-
Nas últimas semanas, as biografias entraram na roda dos debates. Tudo por que, capitaneados por Paula Lavigne e Caetano Veloso, um grupo denominado Procure Saber questionou as publicações dos livros sem a autorização prévia dos biografados.
Chico Buarque se deu mal quando disse que não havia sido entrevistado pelo escritor Paulo Cesar Araujo.
Nesta galeria, relembre as biografias mais picantes e polêmicas do mundo da músicaGetty Images, AgNews e Divulgação
-
Leonardo
No livro Leonardo Não Aprendi Dizer Adeus (Casa da Palavra, 192 págs., R$ 29,90) Leonardo abre o coração para contar a trajetória ao lado do irmão Leandro. A realidade na roça e a insistência do parceiro para lançar a dupla ganham espaço na narrativa, ao lado de relatos sobre o sofrimento ao descobrir a doença que matou Leandro em 1998 e o acidente do filho mais velho, Pedro Leonardo, no ano passado, que ficou entre a vida e a morte.
No livro, ele conta a última conversa com o irmão. “Eu tentava segurar as lágrimas, e ele me perguntava: “Será que eu vou conseguir?” Dei um grande abraço no meu irmão, daqueles que a gente há muito tempo não se dava. E disse: “Logo, logo, é você quem vai estar dizendo para mim: ‘Eu era mesmo burro, meu irmão’” Rimos, choramos, aquele foi um momento só nosso. O último”Divulgação
-
João Gilberto
Considerado um dos ícones da música brasileira, João Gilberto está na lista de artistas que querem proibir obras sobre sua vida. Ele já entrou na Justiça para recolher os exemplares de João Gilberto (Casac Nify, 512 págs., R$ 215), mas teve o processo negado pela 9ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, em julho deste ano.
O livro é composto por entrevistas, textos e ensaios desde 1959 e já publicados em jornais e revistas. Mais informativo do que revelador, a publicação teria deixado o cantor ofendido. Isso porque em alguns trechos ele é chamado de "neurótico" e "esquisito" e ele alega que algumas reportagens integradas ao livro eram desnecessáriasDivulgação
-
Lobão
Na autobiografia 50 Anos a Mil (Nova Fronteira, 600 págs., R$ 39,90), escrito pelo cantor em parceria com o jornalista Claudio Tognoli, a publicação fala sobre a trajetória desde o sonho de ser jogador de futebol até a consagração no rock. Claro, não faltam polêmicas.
Lobão fala sobre amigos, confusões com a polícia, narra episódios na prisão e a experiência com drogas. “Pois bem, estamos todos a fastejar no meu quarto, na maior cheiração… Amanheço virado e percebo que tenho um avião pra pegar… Tomo meu gim-tônica e vou ao banheiro dar uma cafungadinha. E fiquei nessa até o avião decolar. Um gim-tônica, uma cafungadinha no banheiro. Como estava muito cansado, nada fazia lá muito efeito em minha pessoa. Pego o avião e continuo a cheirar no banheiro da aeronave.”Divulgação
-
Lobão (de novo)
Mas, Lobão não parou por aí. No mais recente lançamento, deste ano, o livro Manifesto do Nada na Terra do Nunca (Nova Fronteira, 248 págs., R$ 39,90), Lobão mostra que não é conhecido pela língua afiada à toa. Na obra, o cantor alfineta muita gente, entre eles Roberto Carlos. Na verdade, ele assopra e morde.
Em um trecho da publicação, Lobão diz que o Rei "era genial e virou uma múmia deprimida". Na mesma publicação, Lobão ataca o Racionais MCs, dizendo que o grupo é o braço armado do governo e que os integrantes do grupo "viraram um órgão de propaganda das ideias medíocres e revanchistas do PT". Lobão chama Mano Brown de "idiota útil"André Muzzel/AgNews
-
Nasi
Escrito pelos jornalistas Mauro Beting e Alexandre Petillo, A Ira de Nasi (Belas Letras, R$ 19,90, 320 págs.) retrata a vida de Nasi, ex-cantor do Ira!, que saiu do grupo em 2007 após brigar com os companheiros de grupo (Edgard Scandurra, André Jung e Ricardo Gaspa) e com o seu irmão e empresário Airton Valadão Junior. Na época, ele agrediu o irmão, que tentou interditá-lo na Justiça. O livro narra a trajetória do cantor, desde a infância e o início do Ira! até a atual carreira-solo e a reconciliação com a família. A obra relata muitas passagens sobre drogas, brigas, ameaças de morte e relacionamentos com famosas como Marisa Monte.
Um dos pontos mais fortes da biografia relata o vício de Nasi em cocaína. O roqueiro largou o vício após uma internação em 1997, causada pelo fim do namoro com uma dançarina, por quem ele era apaixonado, em decorrência do vício. “Ninguém mais acreditava que eu pudesse me recuperar. Meus amigos estavam desistindo de mim. Eu me internei. Sozinho”Divulgação
-
Tim Maia
"Trancado na cela, cercado de bandidos, Tim se desesperava. Se envolveu em uma briga braba com outro detento, que terminou com ele mordendo ferozmente a orelha do adversário, que lhe apertava o saco com mão de ferro, um não largava do outro e os dois urravam de dor quando finalmente foram separados."Divulgação
-
Slash
Nesta biografia co-escrita pelo jornalista Anthony Bozza, o ex-guitarrista do Guns N' Roses conta todas as suas passagens pelas clínicas de reabilitação. No momento mais crítico, o músico, que tocou com Michael Jackson, Lenny Kravitz e hoje tem sua banda solo, conta que depois de uma festa regada a drogas e álcool num hotel, seu coração parou e um médico teve de ressuscitá-lo no hospital. Slash (Ediouro, 464 págs., R$ 58,90) foi lançada no Brasil em 2008Getty Images
-
Nikki Sixx
O baixista do Mötley Crüe, banda americana de hard rock famosa nos anos 1980 já deixa claro no título de sua biografia qual os dois assuntos que mais circundaram sua existência nos anos de sucesso da banda. Heroína e Rock'n'Roll (Larousse, 448 págs., R$ 89) é um retrato duro e fiel das noites regadas a drogas, sexo e bebidas em Los Angeles. Hoje, com 54 anos, ainda na ativa com sua banda, o músico levou um romance de anos com a tatuadora KaT Von D, até 2010Getty Images
-
Steven Tyler
No Brasil para mais um show do Aerosmith, o vocalista ficou célebre ao dizer a frase que cheirou cerca de US$ 6 milhões em cocaína ou "meio Peru", como afirmou no programa 60 Minutes. Na biografia O Barulho na Minha Cabeça te Incomoda? (Benvirá, 512 págs., R$ 44,90), o mais difícil é seguir a linha de raciocínio de uma pessoa acelerada como Tyler, que conta como quase morreu e acabou chegando a ser jurado do reality americano American IdolGetty Images
-
Keith Richards
Para o guitarrista dos Rolling Stones, que chegou a cheirar até as cinzas do próprio avô, não há limites para nada. Hoje, com 69 anos, o músico continua na ativa. As maiores polêmicas de Life (Importado) acabam sendo desviadas para o relacionamento dele com o vocalista Mick JaggerGetty Images
-
Dave Mustaine
O fundador e ex-guitarrista do Metallica vomita toda sua fúria em Mustaine - Memórias do Heavy Metal (Benvirá, 368 págs., R$ 39,90) que funciona como uma espécie de divã para o músico. Logo após ser chutado por James Hetfield (vocalista e guitarrista do Metallica) e Lars Ulrich (baterista do Metallica), Mustaine formou o MegadethGetty Images