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As máquinas mostram quem é homem e quem é moleque

“Piano Mecânico” é um livro dobre o desconforto que toda a estrutura social causa aos seres humanos

Ligia Braslauskas Literatura|Do R7 e Ligia Braslauskas

Obra causa incômodo e gera reflexão
Obra causa incômodo e gera reflexão Obra causa incômodo e gera reflexão

Um mundo em que máquinas realizam atividades cotidianas não é mais especulação da ficção científica há tempos. Mas e se as máquinas passassem a controlar tudo - inclusive nós? Esse é o pano de fundo de “Piano Mecânico”, primeiro livro de Kurt Vonnegut, que faz uma crítica ao excesso de automação sem poupar na ironia.

Publicado originalmente em 1952, o livro chegou ao Brasil em 1973, como o título “Revolução do Futuro”, e agora voltas às livrarias com capa dura e pintura trilateral.

Em um futuro distópico não muito distante, uma Terceira Guerra Mundial aconteceu e as máquinas venceram. Depois disso, um novo mundo surgiu onde quase tudo é automatizado e controlado por máquinas. A sociedade se dividiu em um novo sistema, no qual não é mais o dinheiro que define a classe de cada um, mas sim a inteligência. Os indivíduos são divididos e registrados no novo sistema de acordo com QI e a capacidade intelectual; a posição social - uma vida cheia de privilégios ou o esquecimento completo - de cada um é definida exclusivamente a partir da análise desses dados e a mobilidade social é quase impossível.

Do lado dos privilegiados, a classe formada por engenheiros e gerentes, o doutor Paul Proteus leva uma vida confortável ao lado de sua ambiciosa mulher, Anita. Mas a visita inesperada de Ed Finnerty, seu inquieto e inconformado ex-colega de trabalho, abala sua rotina cômoda e previsível. Após esse encontro, Proteus começa a questionar a hierarquia e toda a estrutura rígida que o cerca, o que o leva a imaginar se uma vida mais simples, sem privilégios e tecnologias, não seria uma forma de voltar a se sentir mais humano.

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Ao atravessar o rio que divide as castas da cidade, Paul vê com os próprios olhos como é a vida daqueles que foram excluídos do sistema.

“Piano Mecânico” é um livro dobre o desconforto que toda a estrutura social causa ao homem. As máquinas mostram que é homem e quem é moleque, vamos dizer assim.

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“Piano Mecânico”

Tradução de Daniel Pellizzari

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496 páginas

R$ 69,90 (impresso)

R$ 44,90 (e-book)

Editora Intrínseca

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