-
Nesta sexta-feira (13), chega a São Paulo o Matanza Fest, um festival independente, criado pela banda Matanza, que está percorrendo nove capitais brasileiras. O vocalista Jimmy London, líder e fundador da banda carioca, existente desde 1996, falou ao R7 sobre o festival e a carreira no rock, que é recheada de histórias e polêmicas. Na próxima semana, o festival chega ao Rio de Janeiro.
Matanza Fest 2013
Quando: 13 de Dezembro
Onde: Tropical Dance (R. Butantã, 336, Pinheiros, São Paulo)
Quanto: De R$ 40 a R$ 80
Colaborou Victor Rocha, estagiário do R7Divulgação
-
Jimmy contou que o Matanza Fest era um sonho antigo. O principal objetivo, segundo ele, é entreter os verdadeiros fãs do rock. Ele falou ainda que festivais com patrocínios e incentivos não deveriam ser pagos pelo público.
— O Matanza Fest é como se fosse o nosso sonho da casa própria. A gente já está há um tempão na estrada e pensou: "Pô, vamos fazer algo legal para o nosso público, trazer bandas bacanas, que merecem ser vistas". É um festival totalmente independente, sem patrocínio e incentivo nenhum. Se fosse para ter incentivo, não podíamos cobrar. Essa é a ideia que nós temosDivulgação
-
Perguntado sobre quais bandas destacaria no Matanza Festival, Jimmy não citou uma em especial.
— A ideia é que tivessem bandas que o nosso público iria curtir, que, logicamente, nós gostamos também. Em Salvador (BA), tivemos o Camisa de Vênus. Foi um prazer enorme tocar com os caras. Vamos ter o Dead Fish em São Paulo, o Serial Killer no Rio, que é uma banda que já está há muitos anos na estrada. A ideia é ver quem é sério e quem toca de verdade. Gostar a gente gosta de todas.
Veja nas próximas fotos a entrevista com Jimmy LondonDivulgação
-
R7: Suas letras falam de cerveja, mulher, porrada...Você vivenciou tudo isso?
Jimmy London: Tirando as músicas que falam em colocar bomba em shopping, vinda de zumbis, sim [risos]. O artista coloca um pouco da sua criatividade e da sua vivência, ele passa seus sentimentos. Mas a maioria das situações, vivencieiDivulgação
-
R7: Você acha que o rock está de lado no Brasil?
Jimmy: Respondo essa pergunta há 15 anos. O roqueiro não vai morrer nunca. O camisa preta mesmo, é igual barata: pode cair uma bomba nuclear que vai continuar ouvindo rock. Esse ai não vai morrer. O rock está forte e sempre vai ser. Nada vai fazer as pessoas deixarem de gostar do rock. A mídia foca no que vende jornal. É natural issoDivulgação
-
R7: O que você achou do ranking 2013 de vídeos mais vistos do YouTube, que praticamente só é composto por funk e sertanejo?
Jimmy: Você lembra qual banda brega estourava na época dos Raimundos? Eu não. É isso, cara. O que é bom não fica para trás. O que é superficial, fica esquecido. Você sente claramente quando o cara tá fazendo com o coração e não é algo que foi pedido para ele cantar de tal forma. Eu não me acho na condição de julgar ninguém. Mas também não é todo rock que presta, que é arte. O disco do Lou Reed com o Metallica, por exemplo, eu achei horrível, mesmo sendo os dois monstros. Fazer o que?Divulgação
-
R7: Você considera que o brasileiro tem um mau gosto musical?
Jimmy: Cara, essa questão é complicada. Tem claramente um mecanismo pronto para as pessoas não pensarem no que ouvem. Isso me deixa triste. Acabam deixando de lado coisas valiosas. Até mesmo o samba de raiz, não se produz mais no Brasil. As músicas que estão nas paradas não fazem refletir. Mas é complicado. O cara acorda seis da manhã para trabalhar e pega três conduções. Você acha que quando ele chegar em casa nove da noite vai entrar no computador pra baixar música? Ele vai ligar o rádio e ouvir o que tá passando e prontoDivulgação
-
R7: Aquela briga ao vivo com o Di, do NxZero, ficou bem conhecida. Como foi aquela situação?
Jimmy: Aquilo foi treta de futebol. Estava de cabeça quente, mas ele é um cara tranquilo. Um cara bem de boa. Já trombei com ele em bastidores da vida ai, tá tudo certo. Eu sou muito tranquilo, eu não tenho nenhuma inimizade com o pessoal da música. Quem me conhece sabe o quanto eu sou tranquiloDivulgação
-
R7: Este ano tivemos muitas mortes na música, qual delas você lamentou mais?
Jimmy: Com certeza Jeff Hanneman, do Slayer. Talvez a banda que eu mais curti na vida. E foi do nada, o cara era novo pra carambaDivulgação