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Odair Braz Jr - Blogs

Se você detesta super-heróis, fique bem longe de Vingadores: Ultimato

Filme, que estreia nesta quinta (25) encerra em alto nível a saga da Marvel que começou em 2008 com Homem de Ferro

Odair Braz Jr|Do R7

Quem vai encarar o Capitão América?
Quem vai encarar o Capitão América?

É difícil falar deste filme sem parecer um nerd babão de super-heróis, mas Vingadores: Ultimato é a extravagância máxima, a apoteose geek que qualquer fã do gênero poderia pedir. Se você gosta de super-heróis, da Marvel, da DC, se cresceu lendo as HQs e vendo os longas, simplesmente não tem como não curtir o que acontece durante as três horas de exibição.

Ultimato, assim como quase qualquer outro filme, não é perfeito. Tem umas inconsistências de roteiro, há momentos em que o ritmo da ação cai e, eventualmente, surgem piadas que não precisariam estar ali. Fora isso, um corte de uns vinte minutos faria bem à história.

Acontece que esses, digamos, deslizes, são praticamente nada quando colocados frente a frente com o todo de Ultimato. O filme é tão grandioso, tão épico, tão superlativo em todos os sentidos que é impossível não entrar de cabeça na história.

Thanos, o titã louco
Thanos, o titã louco

A coisa fica ainda melhor se você acompanhou toda a saga da Marvel desde 2008, quando saiu Homem de Ferro, o longa que deu origem ao universo da editora nos cinemas. Ali foram estabelecidos os parâmetros, ali surgiram os limites e o tom de tudo o que veríamos nos anos seguintes com Capitão América, Hulk, Thor, Homem-Formiga, Guardiões da Galáxia e Capitã Marvel. A Marvel conseguiu criar, de maneira orgânica, um universo coeso e que faz total sentido dentro de si mesmo. E esta não é uma missão fácil. É, aliás, bem complicado juntar tantos personagens ao longo de anos e através de vários filmes. Leva-se tempo, dinheiro e cérebro para que algo assim tenha bons resultados e simplesmente não dá para se fazer com pressa, como a DC Comics (via Warner) tentou. É tudo passo a passo e essa demora apareceu justamente para cimentar as várias pontas desse universo que se solidificam em Vingadores: Ultimato.


E aí, quando você chega no cinema e assiste a Ultimato, entende que o filme é o ápice de tudo o que se viu nesses onze anos de super-heróis Marvel na tela. O longa vira um exercício de autorreferência que chega a ser chocante. A impressão que se tem é que alguém ali da Marvel sabia exatamente quais passos dar e o que fazer em cada um dos filmes lançados. Percebe-se que havia um plano-mestre por trás de tudo, uma linha condutora feita para desembocar em Ultimato.

O filme começa explicando os motivos pelos quais o Gavião Arqueiro não apareceu em Guerra Infinita. Nesse primeiro momento há pouca ação no sentido de quebra-pau. O roteiro consegue mostrar ao público a reação dos heróis que sobreviveram ao estalar de dedos de Thanos no longa anterior. Se não fosse feito direito, a reação dos sobreviventes poderia ser algo chapado, raso como um pires. Alguma coisa na linha “ok, metade do universo morreu. Agora vamos lá acabar com Thanos”. Mas não é isso o que vemos. Na tela, observamos um momento soturno, com Capitão, Viúva Negra, Homem de Ferro, Thor e alguns outros encarando um momento sombrio, quase que um luto eterno pelo que aconteceu. Quando esses heróis resolvem agir, quando finalmente acreditam ter encontrado uma solução para todas as mortes, ainda assim o quebra-pau não começa para valer. E, acredite, você não vai ligar nem um pouco para isso.


Tony Stark espera pela morte no espaço
Tony Stark espera pela morte no espaço

Nas primeiras duas horas de projeção, os espectadores acompanham o que restou dos Vingadores viajando pelo tempo — todo mundo sabia que seria assim, vai — em busca das Joias Espirituais de Thanos. Bem, isso traz consequências absurdas para o mundo e para quem está nele. Não há saídas fáceis e nem óbvias, o que custará algumas vidas no final. Esse momento, dentro das duas horas iniciais, traz sequências sensacionais, algumas piadas (boas e ruins) e também algum cansaço. É por aqui que os diretores, os irmãos Russo, poderiam ter dado uma secada numas gordurinhas chatas. Acontece que é tão interessante acompanhar tudo o que rola durante a busca dos heróis, que nem dá para lembrar muito dos excessos. A jornada do Homem de Ferro, Capitão, Thor e outros vai passando por momentos clássicos da Marvel de 2008 para cá. Tudo vira um exercício saboroso de autorreferência, homenagem, ironia, divertimento e emoção. A relação entre Tony Stark e Steve Rogers, abalada durante Guerra Civil, é algo para se prestar atenção, com grandes atuações de Robert Downey Jr. e Chris Evans. Não dá para desviar o olho da tela. Enfim, de novo: se você viu tudo desse universo nessa década, não tem como não gostar.

Essas duas horas iniciais revelam partes absolutamente emocionantes, daquelas que vão certamente fazer boa parte da plateia soltar algumas – ou várias – lágrimas. Também há quem, com certeza, aplaudirá.


Mas para chorar e aplaudir, eventualmente ao mesmo tempo, é que foi feita a última hora de Vingadores: Ultimato. É aqui onde acontece a maior batalha já vista num filme de super-heróis. Há um exército do mal (de Thanos, óbvio) contra uma legião de heróis num confronto que não permite que fique pedra sobre pedra. Dizer que há momentos épicos não faz justiça ao que é mostrado. É um massacre e um desfile de poderes que às vezes a gente até se perde um pouco. Aliás, dá para se perder na quantidade de personagens que aparece, inclusive aqueles que muitos acreditavam que não veríamos mais. Prepare-se!

Vingadores: Ultimato encerra essa parte da vida da Marvel com uma maestria poucas vezes vista na história do cinema. É um desfecho em grande estilo que não deixa espaço para nenhum nerd chato de plantão colocar defeito.

A pergunta que fica no ar é: o que diabos a Marvel vai fazer daqui para frente para superar a si mesma? Parece uma missão para lá de impossível. Mas os irmãos Russo deixaram a porta aberta para o futuro.

Ah, sim. Sobre cenas extras: bem, não há cenas extras. Ou, pelo menos, não foram mostradas na exibição para a imprensa. Pode ser que para o público até exista, isso já aconteceu no passado. Então, fique de olho.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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