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Empresa lança “Kit Abre-debate” e vende tudo em minutos

O kit promete atenção imediata de qualquer interlocutor e afirma que seu uso é capaz de aquecer qualquer discussão

Melhor Não Ler|Do R7

Estátua de anão de jardim motivou produto inovador
Estátua de anão de jardim motivou produto inovador Estátua de anão de jardim motivou produto inovador

A Companhia Galo Gaiato Manufaturas acaba de lançar um produto inovador que promete auxiliar todas as pessoas que precisam resolver questões delicadas, mas não conseguem a atenção necessária por parte de seus interlocutores. O Kit Abre-debate nasceu de uma dificuldade que o próprio CEO da empresa, Pedro Paulo Galo Laranja, vivenciou quando tentava conciliar uma briga entre seus vizinhos.

Na ocasião, um dos moradores reclamava da escultura de um anão no jardim do vizinho e pedia que a tirasse de lá alegando que se tratava de um desrespeito às pessoas de pequena estatura. “Você está ridicularizando as pessoas que são verticalmente prejudicadas! Isso é preconceito!”, acusava o morador da casa 13, enquanto o dono da escultura dizia se tratar apenas de um personagem infantil de uma história antiga chamada Branca de Neve.

Era comum ouvir os vizinhos discutindo todos os dias, mas Laranja começou a perceber que o dono da escultura já não se mostrava mais aberto ao debate, pois limitou-se a ficar em casa e não saía mais para dar continuidade às discussões. Dessa forma, a principal fonte de entretenimento da vizinhança deixou de existir e todos foram cuidar de suas vidas, o que não deveria acontecer de forma alguma. Era preciso continuar distraindo as pessoas antes que elas descobrissem que há coisas mais importantes a fazer do que brigar por questões estúpidas.

Incomodado com a falta das intermináveis discussões, Pedro Paulo Galo Laranja – que faz bicos de entregador nas horas vagas e estava saindo de casa para mais uma jornada – teve a ideia de ajudar o vizinho da casa 13 a chamar a atenção do outro e, assim, continuarem o tão saudável debate. Laranja foi até a garagem do cunhado preparou um protótipo do que viria a ser seu produto de maior sucesso. Tirou os pneus das bicicletas dos sobrinhos, subtraiu um pouco de combustível do carro de um dos velhinhos da vila (afinal, ele quase não sai de casa mesmo), juntou no kit um vestido de poliéster da vizinha do 73, que secava sem nenhuma supervisão no varal, e finalizou com uma caixa de fósforos que ganhou de brinde no Bar do Molusco, conhecido por servir a melhor cachaça da região.

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Ao entregar o kit nas mãos do vizinho do 13 não foi preciso explicar nem fornecer um manual de instruções. O 13, como é carinhosamente chamado por todos no bairro, encaixou os quatro pequenos pneus em volta da escultura, cobriu com o vestido, entornou o combustível e ateou fogo com os fósforos que nunca falham.

Diante do clarão, todos os vizinhos saíram para fora – incluindo o dono da escultura – e imediatamente deu-se início a um acalorado debate com direito a viaturas da PM, emissoras de TV e tudo mais. Diante do sucesso, Galo Laranja teve a ideia de patentear o produto e, em seguida, lançá-lo com o nome de Kit Abre-debate.

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Além do “Abre-debate”, com a tradicional combinação borracha tóxica + combustível fóssil + tecido sintético + fogo (Galo é muito preocupado com o meio ambiente), também é possível encontrar os kits em mais duas versões: “DR com a esposa”, que vem com um soco inglês e um código para baixar o novo álbum do DJ Ísis e ouvir durante a conversa, e o “Voa Condomínio”, com um botijão de gás e um lança chamas, indicado para moradores que já tentaram de tudo para viver em harmonia, mas não obtiveram êxito.

Mas os interessados terão de aguardar a reposição dos estoques, pois toda produção foi vendida em questão de minutos para um único comprador e já está sendo entregue na Rua Silveira Capins, região central de São Paulo. Galo Laranja promete que, em breve, lançará outros kits e que toda renda arrecadada com a venda de seus produtos será investida em filantropia: “Não ficarei com nenhum centavo”, afirmou o CEO da Galo Gaiato e completou: “Tudo será doado para os nossos companheiros do MST, afinal, eu sempre seguirei sendo o bom e velho entregador Laranja!”

Esta crônica é uma ficção, mas poderia não ser.

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