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Exposição na China reflete sobre perda do anonimato com tecnologia de reconhecimento facial

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Por David KIRTON

SHENZHEN, China (Reuters) - Uma mostra de arte que explora o impacto da tecnologia de reconhecimento facial foi aberta na China, numa rara oportunidade de reflexão em espaço público sobre a vigilância cada mais invasiva por parte de empresas de tecnologia e do governo.

Organizada em duas cidades ao mesmo tempo, a Bienal de Urbanismo e Arquitetura de Shenzhen e Hong Kong apresenta 60 instalações de artistas chineses e estrangeiros, explorando a perda do anonimato urbano ocasionada pelas mudanças tecnológicas.

A exposição “Olhos da Cidade” foi aberta na estação Shenzhen Futian, a primeira parada continental no trem de alta velocidade ligado a Hong Kong, que foi inaugurado em 2018 em meio a preocupações com o aprofundamento da integração com a China.

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“Estações eram tradicionalmente um lugar de anonimato, mas estão se tornando lugares em que na verdade todos são conhecidos”, disse à Reuters o curador chefe da mostra, o professor Carlo Ratti, do Massachusetts Institute of Technology (MIT). “Essa é uma das coisas que queremos discutir.”

A mostra ocorre em um momento delicado na China.

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Protestos contra a influência chinesa têm há meses agitado a antiga colônia britânica de Hong Kong, e a rápida disseminação da tecnologia de reconhecimento facial tem provocado questionamentos sobre a privacidade.

Ao ser questionado se está surpreso de a exposição ter sido permitida mesmo com a situação delicada em Hong Kong, Ratti disse ter “encontrado uma abertura para a discussão” em Shenzhen.

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“Provavelmente não há melhor lugar para discutir essas questões... esta é uma questão global, e a melhor maneira de lidar com ela é abrir essas tecnologias e colocá-las nas mãos do público”, disse ele.

A Reuters não conseguiu contato com os organizadores do evento, e a imprensa internacional não foi convidada para uma entrevista coletiva de abertura devido ao receio de que os jornalistas fizessem perguntas sobre Hong Kong, segundo fontes envolvidas.

Um dos destaques da exposição é um sistema de reconhecimento facial do qual os visitantes podem escolher serem excluídos, numa maneira de chamar atenção para a inexistência dessa opção em sistema públicos, disse Ratti.

Outro trabalho inclui monitores faciais que rastreiam o engajamento emocional dos visitantes com o que veem.

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