O vírus é cruel e ainda ataca as escolas e o comércio
Diego Nigro/EFE - 13.2.2021Até que enfim podemos encher o peito e berrar que a pandemia acabou! Cante, grite e libere quantas gotículas de saliva quiser em cima de quem quiser porque liberou geral. A alegria da boa nova é tamanha que mesmo aqueles veículos de comunicação que diziam até ontem que a gente ia morrer se colocasse o pé na calçada estão comemorando.
E é claro que essa comemoração tinha que ser em grande estilo, pelo menos na cidade de São Paulo, com Claudinha Milk cantando para uma multidão devidamente aglomerada, rodando a máscara de proteção no dedo e decretando: “Extravase, libere e jogue tudo pro ar!” Tudo é tudo, gente, inclusive o vírus. Jogue o vírus pro ar tirando o pé do chão que é para o alcance do “coroninha” atingir seu ápice!
Mas atenção: o vírus mais cruel de todo o universo não sumiu definitivamente, não! Ele ainda ataca nas escolas, nas empresas e até nas áreas livres. Para ir ao supermercado você ainda precisa medir a temperatura, usar máscara, passar álcool em gel na barra do carrinho e ficar a 1,5 metro da pessoa à sua frente na fila do caixa. O mesmo serve para qualquer outro estabelecimento comercial.
Continue mantendo o distanciamento e usando máscara como se, sem ela, você estivesse caminhando pelo corredor da morte. A liberação desses itens imprescindíveis para a sua segurança só vale quando o governador de São Paulo diz que pode extravasar. É ele — baseado em muita ciência — que define o que pode, quando pode e onde pode. E com Claudinha Milk, que faz dancinha com um dos políticos mais marqueteiros do país, pode!
Então, galera, a ordem é ser feliz antes de mais nada porque tudo isso é pela sua saúde, viu? E viva a ciência!
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