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Era 12 de junho de 2000 quando Sandro — um menino criado e vivido na periferia carioca — resolveu entrar armado no ônibus 174 Central, no Rio de Janeiro. Um passageiro o observou e, assim que saiu do veículo, avisou a polícia. Preocupados, os policiais pararam o transporte. E, a partir dali aconteceu uma série de cenas que marcou a história do Brasil e se tornou até tema de filmes e documentários
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Gugu Liberato relembrou o episódio em seu programa nesta terça-feira (18), ao entrevistar os familiares da professora Geísa Firmo — a mulher que foi baleada por um erro policial e morreu. O país inteiro assistiu ao sequestro transmitido, ao vivo, em todos os notíciários
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Sandro não demonstrava que iria sequestrar o ônibus, mas a polícia interceptou o veículo. O coronel Fernando Príncipe, que auxiliou na negociação da polícia com Sandro, conversou com Gugu
— Nós não tínhamos outros recursos, me aproximei pra que me tornasse uma pessoa familiar gradativamente. Eu ia sugerindo ao negociador uma conduta
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Com a arma na mão, Sandro fechou a porta do ônibus e, aos poucos, foi liberando as dez pessoas que estavam no veículo. Por fim, sobraram Geísa, Daminhana e Janaína que viveram momentos de terror
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A família de Geísa, que só havia falado na época, contou que a jovem saiu de Fortaleza e foi morar no Rio por causa de um rapaz. O pai, Gilson Martins, não aprovava o relacionamento e contou que antes ela só ia de casa para o colégio. A avó paterna, Tereza Martins, demonstrou revolta.
— Ela era calma, educada e obediente. Quem desviou tudo foi a família da mãe dela. Ela não saia pra canto nenhum!
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Seu Gilson nunca mais havia falado com a filha desde sua partida para o Rio de Janeiro até que, certo dia, ela ligou com a notícia que ele tanto esperava
— Pai, tô com namorado novo!
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Geísa era professora e começou a ter um relacionamento sério com Alexandre.
— No dia anterior nós conversamos no restaurante. Aí brincando, ela disse: "Alexandre, vamos casar! Aí eu falei vamos"
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Uma imagem marcou o dia do sequestro: A refém Janaína escreveu com um batom no vidro do ônibus que Sandro mataria todas às 18h.
— Eu me lembro até do pé dele porque eu estava sentada no chão. Aí ele sentou no chão e a gente começou a conversar com ele: "Vamos descer com você. A gente faz uma corrente humana!". Ele mexeu numa bolsa, achou um batom, foi lá pra frente e me chamou.
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— Eu me senti muito vulnerável nesse momento. A primera vez que eu escrevi foi no parabrisa. Eu me lembro de ter pensado: "Tem tanta gente lá fora que eu vou escrever ao contrário pras pessoas lerem!"
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Sandro colocou a cabeça para fora do veículo diversas vezes e chegou a pedir aos negociadores uma granada, mil reais e um motorista pra tirá-los dali. Janaína relatou que ele estava perturbado.
— No fundo eu acreditava que ele não era uma pessoa ruim naquele momento. Quando a gente andava pelo ônibus, dava pra ver a quantidade de policiais que tinham miras. Ele via o quanto ele estava acuado!
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Damiana, professora amiga de Geísa, ficou traumatizada com o acontecimento.
— A Geísa me jogou no chão e deitou por cima de mim. O intuito dela era me proteger! Ela falava: "Não olha pra você não passar mal".
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Após um tempo de negociação, Sandro resolveu "dar uma voltinha". E, surpreendendo os policiais, ele saiu do ônibus utilizando Geísa como escudo.
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Nayara Martins, prima da professora, estava assistindo ao episódio pela TV e reconheceu que era ela por causa de um gesto.
— Quando ela fez assim com esses dois dedos separados, pedindo calma, eu desabei no choro: "É ela!"
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Revoltada, desabafou ao lado da irmã de Geísa.
— Os policiais tiveram "n" oportunidades. Se o Sandro tivesse vontade de matar alguém, tinha matado!
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O episódio teve um desfecho trágico quando Sandro negociava com um dos policiais. Um outro integrante da corporação se aproximou a fim de atacar e disparou errado acertando a cabeça de Geísa
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Sandro caiu, na hora, ao chão e utilizou o corpo dela como escudo dando mais três tiros em suas costas
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Geísa faleceu na hora. Toda a tensão provocou um derrame cerebral na amiga Damiana que hoje vive com a ajuda de medicamentos.
— Eu não lembrava do ônibus, sequestro, nem tão pouco de Geísa. Ali pra mim acabou, o que eu queria era morrer também. Eu comecei a lutar pra morrer. Eu desisti de tudo.
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Após efetuar os disparos, Sandro foi contido pelos policiais e chegou a quebrar o vídeo traseiro da viatura de tanta raiva. No entanto, chegou morto à delegacia. Nayara Martins afirmou que a morte de Geísa poderia ser evitada.
— Eu não tenho raiva do Sandro, mas vejo ele como uma vítima dessa sociedade e uma polícia desestruturada do Rio de Janeiro.
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A avó da professora assistiu tudo pela TV.
— Eu assisti tudo sabendo que era ela! Deixou muita saudade. Eu fiquei com muita pena dela de morrer da maneira que ela morreu.
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Áureo Miráglia, consultor de segurança, apontou três erros da polícia na ação: o policial que efetuou o disparo em Geísa estava provavelmente com a arma travada e viu isto em cima da hora, o que chamou a atenção de Sandro que, imediatamente, olhou para ele
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Além disso, a área que o ônibus estava não foi isolada e a população quis linchar o sequestrador. Em último lugar, Áureo criticou a abordagem dos três policiais, na viatura, que culminou com a morte de Sandro
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O Coronel Fernando Príncipe deu a versão da polícia. Ele disse que o policial que atirou era experiente na função.
— Ele interpretou que era a hora e errou o disparo. Era um bom atirador e quando ele errou chamou a atenção do delinquente que se moveu na direção do atirador, puxando a vítima sobre o seu corpo, e começou a fazer disparos contra a vítima.
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Ele ainda explicou que a morte de Sandro não foi proposital.
— É possível que os policias tentaram fazer uma manobra muscular pra evitar que ele fugisse e fizesse novas vítimas. Os policias depois relataram que ele estava muito agressivo. Eles conseguiram essa neutralização e acreditaram que ele estava desacordado, mas acabou levando à morte do deliquente.
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Por fim, o desfecho da ação foi considerado pelo Coronel um sucesso.
— Se você pelo menos evitar a morte do refém, nós já temos uma assertiva excelente!... Nós tínhamos 10 reféns e uma vítima. Então, essa ocorrência foi uma ocorrência de sucesso!
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Agora, 15 anos depois do ocorrido, a família da professora ainda espera por justiça. O pai Gilson está indignado.
— Na época, quando foi ganho o Supremo, a Geísa deu causa ganha eu recebendo R$ 110 mil por danos morais e mais três salários mínimos vitalícios. O nosso advogado pediu R$ 900 mil e o estado recorreu. A ação ficou, então, em R$ 60 mil e os três salários mínimos. Mas, nunca recebi um "tustão"!
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Reprodução/Rede Record