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Pais pagam caro para que filhos aprendam o que já sabem 

Adolescentes naturalmente se voltam contra os pais, porém famílias ricas investem alto para garantir que isso realmente aconteça

Melhor Não Ler|Do R7

O colégio Alamedas, de São Paulo, é conhecido por cobrar a bagatela de R$ 15 mil reais de mensalidade e por ter em sua relação de alunos os filhos das famílias mais abastadas da elite paulistana. Para justificar a cobrança de tal valor — mais caro do que faculdade de medicina —, é preciso ter em seu quadro docente os mestres mais altamente capacitados, ou quase isso.

Os professores devem ser doutores (ou pelo menos exigirem que os outros se dirijam a eles dessa forma), ter especialização internacional (ou fazerem um cursinho pela internet e se autointitularem especialistas “em Harvard”) e, claro, ser estelionatários pedagógicos (nesse caso a experiência prática tem de ser verdadeiramente comprovada).

Filhos das elites: justiça social e crème brûlée na cantina
Filhos das elites: justiça social e crème brûlée na cantina Filhos das elites: justiça social e crème brûlée na cantina

Tudo isso para se diferenciar das escolas que permitem que os adolescentes sintam raiva de seus pais apenas de vez em quando. No colégio Alamedas os alunos aprendem — por meio de aulas e palestras com “psolistas” escolhidos a dedo — a nutrir um sentimento que vai muito além daquele desprezo natural que todo jovem sente pelos pais em algum momento da vida.

Pode-se dizer que quem se forma no Alamedas trilha seu caminho na mais pura força do ódio contra toda a família e ciente de que deve reivindicar #justiçasocial. O trabalho em grupo desta semana, por exemplo, é exigir que a cantina só sirva crème brûlée feito com baunilha de verdade e não mais com duas colheres de essência, e que o açúcar da crosta não seja caramelizado com as costas de uma colher quente, mas, sim, devidamente maçaricado.

Esta crônica é uma ficção, mas poderia não ser...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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