Leopardo é um dos "big five", os mais difíceis de ver, que inclui também elefantes, leões, búfalos e rinocerontes
Luiz Pimentel/R7Quando o quarto veículo apontou na estrada para vê-lo, o leopardo sequer desviou o olhar, com metade de seu corpo recebendo os últimos raios de sol de uma morna tarde de primavera na savana sul-africana.
Ergueu o pintado e esguio corpo de seus cerca de 90 quilos como se não pesasse um grama e começou a atravessar a estrada, a centímetros dos veículos, sem a mínima demonstração de preocupação com a presença de uma dúzia de humanos por perto.
À frente do meu jipe, parou por um, dois, três segundos, enquanto todos seguravam a respiração, mas nem olhou para o interior do veículo. Nesses sete passos, se tanto, e três segundos de parada, não impôs medo, mas pleno respeito. Foi como se pegasse absolutamente todas as cenas de filmes policiais e de gângsteres de Hollywood em que existe a cena da demonstração de poder de um personagem e colocasse em um bolso imaginário. Aquela exata área do Parque Kruger, na África do Sul, era seu território, seu mundo.
Os passos seguintes o conduziram a um terreno cheio de arbustos e de impalas, que ao notarem a chegada do felino reagiram de maneira diferente dos humanos – começaram a emitir guinchos que não soavam orgânicos, mas que eram últimos recursos. O leopardo igualmente cruzou o bando como se não existissem.
Nem nós nem eles o interessávamos naquele momento. E tudo o que um safari pode ensinar sobre a vida se resumiu naquele minuto. Toda a dinâmica de relações entre seres vivos no planeta caiu no nosso colo em 60 segundos. Minuto que valeu toda uma semana de passeio pelo país, que acaba de abrir uma porta de turismo direta com o Brasil neste outubro.
África do Sul adentro
Manadas de elefantes descem para matar a sede no Parque Kruger, uma das reservas do país
Luiz Pimentel/R7Uma viagem básica à África do Sul contempla três pontos de visita – Joanesburgo, Cidade do Cabo e o Parque Kruger, uma das 400 reservas do país imensa – mede a área total de um país como Israel.
Joanesburgo vale muito pouco a visita. Mais se você tiver interesse histórico na trajetória mais recente do país e a influência de Nelson Mandela em sua luta contra a segregação racial, o apartheid, que vigorou no país entre 1948 e 94.
Soweto, o famoso bairro símbolo (que pelo tamanho era uma cidade anteriormente, tanto que é junção das sílabas SOuth WEstern TOwnship), fica lá. Fora isso, tem a praça Nelson Mandela, com uma estátua de Nelson Mandela, um forte convertido em prisão descontinuada, com grafite de Nelson Mandela, e só.
Pôr do sol no Parque Kruger, reserva que contempla saffaris com os bichos mais lindos do planeta
Luiz Pimentel/R7Rumo ao Cabo da Boa Esperança
Já a Cidade do Cabo é bem mais interessante, apesar de os puristas dizerem que não é África. Verdade. Tem um quê da californiana São Francisco, misturada ao Rio de Janeiro.
A Table Mountain, no meio da cidade, é imponente. A vista do topo, por onde se chega a pé (se você estiver em forma física de maratonista) ou de teleférico, é ótima. De lá, chega-se ao Cabo da Boa Esperança, o ponto mais a sudoeste do continente.
Boulders Beach, a praia dos pinguins
Luiz Pimentel/R7A estrada que leva ao Cabo da Boa Esperança, que chegou a ser conhecido por mérito próprio por cabo das Tormentas, é considerada uma das mais bonitas do mundo. Realmente é. Boulders Beach, a praia dos pinguins, fica no trajeto e compensa a parada.
Como organizar a viagem
Os deslocamentos planejados em excursões entre os três pontos são desgastantes, para dizer o mínimo. O turista desembarca em Joanesburgo e passa o restante do dia e eventualmente o dia seguinte na cidade, quando se desloca para a área do Parque Kruger. Grande como é, a reserva dos safaris têm vários pontos de acesso. Mas dá para estipular uns 200 quilômetros de distância de Joanesburgo.
Para criar atrativo no caminho, estipula-se que uma das paradas é a Reserva Natural de Blyde River Canyon, o que fez aumentar o tempo de viagem de carro de umas três para 12 horas. Os cânions são bonitos, são os únicos verdes do mundo, mas não compensam o balde de chá de assento automotivo.
Para o safari, o comum é que seja realizado em um dia. Dada a dimensão da reserva, da quantidade de animais, do atrativo sensorial, imagético, que é um safari, ficaria realizado se meu tour pela África resumisse-se a uns três dias ali. Confira pelas fotos.
Dá para fazer a viagem de Joanesburgo para o Kruger de avião. Prefira, se tiver essa opção. Assim como do Kruger para Cidade do Cabo, onde finalizam costumeiramente os pacotes sul-africanos com umas três noites na cidade.
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