mas agora o empreendimento precisa de novidades para atrair mais público, e é aí que começam os problemas. Como trazer os dinos de volta à vida usando a genética não é mais um fator de surpresa para as pessoas, os cientistas do parque decidem criar um dinossauro que nunca existiu, o Indominus Rex, cruzamento de várias espécies. Mais inteligente, o animal consegue escapar de seu recinto e causa pânico por onde passa.
Aquela tensão dos filmes anteriores também existe aqui, mas parece ainda maior, já que temos muito mais gente na ilha. Além de que o Indominus Rex é mostrado de um jeito que Spielberg (agora produtor) adora, sempre aos poucos. Uma unha, um olhar assustador, os dentes, tudo num estilo de suspense que só faz aumentar o nervosismo, como em Tubarão, também do diretor.
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As cenas de ação fazem a gente dar aquela semicerrada nos olhos ou ficar inquieto na cadeira. O grande clímax é simplesmente um show de entretenimento, daqueles que fazem a gente querer vibrar. É claro que para tudo isso rolar, os efeitos visuais precisam estar "no ponto". E estão. É muito bonito ver todas aquelas espécies de dinossauros e toda a revitalização do parque.
Uma das coisas mais legais é ver como funciona o local, que parece mesmo um daqueles parques de diversão bem tradicionais. É até divertido identificar as semelhanças: lojinhas de presentes, promoções nos restaurantes, a voz bem amigável que dá os anúncios nos alto falantes e até as chatas filas para entrar nas atrações. Os visitantes podem fazer inúmeras coisas, como assistir a um Mosassauro, dinossauro marinho gigante, devorar um tubarão, andar de caiaque em um lago no qual os dinossauros bebem água e até entrar em veículos chamados giroesferas, bolas transparentes para passear no meio dos bichos que não são carnívoros.
O elenco também se destaca. Os garotos Nick Robinson e Ty Simpkins cativam tanto quanto Joseph Mazzello e Ariana Richards, crianças do primeiro Jurassic Park. Chris Pratt, o Senhor das Estrelas de Guardiões da Galáxia, é o herói da vez e desempenha seu papel perfeitamente. O cara é bonitão, carismático e tem uma veia cômica que funciona bem para filmes do tipo. Já Bryce Dallas Howard rouba a cena como uma a diretora durona do parque, que se dedicou tanto ao trabalho que esqueceu da própria família e de sua vida pessoal. Ela pode até parecer frágil, mas logo que a ação começa, ela arregaça as mangas e se joga de cabeça... sem nunca descer do salto alto. Musa!
Jurassic World — O Mundo dos Dinossauros é daqueles filmes para agradar qualquer tipo de pessoa. Para os mais nostálgicos, para aqueles que querem conhecer mais sobre a franquia ou até mesmo para quem nunca deu muita bola, eu garanto que a experiência será, no minímo, um bom passatempo. No fim das contas, com 6 anos de idade ou com 23, quem é que não gosta de dinossauros, não é?