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Um adeus para Neal Adams, desenhista que resgatou Batman e revolucionou os Vingadores

Artista americano de 80 anos morreu na noite desta quinta-feira (28); seu legado é insuperável

Odair Braz Jr|Do R7

Foto que fiz de Neal Adams na Comic Con de São Paulo, em 2019
Foto que fiz de Neal Adams na Comic Con de São Paulo, em 2019 Foto que fiz de Neal Adams na Comic Con de São Paulo, em 2019

Encontrei Neal Adams, pela primeira vez, em 1997, na Comic Con de San Diego, na Califórnia. Obviamente que tremi nas bases porque não imaginava que era tão fácil assim encontrar lendas dos quadrinhos nos corredores do Convention Center. Tudo bem, eram outros tempos.

Quando o vi sentado atrás de uma bancada, me aproximei e disse "olá". Com sua indefectível camisa azul de mangas longas e dobradas, ele me cumprimentou e eu consegui dizer apenas que era um grande fã. Ele sorriu e falou: "você vai querer fazer uma pergunta ou ficou muito nervoso de vir falar comigo?". Apenas sorri e disse que só queria conhecê-lo mesmo. Comprei uma arte dele, pedi um autógrafo e saí feliz da vida.

A última vez que o encontrei foi em 2019, quando ele veio para a Comic Con de São Paulo, a última presencial. Dessa vez entrei numa fila para novamente para comprar uma arte e pedir outro autógrafo (inclusive numa HQ do Batman que eu levei de casa especialmente para esta finalidade). Quando chegou minha vez, lembrei-o que nos encontramos em 1997 — claro que ele não fazia a menor ideia — em San Diego. De novo com sua camisa azul, ele sorriu e disse "nossa, faz tempo".

Batman no traço de Neal Adams
Batman no traço de Neal Adams Batman no traço de Neal Adams

Adams, que morreu na noite desta quinta-feira (28), aos 80 anos, é de uma importância inacreditável para o mundo dos quadrinhos. Nos anos 70, quando Batman andava meio desacreditado, seu desenho — junto dos roteiros de Denny O'Neil — resgatou o personagem, recuperando sua imagem mais séria, sombria e também o lado detetivesco.

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Neal também teve uma passagem gloriosa pelos Vingadores, também na década de 70. O supergrupo estava sendo desenhado por John Buscema, outro grande artista da Marvel, e suas páginas eram incríveis. Mas quando Adams assumiu, a coisa toda mudou de figura. O desenho de Neal tinha o poder de "saltar" das páginas, enchia os olhos dos leitores, se espalhava por painéis sensacionais, as expressões dos heróis eram fantásticas. Tudo brilhava. Era uma revolução mesmo.

E foi esse artista sensacional que a gente — os fãs — perdeu. Adams seguiu ativo até seus últimos dias, participando de convenções de HQs, desenhando capas para as editoras, trabalhando em algumas histórias. Deixa um legado insuperável de verdade. É um dos grandes mestres da ilustração e de uma simpatia sem fim. Já deixa saudades.

Valeu, Neal!

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