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Pelo encontro das diferenças 

Até onde sei|Eugenio Goussinsky

Tudo começou em um momento de lirismo

Repentinamente se viu diante de seu humanismo

Despertou em susto, como no sonambulismo

Saiu na rua e viu nos rostos o reducionismo

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De olhos fatigados de tanto egoísmo

Da vida ensimesmada, no ritmo do urbanismo

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Do ser que é mesmo um nada no existencialismo

Das palavras nas entrelinhas do estruturalismo

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E a moça de batom só pensa no feminismo

O jovem ambicioso é puro pragmatismo

Com i-pod na mão, tecla o cabotinismo

Desprezando o pedinte, joia do marxismo

Então pensou no pai, na luta, no idealismo

Dissolvido pelo mundo, cheio de realismo

Seu irmão se isolou levando o pessimismo

A discordar da mãe, apegada ao otimismo

A lembrança do diretor, remetia a um hino ao fascismo

Que ofendia seu avô, refugiado do nazismo

Ah, o amor o iludiu, em puro romantismo

O homem não era o centro como no Iluminismo

Era apenas o velho no bar, afogado no alcoolismo

Um grito assustado de Munch, em seu expressionismo

Regado a bebida pelo dono, cheio de cinismo

Típico de madame alienada, apoiada no consumismo

A ofender o religioso, com todo o materialismo

O mesmo do bon vivant, acrescido de epicurismo

Na engrenagem social, repleta de fanatismo

Rótulos se propagam, com muito dinamismo

O psiquiatra só quer saber do seu psiquismo

Sem perceber seu potencial de fazer malabarismo

Ou pelo menos deveria, para deixar o radicalismo

Sou isto ou aquilo, socialismo ou capitalismo

Sem completar um ao outro, por falso moralismo

Como o pior ditador combate o ativismo

Sem pontes, nem horizontes, excesso de antagonismo

Aprofunda entre a gente, um imenso vazio, o abismo

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