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José Carlos Mello fisga leitor com romance

Autor faz do protagonista Archibaldo o ponto de partida para contar as histórias de outros personagens

Ligia Braslauskas Literatura|Do R7 e Ligia Braslauskas

Autor cria
personagens experientes
Autor cria personagens experientes Autor cria personagens experientes

“Só ele falava, e muito. Eu ouvia alternando atenção com o espanto de estar escutando um morto”. Já nas primeiras páginas de seu novo livro, “Não Encontrei o Passado, Tenho Que Voltar”, publicado pela Editora Octavo, José Carlos Mello fisga o leitor, revelando a ele com uma habilidade ímpar uma trama com personagens diferentes, mas unidos pela solidão, a loucura e pelo acaso.

Bastante envolvente e objetiva, a obra reflete com bom humor a realidade desses personagens, não como ela é vista por um observador, mas como ela é vivida individualmente, por pessoas que, por mais bizarras que possam parecer, possuem trajetórias com as quais todos nós nos identificamos.

Mello faz do protagonista Archibaldo o ponto de partida para contar as histórias de outros personagens. Ele, um professor aposentado, que passou boa parte de sua vida se dedicando ao estudo do teorema de Fermat, solitário, mas nem por isso infeliz, fica sabendo que seu irmão Adamastor, um homem idoso e doente, com quem não tinha contato há muitos anos, está morando novamente na cidade. Envolto em memórias do passado, ele vai ao encontro do irmão no Hotel Versailles, um lugar excêntrico onde também moram outros idosos com suas histórias, às vezes doloridas, às vezes recheadas de humor. A partir daí, Archibaldo irá se deparar com sua própria história, relembrando sua infância e a admiração que tinha pelo irmão mais velho, além da convivência difícil com seus familiares e dos anos vividos nos bancos escolares.

A obra releva a capacidade do autor de criar personagens experientes lidando com medos, desejos, descobertas, perdas, alegrias e, principalmente, com os dilemas do envelhecimento, tais como a passagem do tempo, que se revela para alguns como cruel e para outros como um privilégio que só quem já caminhou bastante pode experimentar. O livro exige também do leitor se envolver em um mergulho profundo nas feridas expostas de certos personagens, como a do ex-padre e vizinho do protagonista da obra, que surrava o filho cotidianamente.

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“Não Encontrei o Passado, Tenho Que Voltar”

238 páginas

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R$ 60 (impresso)

R$ 24,99 (e-book)

Editora Octavo 

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