Com criatividade e ousadia, Portela fica perto de encerrar jejum de 33 anos sem vitória
Escola exaltou as histórias e mitos da água doce e relembrou tragédia de Mariana
Famosos e TV|Do R7
Mesmo sem clima após o grave acidente com a Unidos da Tijuca, a Portela entrou na Avenida para exaltar a importância dos rios na vida humana, com o enredo "Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar". Maior campeã do Carnaval, com 21 títulos, a escola quer acabar com o jejum de vitórias, afinal, a última vez que levantou a taça foi em 1984.
No abre-alas, que representava a fonte da vida, estava a tradicional e imponente águia, símbolo da escola. O que também chamou a atenção foi o destaque do carro, o ator Cássio Reis, que usava uma fantasia que jorrava água. A roupa estava conectada em um sistema que vinha de dentro do carro.
Um dos pontos altos do desfile foi um das alas que trazia diversos crocodilos. Com um figurino de látex que representava o animal, os componentes se rastejavam pelo chão. Aliás, criatividade e ousadia, características típicas do trabalho do carnavalesco Paulo Barros, não faltaram nas alegorias e fantasias da escola. As inovações no desfile fizeram o público da Sapucaí vibrar.
A Portela também fez questão de relembrar a tragédia de Mariana, quando, em novembro de 2015, uma barragem se rompeu, devastando toda uma cidade, deixando vítimas e também comprometendo o rio doce. Com a alegoria "O rio que era doce", a escola fez um alerta em relação ao maior desastre ambiental brasileiro.
O presidente da Portela, Marcos Falcon, que foi assassinado em setembro de 2016, foi homenageado pela esocla. Uma bandeira com a imagem de Falcon estava decorando a última alegoria.