Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Em Versions of Me, Anitta deixa fãs brasileiros de lado e soa genérica para os gringos

Disco é bem produzido e é aposta da cantora para chegar de vez no mercado internacional

Odair Braz Jr|Do R7

No disco novo, vários artistas internacionais fazem participações especiais
No disco novo, vários artistas internacionais fazem participações especiais No disco novo, vários artistas internacionais fazem participações especiais

Anitta lançou seu novo disco, Versions of Me, que é mais um tiro para chegar de vez ao mercado internacional. E é uma aposta ousada, com um álbum altamente bem produzido, com cara de gringo e com canções em inglês e espanhol (apenas uma em português).

O que salta aos ouvidos, logo de cara, é que Anitta não fez a menor questão de mostrar que é brasileira. E a estratégia faz todo o sentido, embora tenha gente reclamando que ela teria deixado seus fãs do Brasil de fora na equação deste álbum. Bobagem. Versions of Me nasceu para atender ao mercado internacional, mais notadamente Estados Unidos e América Latina. Para os brasileiros sobrou apenas "Que Rabão" (título singelo, aliás) e "Girl From Rio", que é em inglês mas tem um jeitão de Brasil, já que usa trechos de "Garota de Ipanema".

O novo disco tem produção de gente grande, dá para notar que foi superbem trabalhado em estúdio, com um ataque forte para as pistas de dança. Tem rap, reggaetton, trap, afrobeat e ainda sobra espaço para o pop genérico ("Girl From Rio") e até rock bobinho (em "Boys Don’t Cry"). Para dar uma turbinada na coisa toda, há várias participações especiais de artistas como Karol G, Bad Bunny, Cardi B, Saweetie e até Mr. Catra, numa gravação que deixou para Anitta. O inglês e o espanhol da moça, muito próximos da perfeição, ajudam também a esquecer que ela é brasileira.

Mas, a superprodução, que é um ponto positivo de Versions of Me, também atrapalha. O álbum, muitas vezes, soa um tanto quanto genérico, meio pasteurizado. Faz a gente pensar se os mercados latino e americano já não estão lotados de artistas que seguem por estas trilhas de reggaeton, rap, hip hop e afins. Quase em nenhum momento do disco dá para identificar o que tornou Anitta o que é, aquela cantora que soltava músicas cheias de ganchos fortes e refrões poderosos com uma batida peculiar que era facilmente identificável. Ok, dá para entender que, para Anitta, o momento é outro, a música que quer mostrar para os gringos é outra e ela procura nadar em águas diferentes. Mas, ao mesmo tempo, seria muito bom ter pelo menos um pouco da versão da cantora que tomou o Brasil de assalto há pouquíssimos anos.

Publicidade

Versions of Me é mais um passo para invadir e tomar o mercado internacional de vez. Ela já colocou um pé por lá com "Envolver", que chegou ao número 1 global no Spotify (sim, tem toda a polêmica por trás disso) e o novo álbum é feito sob medida para atingir seu objetivo. Mas ao soar genérica demais, para gringo ver, pode ser que Anitta acabe se tornado só mais uma na multidão de artistas do gênero.

Em resumo, o álbum é interessante, bem-feito, mas faltou um tantinho de personalidade, ingrediente que Anitta tem de sobra e só esqueceu de usar desta vez.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.