Entrevista do Arcanjo : “Amor e sexo são parte da vida”, diz Carlos Lombardi
Autor estreia novela Pecado Mortal com o desafio de conquistar o horário nobre
Entretenimento|Miguel Arcanjo Prado, editor de Cultura do R7
A partir das 22h30 desta quarta (25), o autor Carlos Lombardi começa um dos grandes desafios de sua carreira: conquistar o público brasileiro no horário nobre com sua primeira novela na Record, Pecado Mortal.
O autor, formado em comunicação social pela USP (Universidade de São Paulo), é marcado por tramas ágeis, diálogos inteligentes e personagens com sensualidade de sobra.
Ambientado no Rio de Janeiro dos anos 1970, seu novo folhetim vai mostrar diversas caras da cidade naquela década, tendo de pano de fundo tanto a beleza da zona sul quanto o submundo carioca, com o mundo do jogo do bicho e o início da força do tráfico nos morros.
Lombardi conversou com o R7 nesta Entrevista do Arcanjo. Falou do ritmo frenético de suas novelas e da volta ao trabalho com Betty Lago e Alexandre Avancini, que vai dirigir sua trama.
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Miguel Arcanjo Prado – O horário das 22h30 lhe dá mais liberdade?
Carlos Lombardi – Um pouco mais que o horário livre onde fiz a maioria dos meus trabalhos. Permite que se faça drama com mais profundidade, que questões importantes sejam discutidas pelos personagens como pessoas normais.
O público brasileiro gosta de ver grande libido nos personagens?
O público gosta de histórias de amor. E uma certa sensualidade faz parte para dar uma credibilidade para o público adulto. O público gosta de se reconhecer nas personagens e o amor e o sexo são parte da vida dos adultos.
Como é voltar a trabalhar com Betty Lago?
É como voltar pra casa de uma viagem comprida e encontrar a banheira quente, um bolo de fubá, seu travesseiro favorito e um monte de chocolate te esperando.
Você terá muitos protagonistas. Você acha que o público já se enjoou de ver só um casal protagonista? Isso é coisa ultrapassada?
Não. Não acho que o público se cansou de uma novela que foque em um casal. Meus últimos trabalhos em novela adotaram esse formato de multi-protagonistas, me sinto mais confortável escrevendo assim. É que acredito que o público se liga em tramas e mistérios, mas, mais do que tudo, em personagens que viram seus amigos, sua família e até seus inimigos. Com um número razoável de protagonistas, estou oferecendo mais chances do público se ligar nesses novos amigos.
Os telespectadores vêm exigindo cada vez mais um ritmo vertiginoso nas tramas. Você sempre fez novelas "aceleradas"? Você gosta deste estilo?
É o jeito que eu sei fazer. Se isso agora está na moda, ótimo.
Hoje, a TV compete com a internet, e isso acontece cada vez mais. Você pretende que sua trama repercuta nas redes sociais?
Claro que vou trabalhar na medida do possível as redes sociais. É uma nova forma de comunicação entre as pessoas. Por outro lado, não posso confundir opinião de internet com opinião pública. Sei que a internet envolve muuuuita gente, mas ainda é uma fatia que não corresponde perfeitamente à média do público brasileiro.
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Qual ator desta novela você aposta que fará sucesso com a mulherada?
Não faço a mínima ideia. Tomara que todos.
Qual é o pecado mais grave, aquele que você não perdoa em uma pessoa de jeito nenhum?
É me enrolar. Sou bom de lidar com a realidade, me comporto com certa categoria perante a problemas e emergências. Mentir ou esconder algo de mim é me dar carrinho por trás, me joga no chão e atrapalha minhas jogadas.
Você já trabalhou com o Alexandre Avancini em Quatro por Quatro, que foi um sucesso no horário das 19h na Globo. Acreditam que vão repeti-lo, agora na Record?
Sucesso a gente não prevê. A gente torce por ele, capricha na novela, mas sucesso é sempre misterioso e imprevisível.
O que você acha que marcará Pecado Mortal na história da teledramaturgia?
Não tenho pretensão de marcar história nenhuma. Espero que o público assista à novela e diga “oba, que novela legal”. É a maior pretensão que eu como autor tenho.