Com o enredo Mistura de Sabores e Raças - Uma Feijoada à Brasileira, a Acadêmicos da Rocinha mostra os segredos do prato preferido dos sambistas. A escola da zona sul faz a festa de paladares criada pela rica mistura de povos brasileiros e africanos.
Bola Preta, Rildo Hora, Portela e axé na Sapucaí
O Cordão da Bola Preta invadiu a Marquês de Sapucaí no desfile da Alegria da Zona Sul. A escola de Copacabana comemorou os 95 anos do bloco, que ainda tem fôlego para arrastar uma multidão pelas ruas do centro do Rio.
Na avenida, a atriz Desireé de Oliveira, que está grávida de cinco meses, carregou duas coroas na cabeça. Isso porque, além do reinado na Alegria da zona sul, a Mulata Difícil do Zorra Total (TV Globo) bate ponto como rainha no Bola Preta.
A Estácio de Sá, que reúne escola forças para voltar a ocupar uma vaga na elite do samba homenageou o maestro e compositor Rildo Hora.
O carnavalesco Jack Vasconcelos, que foi responsável pelo retorno da União da Ilha à elite do samba, recorreu a materiais mais baratos para as alegorias e fantasias.
— Eu uso um tipo de plástico e espuma, por exemplo, que são mais baratos. Mas não tiram o brilho da escola na avenida. Na verdade, os materiais até ajudam porque deixam as fantasias mais leves e facilitam a evolução na Sapucaí.
Com o enredo Quando o samba era samba, de 1994, da Portela, a União Parque Curicica fez uma homenagem aos 90 anos da águia de Oswaldo Cruz e Madureira. Criada em 1993, a agremiação tem como cores principais o azul, o vermelho e o branco. Um aperto de mãos entre negros e brancos decora o pavilhão da União Parque Curicica.
A Unidos da Vila Santa Tereza cobriu a passarela do samba com muito axé. A escola revelou os segredos das lendas africanas com o enredo Axé – no caminho das águas sagradas. A transexual Ariadna Arantes, que participou do BBB (TV Globo) reinou à frente dos ritmistas da agremiação.
A transexual Ariadna Arantes, que participou do BBB (TV Globo) é a rainha de bateria da escola.
— É uma honra quebrar esse tabu como a primeira transexual como rainha de bateria.
Além dos problemas com carros alegóricos na concentração, a escola não conseguiu terminar as fantasias da ala das passistas e das baianas.
Ceará, sapatos, e Jamelão na avenida
A Acadêmicos de Santa Cruz foi a terceira escola que desfilou pela Série A. Na Sapucaí, a verde e branco desvendou os mistérios do Ceará. Com enredo O Dragão do mar e a lenda do Ceará, os carnavalescos Sylvio Cunha e Munir Nicolau exaltou a história e as paisagens paradisíacas do Estado nordestino.
A Porto da Pedra, que foi rebaixada para série A no ano passado, cantou a evolução dos calçados na Sapucaí. O terceiro carro alegórico travou ainda na concentração, o que atrapalhou a harmonia e a evolução da vermelho de São Gonçalo.
A Unidos do Jacarezinho abriu a noite de desfiles com uma homenagem ao mestre Jamelão, um dos baluartes da Mangueira. A escola atrasou dez minutos e apresentou alegorias e fantasias com problemas de acabamento.
A modelo Gracyanne Barbosa, que rainha da bateria da Mangueira, defendeu a verde e rosa do segunda divisão do samba no posto de madrinha da agremiação.