Jovens vão a entrevista de emprego e saem presos; entenda!Flipar|Do R721/06/2023 - 17h50 (Atualizado em 03/04/2024 - 13h30)facebooklinkedinwhatsappgoogle-newsshareAlto contrasteA+A-Na tarde de terça-feira, a Justiça do Rio de Janeiro ordenou a soltura de Lívia Ramos de Souza, uma jovem de 19 anos que havia sido detida durante uma operação da Polícia Civil contra um esquema de fraudes em consórcios no Centro do Rio. Além dela, outros 17 jovens, com idades entre 18 e 30 anos, foram presos sob suspeita de envolvimento no esquema. O desembargador responsável pelo caso determinou que os jovens não prestem serviços para empresas “que tenham o mesmo objeto daquela que deu origem ao auto de prisão em flagrante”. A história toda começou quando Lívia foi ao escritório da empresa Icon Investimentos – apontada como alvo da ação – para fazer uma entrevista de emprego. Ela estava no local pela primeira vez e ia participar de um treinamento. Segundo a família da jovem, ela teria sido detida por engano. Todos os jovens que foram presos neste dia também terão sua prisão preventiva substituída por medidas cautelares. Desde o dia da prisão, Cristiane Pinto Ramos, mãe da jovem e auxiliar de serviços gerais de 51 anos, afirma que tem enfrentado dificuldades para entrar em contato com a filha. “Aquilo não é lugar para minha filha. Sei que a Lívia é inocente”, disse a mãe. De acordo com a mãe, Lívia estava em busca de emprego após encerrar um contrato como aprendiz, e enxergou na empresa Icon Investimentos uma oportunidade para ingressar no mercado de trabalho e ter um emprego formal. Ela seria contratada para atuar na venda de consórcios e receberia comissões pelas vendas realizadas. A mãe relatou que a filha achou a vaga na internet, no site InfoJobs. A jovem chegou no escritório por volta das 10h da manhã e, segundo a mãe, os policiais chegaram às 14h dando voz de prisão a todos. Desesperada, a mãe foi até a 58ª DP e tentou liberar a filha, mas não conseguiu. Cristiane disse que um advogado da empresa teria se comprometido a “pegar a causa” de todos os jovens que foram presos. Nas redes, parentes dos jovens protestaram e disseram que eles não sabiam dos crimes cometidos pela empresa. “É muito mole prender para investigar depois. Essa é a minha indignação. Estou há uma semana sem conseguir dormir, é só angústia”, relatou o pai de uma das jovens presa. A Polícia Civil alegou que as investigações aconteceram a partir de denúncias feitas por diversas vítimas dos golpes da empresa. Além das prisões, foram apreendidos aparelhos de telefone celular, computadores, contratos com os nomes das vítimas e um roteiro “utilizado para a prática do estelionato”. Segundo o delegado responsável pela investigação, mais de mil pessoas foram vítimas da empresa, e a estimativa dos ganhos obtidos a partir do golpe passa dos R$ 3 milhões. As investigações apontam para esquemas de fraude envolvendo “carros fantasmas” e enriquecimento ilícito. A mãe de Lívia disse que a menina é “estudiosa, trabalhadora educada e do lar”. google-newsfacebookwhatsapplinkedinshare