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Castanha, da dupla com Caju, relembra vida como morador de rua

Antes do sucesso, rei da embolada revela que dormia debaixo de viaduto em São Paulo e isso foi "uma experiência de vida"

Música|Daniel Vaughan, do R7

Caju e Castanha fazem sucesso mostrando improviso na embolada
Caju e Castanha fazem sucesso mostrando improviso na embolada Caju e Castanha fazem sucesso mostrando improviso na embolada

Caju e Castanha são os reis do improviso no ritmo da embolada. A dupla original começou nos anos 70, quando os irmãos ainda eram crianças. Porém, os recifenses trabalharam duro para conquistar o sucesso quando chegaram em São Paulo na década de 80.

José Roberto, mais conhecido como Castanha, relembra que, sem dinheiro nem para uma pensão, dormiu nas ruas da capital paulistana. Na época, ele ainda fazia dupla com o irmão, José Roberto, o Caju.

— Em 1983, morei por seis meses com meu irmão debaixo do Minhocão (Elevado Presidente João Goulart), na altura da Barra Funda (zona oeste). Isso foi uma experiência de vida para gente. Naquele tempo, já cantávamos pelas ruas, praças e feiras, mas era difícil ganhar algum trocado. Só depois de muita correria que eu conseguia comprar um galetinho para dividir em dois. Graças a Deus conseguimos sair dessa para uma melhor.

O sobrinho Ricardo assumiu o lugar de Caju, após a morte do integrante original
O sobrinho Ricardo assumiu o lugar de Caju, após a morte do integrante original O sobrinho Ricardo assumiu o lugar de Caju, após a morte do integrante original

O artista de 50 anos se emociona quando fala dos amigos que fez antes do sucesso.

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— O pessoal tem muito preconceito com moradores de rua, mas não sabe o que acontece com eles. Ali, conhecemos advogados, médicos, músicos, andarilhos... muitas pessoas passavam por alguma decepção e abandonavam a casa.

Castanha aproveita o assunto para falar da recente tragédia do desabamento do prédiono Largo do Paissandu, no centro de São Paulo.

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— Fiquei muito triste quando vi o incêndio, porque já passei pela falta de moradia. O pessoal critica quem vive assim, mas tem que entender que é difícil ficar largado na rua morrendo de frio, sem teto e conforto. É preciso cuidar das pessoas em vez de apenas julgá-las. Se fosse na época que eu estava na rua, também poderia ter entrado em um desses prédios abandonados. Vai saber...

Embolada para Copa

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O sucesso da dupla veio depois de muita batalha — entre dezenas discos gravados e shows — e só foi interrompido com a morte de José, em 2001, devido a um câncer no cérebro. A partir daí, Castanha seguiu em frente com o sobrinho Ricardo Alves, de 40 anos, que manteve o codinome Caju.

Agora, os artistas comemoram mais de 40 anos de carreira através de vários lançamentos. No momento, eles ainda estão divulgando o hit O Papo no Whatsapp, que fala do vício no aplicativo de mensagens instantâneas no celular. Castanha explica a crítica divertida.

— O povo só quer saber de conversar no celular! A gente foi atrás da tecnologia para saber o que acontece. E você vai no restaurante e é só gente no "zap zap". (risos) E os fãs se identificam com a letra. Muitos têm a mesma reclamação que a música fala.

E Caju aponta outro problema grave com a falta de atenção que o celular tira na hora de namorar.

— Isso dá muito problema em casa, hein? O Whats é conhecido como separador de casal! (risos)

Já a empreitada mais recente da dupla é a música Pega Que eu Quero Vê (ouça acima), gravada especialmente para a Copa na Rússia.

— Somos muito ligados ao que acontece no momento, então não poderíamos deixar de fora uma data tão importante para o futebol. Chamamos a dupla Teodoro e Sampaio para participar da gravação e deu muito certo. Agora, é torcer pelo Brasil!

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