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Pernambucano Ney Anderson lança livro de contos

Os 33 textos são todos ambientados no Recife, mostrando personagens com as urgências do mundo contemporâneo

Ligia Braslauskas Literatura|Do R7 e Ligia Braslauskas

O autor diz que alguns temas conduzem os textos, como a finitude
O autor diz que alguns temas conduzem os textos, como a finitude O autor diz que alguns temas conduzem os textos, como a finitude

O livro de contos “O Espetáculo da Ausência”, do escritor pernambucano Ney Anderson, não tem compromisso com nada, além da ficção. Os textos carregam uma atmosfera de mistério, com personagens sempre à beira da existência. Os contos se interligam, mas cada um pode ser lido de forma separada, sem prejuízo na compreensão da ideia que eles propõem.

Neste primeiro livro de Anderson, que também é jornalista e crítico literário, e mantém desde 2011 o site Angústia Criadora (www.angustiacriadora.com), fazendo resenhas e entrevistas com autores, os 33 contos são todos ambientados no Recife, mostrando personagens com as urgências do mundo contemporâneo. Algumas histórias são curtas. Outras, nem tanto. Essa preocupação nunca existiu, na verdade. A gênese do livro está nas situações-limite que os personagens passam.

O título reflete diretamente a incompreensão que os personagens têm com o mundo, com as histórias trafegando entre o real e o imaginário de cada um deles. É possível reconhecer o Recife dos camelôs, ambulantes, pontes e locais habitados por figuras sempre deslocadas do mundo tradicional. Mas não quer dizer que isso possa representar um bairrismo ou regionalismo, na tentativa de mostrar a cultura e o povo com as características peculiares, sotaques etc.

“Embora não deixe de ser uma homenagem à cidade, o Recife aparece como um ponto de encontro dos personagens, que trabalham, moram e vivem nesse cenário, mas estão sempre lutando contra os próprios demônios. O inferno de cada um. O absurdo aparece justamente na condição que os próprios personagens estão, na corda bamba da existência”, diz o autor.

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Será que é por conta da ausência que o título carrega? Ou o contrário, são os pequenos espetáculos da sobrevivência de cada um deles? No entanto, os contos ficam na tentativa de revelar algo maior do que está escrito. O não dito nos textos faz deles peças únicas, alegóricas, de um mundo infinitamente cruel e estranho, com o inesperado trafegando em todas as páginas.

O autor diz que alguns temas conduzem os textos, como a finitude, por exemplo. “A morte, sem dúvida, é o tema que conduz a obra. Ela está impregnada em ‘O Espetáculo da Ausência’, principalmente no conto homônimo que dá título ao livro. Além da morte, outro tema recorrente é a metaficção em algumas ocasiões. Personagens escritores tentando entender a própria arte e a si mesmos. Os textos caminham pelo tom do suspense e da dúvida, com os contos sendo interligados e fundidos numa só ideia de autocriação.”

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“O Espetáculo da Ausência”

174 páginas

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R$ 40.

Editora Patuá

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