Maná lança disco menos "baladeiro" da carreira
DivulgaçãoCom o disco Cama Incendiada, o Maná acaba de colocar fim a um hiato de quatro sem gravar um trabalho inteiramente de inéditas. O projeto mostra o grupo buscando uma sonoridade que está conectada com os primeiros trabalhos dos mexicanos, no início dos anos 80.
Saem de cena as baladas que garantiram o sucesso mundial e entram em cena músicas influenciadas por rock e ritmos latinos dançantes, como a salsa e o calipso. Essa nova característica tem bastante responsabilidade de George Noriega, que produziu o disco.
Um dos grandes destaques de Cama Incendiada, além da bela capa, é a participação da colombiana Shakira na faixa Mi Verdad, que o vocalista Fher Olvera compôs para o filho Dali, de 17 anos. Veja uma conversa exclusiva com o cantor do Maná, banda formada ainda por Alex González (bateria), Sergio Vallin (guitarra) e Juan Calleros (baixo).
R7 — Como foi permitir a participação de um produtor de fora da banda pela primeira vez?
Fher — Queríamos explorar novas sonoridades e panoramas. Por isso chamamos alguém de fora. A ideia era renovar o Maná mesmo. E o George Noriega é muito talentoso, tem um currículo brilhante dentro da música e sabe tudo de rock e música latina — o que apenas um cubano-americano poderia saber.
R7 — Dá para dizer que esse é o disco mais diferente da banda?
Fher — Provavelmente, é o mais diferente mesmo. Até porque fizemos só duas baladas, em vez das quatro que costumamos colocar em nossos CDs. A participação de Noriega em algumas composições tem a ver com isso também.
R7 — O disco tem bastante rock, mas é dançante também. Como equilibrar essa mistura nos shows?
Fher — Queremos ver nosso público balançar a bunda nos shows. Gostamos de ver a galera dançar quando tocamos. Por isso que o disco tem salsa, calipso e até música dançante norte-americana, como funk.
Cama Incendiada traz participação de Shakira
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R7 — Vocês são muito ligados ao Brasil. Não pensaram em colocar música dançante do país no CD?
Fher — Não deu. Mas pensamos em convidar algum músico brasileiro para fazer uma regravação de La Prisón com influência de ritmos dançantes brasileiros. Esse single pode ser trabalhado no Brasil com um arranjo bem diferente do que está no disco. Talvez coloquemos uns tambores, estilo Olodum.
R7 — Como aconteceu o contato com Shakira para gravar a música Mi Verdad, que você compôs em homenagem ao seu filho, Dali, de 17 anos?
Fher — Mandamos a música para ela, que estava grávida de 5 meses. Ela adorou a canção e disse que ficou muito emocionada com a letra. Shakira gravou as vozes em Barcelona mesmo e mandou para nós. Quando fomos gravar o clipe na cidade em que ela mora com Piqué, tivemos que parar as gravações porque ela caiu no choro. E essa música é bem importante, porque traz Shakira novamente para o rock, estilo que a revelou como cantora.
R7 — Quando vocês voltam ao Brasil?
Fher — No início de 2016 estamos de volta ao país. Gostamos bastante do Brasil. Quando tocamos aí, estamos em casa. Já tivemos até experiência em gravar com artistas sertanejos, como Jorge e Mateus e Luan Santana.