Spike Lee anuncia acidentalmente vencedor da Palma de Ouro
REUTERS/Johanna GeronSpike Lee, presidente do júri do Festival de Cannes, anunciou, neste sábado (17), que o filme Titane, sobre serial killer da diretora francesa Julia Ducournau, venceu a Palma de Ouro de Melhor Filme durante a cerimônia. O inusitado é que a revelação foi feita antes mesmo do prêmio ser oficialmente anunciado.
Em um momento de confusão durante o início da cerimônia, o diretor norte-americano Spike Lee se antecipou e deixou escapar o maior segredo da noite, quando deveria revelar o prêmio de interpretação masculina. O filme da cineasta francesa é considerado o mais transgressor e violento entre os 24 que disputavam a Palma de Ouro, isso porque a heroína, protagonizada por Agathe Rousselle, é uma assassina convulsiva com atração sexual por carros.
Ducournau, de 37 anos, já havia impressionado os críticos com o filme Grave.
O maior festival de cinema do mundo retornou à Riviera Francesa após um hiato em 2020 devido à pandemia de coronavírus com uma das competições mais imprevisíveis em anos. No total, 24 filmes estão na disputa. Quatro são dirigidos por mulheres e nenhum por um latino-americano, embora a produtora mexicana Piano participe de Memória, do musical Annette e de Bergman Island.
Confira a lista completa dos concorrentes:
Annette, do francês Leos Carax. Protagonizado por Adam Driver e Marion Cotillard, que personificam um casal de estrelas cuja vida muda com a chegada de sua primeira filha.
Benedetta, do holandês Paul Verhoeven. Retrato de uma freira homossexual ambientado no século XV e baseado em fatos reais.
A Crônica Francesa, do americano Wes Anderson. Filmado no sudoeste da França e protagonizado por Bill Murray, Tilda Swinton, Benicio del Toro e Adrien Brody.
Tout s'est bien passé, do francês François Ozon. Adaptado do romance homônimo de Emmanuèle Bernheim, sobre uma filha que ajuda o pai a morrer. Com Sophie Marceau, Charlotte Rampling e André Dussollier no elenco.
Tre piani, do italiano Nanni Moretti. Duas décadas depois de ganhar a Palma de Ouro, o diretor volta a Cannes com um filme sobre várias famílias que moram no mesmo prédio.
A Hero, do iraniano Asghar Farhadi. Um thriller psicológico com o qual o oscarizado cineasta voltou a filmar em seu país natal.
Flag day, do americano Sean Penn. Sobre a vida dupla de um pai de família.
Red Rocket, do americano Sean Baker. Um filme de cinema independente que narra o retorno de uma estrela pornô à sua pequena cidade no Texas.
Petrov's Flu, do russo Kirill Serebrennikov. Um filme entre o sonho e a realidade que retrata a vida de um quadrinista na Rússia pós-soviética.
Memoria, do tailandês Apichatpong Weerasethakul. Tilda Swinton interpreta uma orquidófila que viaja à Colômbia para visitar sua irmã e começa a ouvir sons estranhos.
Titane, da francesa Julia Ducournau. Protagonizado por Vincent Lindon, conta o retorno de um menino desaparecido há 10 anos e o reencontro com seu pai.
Casablanca Beats, do marroquino Nabil Ayouch. Um filme ambientado no mundo do hip hop que descreve a criatividade da juventude de Marrocos.
Bergman Island, da francesa Mia Hansen-Love. Um casal de cineastas americanos se estabelece na ilha que inspirou o cineasta sueco. Tim Roth é o protagonista.
Drive my car, do japonês Ryusuke Hamaguchi. Um filme baseado em uma obra de Haruki Murakami.
The story of my wife, da húngara Ildikó Enyedi. Um drama com os franceses Léa Seydoux e Louis Garrel.
Ahed's knee, do israelense Nadav Lapid. Um cineasta enfrenta a morte de sua mãe.
Compartment N. 6, do finlandês Juho Kuosmanen. Um "road-movie" sobre uma mulher que pega um trem romo ao círculo polar ártico.
The worst person in the world, do norueguês Joachim Trier. Relata a história de uma mulher em Oslo que busca refazer sua vida.
La fracture, da francesa Catherine Corsini. Um filme ambientado em um hospital, com Valeria Bruni Tedeschi e Marina Foïs.
Les intranquilles, do belga Joachim Lafosse. Drama que explora os meandros do trastorno bipolar.
Les Olympiades, do francês Jacques Audiard. Filmado em um bairro multiétnico de Paris, conta com a premiada Céline Sciamma no roteiro.
Lingui, do chadiano Mahamat-Saleh Haroun. Drama sobre uma adolescente grávida no Chade, onde o aborto é proibido.
Nitram, do australiano Justin Kurzel. Um filme que através da lembrança de um massacre com dezenas de mortos em 1996 aborda a venda de armas.
Par ce demi-clair matin, do francês Bruno Dumont. Léa Seydoux encarna uma famosa jornalista cuja vida muda totalmente após um acidente.