Elza Soares lança nesta sexta-feira (13) o álbum Planeta Fome, 34º da carreira. Com 12 faixas, entre inéditas e regravações de sucesso como Comportamento Geral (Gonzaguinha) e Não Recomendado (Caio Prado), a cantora mergulha e se apropia das narrativas para contar a própria história — inclusive o período em que enfrentou a fome de perto.
Libertação, composição de Russo Passapusso e que contou com produção do grupo BaianaSystem, abre o disco. A música, gravada na Bahia e no Rio de Janeiro, tem ainda as participações da cantora Virginia Rodrigues e arranjos de Letieres Leite.
'Planeta Fome'
Elza atualiza questões abordadas ao longo da carreira, como machismo e racismo, e, ao longo das faixas, apresenta o resultado da elaboração pessoal de assuntos que conhece bem de perto.
O repertório do novo projeto foi cuidadosamente escolhido por ela. Uma das maiores preocuções da cantora era encontrar canções que ajudassem a contar trechos da própria trajetória, mas que fizessem sentido ao mundo de hoje.
Planeta Fome, álbum produzido por Rafael Ramos, conta, pela primeira vez na carreira da cantora, com uma música autoral. Menino, escrita anos atrás, é um relato de uma briga entre garotos presenciada por ela. "Quando gravei Brasis nesse disco, que o repertório é tão meu, tão pessoal, tive a ideia de registrar", conta.
Orkestra Rumpilezz, BNegão, Pedro Loureiro e Rafael Mike também integram o time de participações especiais. As fotos selecionadas para o encarte criam uma referência à primeira apresentação da artista. A capa, ilustrada pela cartunista Laerte Coutinho, dá forma a diversas fomes que atingem o mundo.
Álbuns aclamados
Escolhida a 'melhor cantora do milênio' pela BBC Londres, a estrela brasileira vem de uma sequência de dois álbuns de sucesso. A Mulher do Fim do Mundo (2015) e Deus é Mulher (2018) marcam um período de canções repletas de críticas sociais.
A Mulher do Fim do Mundo, aclamado pela crítica, explora as temáticas relacionadas as questões raciais e a violência contra as mulheres. Considerado o Melhor Álbum pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), em 2015.
Mãe aos 13 anos e viúva aos 21, Elza enfrentaria também o drama de perder três, dos sete filhos. Vítima de violência doméstica e uma história marcada por episódios difíceis, a cantora transformou todas as dores em matéria-prima de uma carreira marcada pela coragem e permanece ativa, mesmo com as limitações físicas de saúde e da idade.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Camila Juliotti