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Entrevista do Arcanjo: “Não tenho medo da velhice”, diz Maitê Proença

Atriz que vive personagem de 86 anos no palco abre o jogo ao R7

Entretenimento|Miguel Arcanjo Prado, editor de Cultura do R7

Aos 55 anos, Maitê Proença vive idosa de 86 em peça no Teatro Itália, em São Paulo
Aos 55 anos, Maitê Proença vive idosa de 86 em peça no Teatro Itália, em São Paulo

A atriz paulistana Maitê Proença encerra no próximo domingo (10), no Teatro Itália, a segunda temporada da peça À Beira do Abismo me Cresceram Asas em São Paulo. Na produção, sucesso de público, interpreta Terezinha, uma senhora de 86 anos (leia a crítica).

Aos 55 anos, Maitê é considerada uma das mulheres mais bonitas da história da televisão brasileira. Por conta disso, quase sempre deu vida a mulheres extremamente sensuais.

Desta vez, vai no caminho oposto, buscando a essência da vida em uma personagem desafiadora e que lhe rendeu elogios da crítica. Na obra, contracena com Clarisse Derzié Luz, e divide a direção com Clarice Niskier, com supervisão de Amir Haddad.

A atriz conversou com exclusividade com o R7 nesta Entrevista do Arcanjo. Falou sobre este momento de sua carreira e de como lida com o envelhecimento.


Leia com toda a calma do mundo:

Miguel Arcanjo Prado – Como foi para você encarar uma personagem mais velha; foi difícil?


A velhice contém todas as idades e por isso é um momento tão rico da nossa existência. Escolhi esta fase porque dali pode se falar de tudo com autoridade e sem as cerimônias e os cuidados característicos de outras idades. 

Os mais velhos têm mais liberdade de dizer o que pensam?


Não há tempo a perder, nem vontade de seduzir por seduzir. Chega a ser cômica a forma como idosos dizem as coisas na lata, e às vezes até cruel. Minhas velhas têm disso. E são duas senhora inteligentes, de pensamento arejado.

Você é uma mulher muito bonita, como lida com envelhecer; você tem medo da velhice?

Não tenho. Não é do meu temperamento pensar no futuro, vou considerando à medida que vai chegando. Conheço velhos extraordinários, a gente olha pra eles e não pensa na decadência, e sim, em como são vibrantes, modernos, interessados, bem dispostos, experientes.

Como você se vê aos 80 anos?

Eu me imagino simples, verdadeira, relaxada, respeitosa dos seres à minha volta, interessada na evolução do mundo, seja lá como ele for.

Leia o blog de Miguel Arcanjo Prado

Leia todas as edições da Entrevista do Arcanjo

Qual a mensagem mais importante que você acha que sua peça À Beira do Abismo me Cresceram Asas transmite?

Tudo o que está na peça é o que penso sobre o assunto, mas há sempre o ponto de vista de uma, e o avesso daquilo, na visão da outra. São duas velhas muito diferentes. Longe de mim apresentar soluções ou verdades, deixo isso para o publico fazer em casa. Ou não. 

Como você acha que o público lida com o tema da velhice?

Temo sempre que o público fique com medo do tema. Aviso que não especulamos sobre a deterioração e a decadência, pelo contrário, falamos da vida. Quem viveu muito tem o que dizer e com autoridade para fazê-lo, o velho contém todas as idades. Além do mais, não tem mais cerimônias e outras chatices. As coisas saem na lata e isso resulta cômico. Às vezes, também um pouco cruel, o que não deixa de ser cômico... Ooops! [risos]

Como foi dividir a direção com a Clarisse Niskier? E qual foi o papel do Haddad no processo?

Quem dirigiu comigo foi a Clarice Niskier. No palco atuando a meu lado está outra Clarisse, a Derzié Luz. Todo mundo confunde, mas a Clarisse Derzié Luz só atua. A Niskier e eu já havíamos trabalhado juntas como atrizes e foi suave e muito criativo destrinchar o processo de direção juntas. O Amir aparecia uma vez por semana e nos desorganizava no bom sentindo, instigava a irmos mais além, propunha caminhos para experimentarmos. Deu muito certo porque queríamos todos nós queríamos a mesma coisa: densidade, muito humor e poesia.

Veja na galeria de fotos momentos da carreira de Maitê Proença

À Beira do Abismo me Cresceram Asas

Avaliação:Bom

Quando: Sexta, 21h; sábado, 18h e 21h, domingo, 18h. 75 min. Até 10/11/2013.

Onde: Teatro Itália (av. Ipiranga, 344, metrô República, São Paulo, tel. 0/xx/11 3255-1979)

Quanto: R$ 70 (sexta) e R$ 80 (sábado e domingo)

Classificação etária: 12 anos

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