Por Tim Reid
(Reuters) - Deborah De La Flor é florista há mais de 40 anos e nunca viu um mês de fevereiro como o atual.
"Em uma época em que alguém está mandando um cartão de 'Eu te amo', alguém está mandando um cartão de 'Eu te amei'", disse De La Flor, que tem uma floricultura na cidade norte-americana de Fort Lauderdale e prepara buquês e cartões para o "Valentine's Day" --o dia dos namorados no país e a época mais lucrativa do ano para os floristas--, ao mesmo tempo em que garante as entregas daqueles que perderam entes queridos para a Covid-19.
Em Los Angeles, a 4.800 quilômetros de distância, o vendedor de flores Fernando Perata ajudou mais de 100 famílias que perderam um parente para o coronavírus nos últimos dois meses, algumas deles clientes de longa data.
"Um dia você vê aquele cliente, no outro dia ele se foi", disse Perata, de 23 anos. Ele descreveu uma mãe que comprou flores para os filhos durante anos e cujos filho e filha apareceram recentemente para comprar rosas para seu funeral.
O setor floral de 35 bilhões de dólares talvez esteja mais envolvido com alegria, tristeza e marcos familiares do que qualquer outro. Os vendedores de flores estão vendo o "Valentine's Day" em 14 de fevereiro se aproximar com um total de quase 460 mil mortes de Covid-19 nos Estados Unidos. Em muitos Estados, as taxas de mortalidade ainda atingem altas diárias.
(Por Tim Reid em Los Angeles)
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